18 - Por um amigo

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Esse capítulo contém agressão física

Acordo e, surpreendentemente, ela não está parada de modo assustador me observando. Olho em volta e ela também não está no quarto.

Estranho.

Encaro a janela pensando em fugir dali e evitar qualquer conversa constrangedora que ela queira ter.

Não suma ela disse. Se eu fizer isso acabarei irritando-a ainda mais.

Suspiro. Não posso continuar fugindo dela. Afinal ela me ajudou ontem antes da gente brigar.

Ando pela casa procurando por ela, mas não a encontro em nenhum dos cômodo que conheço - e não me sinto confortável em bisbilhotar a casa dela - então espero que ela apareça no sofá da sala.

...

Seis e meia ela passa pelo corredor para a cozinha, então sigo-a e paro na porta.

Ela começa a tirar algumas louças do armário com raiva o que me deixa na dúvida sobre começar uma conversa ou não porque ela parece realmente irritada. Então sento no chão e espero ela terminar de cozinhar, comer.

Encaro ela por um tempo, mas ela nem olha na minha direção, o que me deixa meio nervoso.

Quando termina de lavar os pratos ela já parece mais calma, então pergunto:

- Sobre... sobre o que queria conversar? - ela se bate na pia derrubando algumas panelas que fazem um barulho alto. - Você está bem? - pergunto preocupado levantando.

- Há quanto tempo está aí? - ela pergunta assustada com a mão no peito.

- Desde que chegou, você não me viu? - pergunto confuso.

- Claro que não, você estava aí escondido - reclama.

- Escondido? Eu estava sentado aqui te encarando o tempo todo.

Ela respira fundo.

- Eu achei que tinha ido embora - fala mais calma.

- Eu pensei em fazer isso. Mas você disse para que eu ficasse ontem de noite, e você já estava irritada, não queria que se irritasse mais ainda por minha causa.

Ela sorri.

- Obrigada - fala contente.

- De nada? - falo confuso e ela ri.

- Dormiu bem? - assinto. - Comeu?

- Eu não como de manhã - falo.

- Por que não? - pergunta confusa.

- Ah, sei lá. Não é sempre que eu tenho comida sobrando lá em casa e prefiro comer de noite. Ela me encara com pena. - Por favor, não me olhe desse jeito. É horrível, eu estou bem desse jeito, o.k.?

Ela morde o lábio inferior e encara o chão.

- Desculpa - fala. - Venha comer logo.

- Eu não quero - falo fazendo birra.

- Eu não me importo. - diz colocando uma porção de arroz para mim. - Venha logo comer, você não disse que não queria me irritar mais?

Suspiro e vou até ela.

- O que você queria falar? - repito sentando na ilha para comer.

- Desculpa ter gritado com você ontem - ela fala. - Eu passei dos limites. A vida é sua e as escolhas são suas, se você quer... se prostituir, ou qualquer coisa do tipo, eu não tenho nada a ver com isso e...

Forever - KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora