Capítulo 7 - A lâmina ladina

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  Athadara sempre tinha a atenção voltada para a natureza a sua volta, foi percebendo que aos poucos a grama ia ficando cada vez mais espaça e o número de árvores ia diminuindo, sentia o ar diferente também, um ar mais denso. Artma não dava muita atenção a isso, afinal era o que mais viaja na família e tinha indo e vindo por aquelas terras por toda a sua vida.

—  É, a partir daqui vamos a pé, não quero chamar a atenção- disse Artma descendo mal-humorado do cervo que se desfez assim que o paladino colocou os pés no chão.

— Acha mesmo que o samurai ia nos perceber de tão longe? - comentou o druida saindo da sua forma de raposa.

— Ele não, mas esse lugar tem muitos olhos e muitas conversas sobre o que esses olhos viram. Inclusive, quase me viram na minha montaria, olha ali.

Artma apontou para um dirigível enorme saindo de trás de uma das montanhas ao longe, conforme ele se aproximava mais Athadara percebia o quão grande ele era. O dirigível eclipsou o sol depois seguiu se distanciando deles há uma velocidade impressionante para o seu tamanho.

— Aquele era um Zeppellin dos corsários, eles chamam esse modelo deEspalha Nuvenspor causa das nuvens de fumaça que ele lança quando voa. Eles devem ter uns três no máximo, infelizmente ouvi dizer que há pouco tempo um desses foi saqueado e destruído pelos piratas.

— Os corsários são os famosos Mantos Rubros? Aqueles que deram esse nome em homenagem ao Alroy?!

— Exatamente — disse Artma com um sorriso satisfeito- Bem irônico. Vejo que andou estudando mais do que druidismo Athadara, fico orgulhoso. Vamos, a cidade fica logo depois daquela montanha.

Novamente continuaram sua marcha rumo a Aspartof, mas desta vez não sobre cascos ou patas, mas sobre seus próprios pés. Logo contornaram as montanhas que como uma cortina de um espetáculo revelaram uma nova temática diante dos seus olhos, uma panorâmica alheia a de Arcturo. Cheia de construções enormes que furavam os céus, pessoas transitavam entre as ruas largas maioria a pé e uma pequena parcela restante em veículos a vapor que pareciam carruagens sem cavalos. Athadara já havia lido um pouco sobre Aspartof e visto algumas imagens feitas com a tecnologia avançada daquela região, mas ali presencialmente as coisas tinha um impacto do peso de um Zepelim. Não apenas a arquitetura e os veículos encantavam o druida, mas também a quantidade de pessoas que era tão grande quanto a diversidade. Tinham pessoas com todo o tipo de vestimenta e cor. Muitas dessas cores e vestimentas Athadara nunca havia visto.

O druida achava a cidade maravilhosa, cheia de sons e cheiros que eram desconhecidos para os seus sentidos e que iam entrando sem pedir licença, como visitas mal-educadas, mas extremamente bonitas. Tentava decidir se aquelas surpresas eram boas ou ruins. As julgou boas, porém ao entrarem começou a se sentir sufocado. A claustrofobia o envolvia agora que ele não era apenas um espectador e sim parte daquela bagunça. Se sentia em um formigueiro.

— Estou me sentindo estranho, esse lugar aqui... é magnifico, mas eles manipularam demais a natureza. Tem algo estranho, me sinto em um mundo distante.

— Fique tranquilo Athadara, isso passa com um tempo

— e... como você sabe?- perguntou com as mãos soando, sentindo a sua mandíbula travada e pesada.

— Já estive aqui com uma druida, uma... bom, uma amiga próxima- respondeu Artma vacilante.

Athadara tentou ver o rosto do paladino, mas ele estava coberto com uma manta, que cobria o corpo todo.

— Sabia que você continua chamando atenção né Artma? Você sabe disso certo?

— Melhor isso do que se verem o meu rosto, ou o brasão. Lana patrulhava Aspartof, mas os governadores de ambos os reinos deram ordem para ela voltar a Arcturo.

Paladinos das luas: A terceira trípliceOnde histórias criam vida. Descubra agora