Inner Circle - Season II

Capítulo 2.

Músicas do capítulo:

1. Feels Like Home - Matt Johnson;
2. Time After Time - Javier Colon;
3. Hallelujah (Piano Cover) - Kyle Hayes;
4. Wallflower - Kimberly August.

Boa leitura!

Author's POV.

Música: Feels Like Home

Natasha caminhava por entre a floresta. Não sabia para onde estava indo, mas sabia que deveria ir a todo custo.

Tocando algumas folhas que atrapalhavam a sua visão, a loira pode ver dois corpos grudados, um loiro e um ruivo, em frente a um lago azul cristalino.

Podia ouvir as risadas, poderia até mesmo jurar que uma delas saia de sua boca.

''Assim não vou conseguir te ensinar.'' uma voz soou, e Natasha percebeu que ela era quem havia dito aquilo. Rapidamente tapou sua boca, para só então perceber que a outra pessoa não havia olhado para ela.

''Podemos dançar, ou eu posso continuar tentando beijar. Você escolhe.'' a loira respondeu, causando um sorriso enorme em Natasha, que tocou seus lábios ao perceber que às duas pessoas se beijavam.

Ela estava sentindo o beijo.

Não demorou para que percebesse que estava vendo a si mesma dentro daquela situação.

A ruiva/loira observou com atenção a forma como levantava a mão direita de sua parceira, na tentativa de ensiná-la.

Não fazia sentido. Natasha não possuía parceiros, nem na dança, e nem na vida.

Conforme observou a loira mais alta tocar a cintura da ruiva, a loira suspirou, arrepiando-se com o toque. Sentia-se confortável, feliz.

Sentia-se em casa.

- Nat, Nat! Chegamos. - Maria despertou sua amiga do sono em que a mesma se encontrava. - Você está chorando?

- Eu... eu não sei. Deve ser apenas o sono, me fazendo lagrimejar. - Mentiu

Sabia que não havia convencido a morena, mas também não tocaram mais no assunto. Maria conhecia Natasha como a palma de sua mão, e sabia que quando se tratava de seus sentimentos e frustrações, a mulher era extremamente reservada.

- Você acha que algum dia eu conseguirei dançar com alguém? -  Natasha perguntou, encostando sua cabeça no ombro da amiga.

- Você conseguiria dançar com quem quisesse, minha querida. É uma excelente bailarina. - apesar de estar desconcertada pela pergunta, Maria foi honesta. O talento de Nat para a dança era único.

- Não falo de querer, falo de sentir. Eu queria sentir vontade, desejo. De dançar, de ensinar, e de confiar que alguém possa guiar em meus passos. Sei que não parece, mas às vezes eu só queria me sentir segura. Eu gostaria de alguém me libertasse com cativeiro que criei para mim mesma. Mas ainda assim eu tenho tanto medo... - loira falava, com a voz embargada.

Maria ouvia atentamente as palavras da amiga. Jamais havia visto Natasha demonstrar tantos sentimentos de uma vez, mas ao mesmo tempo sabia que nada ali a tornava. A morena sabia exatamente de onde vinham os sentimentos da loira.

Natasha estava a procura de algo, e ao mesmo tempo tinha medo de encontrar. Estava dividida.

Maria suspirou, e acariciando os cabelos da amiga, tentou lembrar Natasha de algo que há muitos anos havia aprendido.

- Comparado ao amor, o medo não é nada. O amor fica, o amor sobrevive, ele e o sentimento final. Viemos a esse mundo através dele, vivemos por ele, e devemos estar na presença dele até o final. Não adianta fugir, o amor sempre vai te encontrar.