Capítulo quatro - i hate u

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Seulgi

    E lá estava Seulgi novamente, deitada no divã de sua psicóloga, hoje seria o dia de contar como se sentia na adolescência, o que lhe marcou para toda a vida, coisas que fizeram Kang nunca mais ser a mesma.

    Olhou para a porta, que foi aberta, e observou a mulher de jaleco entrar na sala. Os seus saltos marcavam seu caminhar, os cabelos descoloridos caiam sobre o crachá onde estava escrito seu nome, Moon Byul-yi.

    Ela se senta na poltrona à frente de Seulgi, e começa a lhe fazer as perguntas.

    — Me conte tudo o que lhe fazia se sentir mal, tudo que você sentia, e ainda sente.

   "Você já se sentiu diferente? Como se você fosse um erro no mundo? Como se não devesse existir por não ser como os outros? Como se até seus pais não lhe amassem? Como se seu irmão, fosse sua maldição, um ser que lhe persegue e quer seu mal? Era como eu sempre me sentia.

     Via todas as garotas ao meu redor, elas eram tão lindas. Conversavam uma com a outra sem problema algum, tinham um belo rosto, um cabelo lindo, eram perfeitas. Já eu, era quieta, não fazia amigos fácil, ficava em meu cantinho, apenas observando as garotas.

    Todos os dias ao chegar em casa, lembro de ver minha mãe sentada no sofá, fumando, e assistindo televisão. Lembro-me dela perguntar como havia sido a escola, e de subir correndo com lágrimas nos olhos, indo chorar em meu quarto. Ah, quantas vezes eu pensei em tirar minha própria vida, quantas vezes eu tentei, mas falhei.
    
    Eu só queria sumir, não queria ser um peso para minha família, afinal, quem queria ter uma filha esquizofrênica em casa, que a qualquer momento poderia surtar, e matar todos? Eu só queria desistir de tudo, sumir do mundo, não queria mais sofrer — Sinto lágrimas escorrerem por meus olhos —

     "— Como sua mãe lhe tratava?"

     "— Ela era boa, quando não estava bêbada"

     "— Ela lhe batia, quando estava bêbada?"

     "— Sim. Lembro de quando eu tinha 4 anos, eu estava no sofá assistindo televisão, ela chegou em casa, bateu em meu rosto, e desligou a tv. Ela disse que aquilo não era hora de vagabunda estar assistindo televisão".

     "— E seu pai?"

     "— Ele era um ridículo, todas as vezes quando a omma não estava, ele chegava em casa com uma puta diferente, e eu convivi com isso durante toda minha vida".

     "— E seu irmão?"

     "— Não me faz lembrar dele por favor — Minhas lágrimas começaram a ficar mais intensas, a pior coisa em toda minha vida, havia sido ele —"

    "— Ele lhe fazia mal?"

    "— Sim — Falo soluçando —"

    "— O que ele lhe fazia?"

     "— Ele..."

    Eu estava fazendo minha tarefa escolar, na mesa que tinha na sala — já que eu estava estudava em casa, tinha muita tarefa — meus pais haviam saído, e estava apenas eu e Hyunjae.

      Sentia que ele estava olhando para mim, e eu estava com medo, ele já tinha me assediado várias vezes, e eu não queria que ele fizesse algo pior comigo. Me levantei - basicamente fiquei de joelhos na cadeira - para olhar um dos vários livros que estavam abertos na mesa, e consequentemente, empinei um pouco minha bunda.

     Só lembro de ter sentido um tapa forte nela, e...

     "— O que aconteceu?"

     "— Não... Não me faz lembrar, por favor"

Stupid cupid - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora