Forever - KTH

10 - De novo não

Volto para a pizzaria.

DuEui me encara e fala sem som:

"Se fodeu"

Encaro-o assustado.

- Por quê?

- KIM TAEHYUNG - O Sr. Lee grita. - MAS QUE MERDA VOCÊ FEZ DESSA VEZ QUE FOI ATAZANAR A VIDA, DE UMA PESSOA QUE NEM CLIENTE ERA?

- Eu... - tento me justificar mas ele me interrompe:

- VOCÊ ESTÁ DEMITIDO.

- O quê? - pergunto besta.

- DEMITIDO - repete.

- Mas...

- Qual parte de demitido você não entendeu, seu merda? - Ele pergunta se aproximando de mim e colocando o dedo no meu rosto. - Além de tudo é idiota?

- Senhor Lee - Kwan fala. - Não acha que está sendo...?

- Não - ele fala sem tirar o olhar de mim. - Esse imprestável dá mais prejuízo que outra coisa. Pelo menos agora eu tenho motivo para te demitir.

Encaro-o sério e coloco a mochila na mesa. Eu estou irritado, muito irritado.

Vou até o vestiário e pego tudo que é meu saindo em seguida, sem falar com ninguém. No caminho começo a chorar, que merda.

O motivo justo dele me demitir é eu ir visitar uma amiga minha? E onde eu vou arranjar outro emprego? Quem quer contratar uma pessoa de vinte e dois anos que já tem a ficha suja.

Me culpo mentalmente por ter discutido com o gerente um tempo atrás.

Respiro fundo me apoio num muro para me acalmar. Como eu vou conseguir o dinheiro de Kum agora?

Começo a sentir o aperto no peito e a hiperventilar. Escorrego até sentar no chão e tento pensar em algo bom, mas não tem nada bom para pensar.

Tento controlar a respiração mas não consigo. Tudo começa a ficar preto. Eu não quero desmaiar, mas não é como se controlasse isso.

...

Acordo no mesmo lugar em que apaguei. Está escuro, então checo no celular e é a madrugada do dia seguinte.

Suspiro aliviado por não terem chamado a polícia.

Faço meu caminho até minha casa e me jogo no sofá. Eu ainda tremo um pouco mas acredito que não desmaio mais.

Encaro o pote com o dinheiro que eu tenho. As gorjetas que a garota me dá realmente estão me ajudando. Continuo me sentindo desconfortável com isso, mas não recuso.

Eu sou uma pessoa desprezível.

Coloco um casaco e saio para ir ao posto. Eu sei que são cinco da manhã e metade da cidade ainda está dormindo, mas agora que estou desempregado preciso trabalhar para conseguir pagar Kum. Porque só depois disso eu vou conseguir ter uma vida normal.

Eu não quero passar o resto da vida trabalhando para pagar essa merda dessa dívida.

...

Eu devo estar realmente péssimo, porque a Sra. Bom me deixou ganhar no pôquer. E teve até um cara que me deu dois mil wons aqui no posto.

- Está aqui até agora? - o cara da lojinha pergunta.

Dou de ombros. São seis horas e normalmente eu saio do abrigo direto para a pizzaria.

- Pois é, preciso trabalhar.