05. Jaqueta, cervejas e cicatrizes

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一 Chegamos, rapazes! 一 D

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Chegamos, rapazes! 一 D.O nem precisava ter anunciado, já que o som absurdamente alto evacuava até o início da rua e, se levar em consideração que a casa de Junmyeon era a penúltima da viela, me impressionava nenhum vizinho ter chamado a polícia naquela noite.

Paramos do outro lado da rua, em frente a casa de três andares que ocupava quase metade do quarteirão.

Sempre soube que ele era rico para dedéu, mas não imaginava que era tanto a esse ponto. Seu pai é dono de uma empresa muito famosa que produz arroz e tem várias franquias espalhadas pelo mundo. O avô havia iniciado no campo, bem afastado de Nova York, de forma simples, para hoje seu neto nadar no dinheiro e gastar tudo em festas e inconsequências, para divertir todos da EF.

O que mais me incomodava era pensar que Jongdae estava ali, e sempre esteve presente nessas coisas, mesmo sabendo que estava me enganando.

Os meninos pularam do carro, literalmente, sem nem sequer usarem as portas, que perderam todo o propósito de estarem ali. Apenas eu fiquei, estagnado, sem tirar os olhos daquele mar de pessoas.

一 Tá tudo bem aí, baixinho? 一 A voz áspera e falha de Chanyeol se sobrepôs ao som, junto com seus dois tapas na lata do automóvel, que balançou brevemente todo o restante.

Senti meu estômago revirar. Não conseguia me imaginar tendo uma interação social tão grande quanto aquela e, sem dúvidas, havia sido um passo grande demais para uma perna tão curta quanto a minha.

Antes que pudesse responder, me peguei ainda mais perdido, mas agora na imensidão castanha de seus olhos.

一 Sei que é bom ficar em uma Ferrari Spider novinha em folha, mas é pra hoje, cara. 一 Sehun abriu a porta, praticamente me obrigando a sair.

Ergui meu corpo em um solavanco, mesmo sentindo as pernas bambearem até que, finalmente, consegui pisar no asfalto.

O menino de sobrancelhas cheias e expressão indiferente 一 a qual usava para tudo 一 apertou prazerosamente o botão da chave, que fez o teto solar subir e todos pararem para assistir aquela cena. Aquele carro podia ter sido comprado há pouco tempo, mas já era a coisa que mais importava na vida de Sehun.

Todos atravessaram a rua. Parei ao sentir a mão grande e aquecida do mais alto circular meu pulso, tornei a olhá-lo, torcendo para que fosse algo de extrema importância, porque a enrolação só piorava meu quadro de ansiedade.

一 Cê' tá mesmo se sentindo confortável aqui? 一 Perguntou, exalando preocupação. 一 Olha, não quero que entenda errado e ache que quero te forçar a fazer isso. Se quiser, pergunto pro Junmyeon qual o ponto de ônibus mais próximo e te levo até lá.

Fiquei calado por alguns míseros instantes, pensando se deveria ou não ir embora. Não gostava de lugares cheios e barulhentos, aquela festa tinha essas duas coisas e mais um extra, que poderia ser considerado a cereja do bolo: jovens de colegial. Mas poxa, eu não queria passar a noite enfurnado no quarto sabendo que todos vão ter algo para contar quando tiverem mais idade. Estava cansado de limitar as minhas atitudes em regras e, depois do questionamento de Chanyeol, quando estávamos em cima do muro, percebi que estava me tornando tão chato quanto aquele internato.

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