Pais

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Eu tinha feito mais uma burrada. Eu estava fazendo a minha mãe brigar ainda mais com o meu pai. Ele a chamava de irresponsável por me deixar "daquela forma".

Era muito ruim deixar que a mamãe escuta-se isso. E eu não tinha forças e nem direito de falar nada. Meu pai estava certo quando disse que eu estou largarda. Mas é por dentro, é nos sentimentos de solidão e abandono. E não por causa das minhas escapadas à noite para beber.

- Joy - mamãe veio com uma rosa na mão em minha direção. - Deixaram para você.

Estava cheia de perfume pois consegui sentir de longe. Contendo um cartão. Eu não pude segurar o meu sorriso.

- É do Jacob, ele disse que me faria bem respirar novos ares. Como o perfume dele - mamãe riu junto comigo.

- Mas o nome do garoto é esse mesmo? É estrangeiro?

- Você não viu ele aqui em casa, me trazendo? - franzi a testa.

Ela me abraçou, dando tapinhas em mim.

- Querida, estrangeiro também tem rosto como o nosso. Ainda mais um mestiço.

Era uma grande verdade. Será que ele era um mestiço?

- Vou perguntar para Irene, não sei nada sobre o garoto - suspirei, cansada da minha própria lerdeza de tomar a frente sobre as coisas.

Talvez se eu tivesse mais atitude, já tinha ganhado o mundo. Taehyung estaria orgulhoso disso.

- Faz isso, ele me parece uma boa pessoa - ela piscou, me deixando envergonhada.

Seria Jacob uma nova rosa na minha vida?

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Irene estava arrumando as mesas quando cheguei no restaurante. Ela não parecia a garota bêbada que me deu apoio para curtir sem limites.

- Oi.

- Oi, Joy - continuou passando o pano pela madeira suja de poeira.

- Preciso desabafar.

Irene me assustou quando puxou a cadeira com força e sentou-se. Essa sim, gostava de uma fofoca. Peguei o pano de sua mão, fazendo o seu serviço para não levarmos uma bronca da minha mãe. Só de saber que alguém queria me ouvir, eu me sentia mais feliz, como antes.

- Bumonim- falei, suspirando.

Aquela mesa realmente estava suja.

- Ele ainda está cobrando da sua mãe alguma responsabilidade por uma garota de maior? - ela riu, descrente. Irene cruzou as pernas e bateu na coxa, xingando.

Meu pai não era presente sempre. Não era de se preocupar direto. Não fazia muita questão de nada que me envolvesse. Mas agora, ele estava em cima, causando discussões e conflitos.





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Bumonim é um termo coreano que se refere aos pais.
Beijos.

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