Forever - KTH

22 - Fantasmas

- Você está bem, garoto? - o senhor Ah pergunta, entrando no vestiário.

- Desculpa ter deixado isso acontecer de novo - peço encarando o chão, sem coragem de levantar o olhar para ele. É hoje que eu sou demitido.

- Eles não eram o pessoal do Kum, e disseram ser seus amigos, é isso mesmo?

- Eles já foram meus amigos. Não quero mais nada com eles hoje em dia, mas parece que eles não entendem isso, e continuam me seguindo por aí - digo cansado.

- Bom, eles não vão mais perturbá-lo aqui. Porém eles vieram com mais um rapaz, que não se envolveu na confusão. Então se mais alguém perturbá-lo, avise aos seguranças.

- Não vai me demitir? - pergunto, recebendo um tapa de Mino.

- Hoje não - respondeu antes de sair.

- Isso é coisa que se pergunte, TaeHyung? - Mino me repreende.

- Desculpa, Hyung. Mas eu quebrei várias coisas, assustei os clientes, fiz três deles serem expulsos eu... esperava uma demissão.

- Relaxa, o.k.? Com os garçons também, mas é menos, mas sempre vêm pessoas revoltadas aqui procurando por algum dos acompanhantes, fazendo escândalos... Você sabe que o senhor Ah não é uma pessoa ruim. Ele se preocupa com os empregados e não vai deixar alguém vir aqui para deixá-lo desconfortável.

- Ele diz que já é uma profissão com contras de mais - um homem fala, aproximando-se de nós. - Que pelo menos aqui é um local seguro.

- SooJin, TaeHyung. TaeHyung, SooJin - Mino apresenta e curvo minha cabeça em sua direção. - Ele trabalha aqui desde antes deu ser contratado.

- Sabe? - ele senta do meu lado. - Às vezes, as pessoas não conhecem limites. Acontece sempre de aparecer uns loucos por aqui, não precisa se sentir mal por isso.

- Obrigado, Sunbae - sorrio fraco para ele.

- Ele é fofo, onde o encontrou? - rio novamente, com um pouco de vergonha.

- Ele é novo, senhor Kwan que trouxe.

- Ah sim. Não se preocupe, com o tempo você se acostuma com essa loucura - afirmo e ele levanta. - Fique de olho nele que eu vou voltar ao trabalho.

- Pode deixar - Mino garante.

- Até mais, TaeHyung.

- Tchau... - falo baixo ainda sem entender porque ele foi legal comigo.

- Eu vou chamar um carro pra te levar para casa.

- Não, eu vou continuar. Eu consigo - falo levantando.

- Tae...

- Eu consigo, Hyung. Sério. Eu... quero continuar. Não estou tão mal - não posso estar tão mal.

- Certo, mas vou ficar de olho em você.

- Obrigado - digo, mesmo que me culpe por estar dando trabalho a ele.

Nós saímos juntos e vamos ao balcão. Alguns funcionários perguntam se estou bem e afirmo a todos, mesmo que não saiba se estou realmente bem. Ver os Hyungs ali... não posso dizer que não me desestabilizou porque não é verdade. Eu continuo afastando eles porque sei que é o certo a fazer, mas ficar encontrando eles assim, ter eles me seguindo por aí, isso dói, dói porque me lembra de uma época que nós éramos amigos, uma época que não existe mais.

E por que eles continuam vindo atrás de mim? Depois de todos esses encontros, por que ainda não desistiram?

YunHo, o rapaz com quem estava falando antes de surtar, vem até mim e sorrio para ele.