Cinco anos atrás >>>
⎯ Está dizendo que Kiara, tem câncer?⎯
Disse Dereck, cerrando o cenho em preocupação. A voz melancolicamente reprimida.⎯ Infelizmente. ⎯ O jovem medico que segurava os exames recém avaliados, assente, notando o homem de terno sentando a sua frente que está mortificado.
⎯ Qual é o tipo do câncer? ⎯ perguntou ele com a cabeça baixa, quase não movimentando os olhos do piso de arenito da sala de reunião, no hospital particular.
⎯ Detectamos no sangue, Sr. Anderson. ⎯ Informa o médico com pesar.
⎯ Leucemia?
⎯ Não, nem muito menos Mieloma. Não achamos a origem, mas está se espalhando rápido. ⎯ Seu tom é de amparo. Ele queria poder fazer alguma coisa, além de ficar ali falando desgraças de um resultado de uma ressonância.
⎯ Quanto tempo ela tem? ⎯ questionou permitindo afundar-se na poltrona, observando a esposa ao lado com a aparência de intransigência. Como ela conseguia simplesmente continuar sem afetação?
⎯ Sem um tratamento, menos de um ano. ⎯ ele afirmou.
A imagem da sua garotinha medeia entre seus pensamentos, as coisas estavam rápidas demais. Dereck Anderson não consegue raciocinar direito. Ele ainda olha a mulher, procurando algo para tornar aquele momento sustentável.
Não há nada nela que condiz com suas expectativas. Então, Jane a olha de maneira fria e indiferente, e finalmente abre os lábios para pronunciar.
⎯ Ela está morta, não há nada a fazer. Não vamos prolongar essa doença. ⎯ respondeu Jane, tomando a mão do marido.
Dereck Anderson arregala os olhos, e sentiu as palavras despedaçarem cada pedaço de esperança. Ele em todo o seu casamento nunca viu falta de humanidade em Jane, como naquele momento.
O médico perguntara a si mesmo se Jane referia-se ao câncer ou, a sua própria filha ao dizer Prolongar essa doença.
Uma semana depois, Kiara Anderson escolherá o seu primeiro caixão com a sua mãe.
*************
Do outro lado do quintal dos Resten próximo aos canteiros de tulipas, e orquídeas. Kiara Anderson observava Jason Resten, arremessar a pequena bola amarelada sob a imensa rede
de tênis, para Richard.Eles corriam de um lado para outro, rebatendo a bola com a raquete denotando rigorosidade. Jason tinha as mesmas características do seu pai, a postura e face rígida, e a pretensão.
Ela acenara para o castanho que acabara perdendo o último Set por desviar os olhos da bola. Jason ergueu uma mão para o seu pai.
Suor e a respiração tensa do jovem, apontava o seu desgaste físico. Ele retirou o boné da cabeça, aproximando de Kiara Anderson com os olhos cerrados em questionamento.
A garota flamejante terá inusitadamente a sensação dos braços acolhedores dele entrelaçar em seu corpo, e os lábios estreitos penetrar em sua bochecha esquerda. Ela evidentemente não compreendera de modo algum a situação, até ele se afastar com um falso sorriso ameno.
⎯ Aly contou para meu pai sobre “Nós”. Tem que acenar e sorri pra ele, se quiser que ele acredite nessa sua farsa. ⎯ Diz entredentes em uma de suas raras tonalidades baixas.
Kiara fez o que ele pediu, depois vera ele segurar em seu braço, e a levar para distante da quadra retangular.
⎯ Não me avisou sobre esse novo conciliábulo. ⎯ apontou ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sem Cores, Sem Dores
Teen FictionKiara Anderson desde criança sofreu com sérios problemas de saúde, por conta de um câncer. No quase fim da adolescência, depois de varias tentativas de suicídio sem nunca conseguir chegar ao final, a mesma decide arrumar todos os preparativos do pró...