Felidae (Ziam Mayne)

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    O sol invadia a cabana pelas frestas e batiam direto na face do Malik, o qual reclamou antes de se levantar e esticar seu corpo ouvindo algumas articulações estalarem. Arrumou seu cabelo e andou até a área da cabana que seria a cozinha onde encontrou seus pais e seu irmão em suas formas de animais.

         Seu pai alfa era um jaguar normal cujo pelo era o clássico amarelo acastanhado com pintas marrons rodeadas por preto, em sua forma humana era alto (1,93) e tinha olhos azuis, seu cabelo era negro como a noite, mas já se reparava alguns fios brancos como a neve. Já sua "mãe" era um jaguar ômega menor que o companheiro e tinha o pelo semelhante ao do filho mais velho, porém mais claro, em sua forma humana (ou quase) era média (1,69), seus olhos era castanhos escuro e seu cabelo era castanho escuro. Eles amavam seus filhotes, Zayn, que era o mais velho tendo 18 anos e Niall, que era o mais novo com seus 16 anos, este era igual ao pai alfa em sua pelagem na forma animal, contudo era um ser tão doce e pequeno que certamente seria um ômega. O Malik era protetor com seu irmãozinho e quando este apareceu em casa apresentando seu namoradinho, Shawn ou como Zayn, para pirraçar o irmão, chamava-o de 'O branquelo seco'. O Mendes era um Jaguar esguio e rápido, era bom caçador e sempre trazia lebres mortos de presente para Niall que ficava todo envergonhado e feliz pelo presente.

             O moreno assim que chegou à cozinha percebeu que era uma presa abatida.

– Sério que todo mundo está comendo cru mesmo, preguiça de ficar na forma humana e assar, cozinhar, fritar, sei lá? Nem uma salada para acompanhar?

           Seu pai alfa apenas revirou os olhos e rosnou para o filho como um sinal de 'cala a boca e venha comer logo'. Zayn não curtia a ideia de comer a caça dentro de casa, no final de tudo ficava uma bagunça enorme e sangue por todo local, o que todos tinham contra panelas? Assim aderiu à sua forma animalesca e tomou parte na refeição. Quando só se restava ossos e sujeira, eles voltaram a forma humanizada e ainda cobertos pelo 'alimento' uniram as mãos.

– Deusas Gaia e Luna, agradecemos pelo alimento e que nunca venha a faltar comida em nosso lar. – O patriarca agradeceu.

– Graças. – Todos repetiram.

         Pode até parecer estranho agradecerem a entidades sobrenaturais por tudo, mas não é por ser evoluídos que tudo deixou de existir, desde o início do mundo até o fim dele haverá fé, isso é o que sustenta todo o lado humano da espécie. Para eles a deusa Gaia era responsável por tudo quanto existia na Terra, tudo que acontece é por causa dela, já a deusa Luna é responsável pela vida de cada um, ela cuida de todos vínculos e sentimentos, é quem conduz as almas ao paraíso e também é justa ao condenar os maus às cinzas e inexistência, uma necessária à outra.

          Sempre que iam caçar e abatiam uma presa, havia uma prece de oferecimento e sacrifício, e depois que saciavam-se havia outra prece de gratidão. Todo ano a lua ficava vermelha por três dias e nesses dias ocorriam a revelação dos gêneros daqueles que tinham atingido sua maturidade evolucional, ou tecnicamente, entre 16 e 18 anos, geralmente os ômegas se revelavam com menos idade e os alfas com mais idade, mas não era regra.

           Zayn já tinha seus 18 anos e no ano anterior não foi revelado seu gênero, só poderia ser nessa lua, já Liam tinha 17 anos e assim como o amigo não tinha sido revelado, essa noite porém eles tinham certeza que logo saberiam. Quando descobriam era como se a luz da lua os transformasse e liberasse as energias dentro deles, levando inclusive à maturidade sexual, pois a partir dali os cios tanto dos alfas como dos ômegas faziam-se aparecer.

          Todo esse processo era guiado por uma sacerdotisa ou sacerdote, nessa região da Europa embora os felinos fossem maioria também haviam vários canídeos, as vezes era possível encontrar confusões vindo de subespécies mais simples como cães e gatos mesmo que estes logo se resolvessem.