The Rose

A Carta

- Você estava falando com ele? - perguntou Kook, com os pelos arrepiados.

- Ele ainda não vai com a sua cara - dei dois tapinhas em seu braço.

Jeon suspirou fundo, quase se borrando. Jimin segurou em minha mão e se inclinou para frente.

- Eu vou cuidar bem dela - sussurrou.

Ninguém cuidaria, ninguém além de mim mesma. Tenho força e preciso usá-la, até porquê alguém está me esperando.

Depois que saímos do cemitério fomos direto para a minha casa. Eu precisava de um banho longo para tirar o cheiro de Taehyung do meu corpo. O perfume dele grudou como uma espinha madura.

Tirei a minha roupa e afundei na banheira. Aqueles pensamentos não saíam de mim, não saíam e ficavam mais intensos. Era tão difícil tentar se reerguer com a angústia me puxando para baixo. Taehyung não ajudou ao dizer que me esperava.

Respire fundo, Joy. Hoje não é o seu dia, tem pessoas que te amam. Pessoas que se importa com você. Sejam ruins ou boas, elas precisam de você.

Me levantei com falta de ar e corri para fora do banheiro. Não sou capaz disso, não quero terminar assim. Não sou Taehyung.

- Joy, o que foi? - Jimin se aproximou e me segurou depois que caí em seu colo.

Deixei ele ir embora, deixei alguém que amava ir. Fiz a melhor escolha mas, agora estou perdida. Achei que a sensação fosse diferente.

Ignorei os gritos da minha mãe, estando histérica por nada. Tentei manter meus olhos abertos pois não quero voltar em memórias passadas, não quero adormecer nas esperanças mais tolas do mundo.

Ele não vai voltar, esse é o fim.

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- A verdade é que eu fiquei com raiva quando ele se matou - falei.

Jimin assentiu, apertando a minha mão. Passei a noite toda no hospital por causa da minha mãe, ela achou melhor assim. O médico desconfiou de uma pequena crise de ansiedade. Ele não tinha que desconfiar de nada, tinha que afirmar.

- Eu fiquei me questionando o motivo do suicídio por dias - suspirou Jimin, depois deu um sorriso amarelo.

Todos nós, fizemos isso.

- Ele não deixou nem mesmo uma carta - fechei a mão, vendo a minha veia levantar. Eu tenho agonia de hospitais e suas agulhas do tamanho de um garfo. - Típico, garoto de poucas palavras.

Jimin riu, riu tão alto que os enfermeiros deveriam ter ouvido. Parou rapidamente quando Jacob entrou no quarto com um buquê gigante de flores. Ele não gostou muito de revê-lo.

- Eu vou sair, qualquer coisa me grite - disse Jimin, passando ao lado dele e deixando claro que não gostou de sua visita.

Jacob parecia perdido com a presença do garoto. Eu sei, o meu coração é fraco demais. Tão fraco que ameaçou parar.

- Irene e Seokjin estão lá fora - disse ele, me entregando o buquê.

Provavelmente morreriam quando vissem o Park lá fora. Poderiam sair no murro que eu não me locomoveria para intervir. Não sou a única que precisa resolver problemas pessoais. Eles se conhecem à anos e tem os seus conflitos que estão atrapalhando qualquer nível de comunicação entre nós.

- Obrigado por virem - ainda tenho a minha educação intacta. - Veio pedir desculpas?

- É claro que não.

Franzi a testa.

- Vim te trazer essa carta do Taehyung que achei dentro do meu livro.

Espera, não veio pedir desculpas e ainda achou uma carta do meu namorado? E por que ele deixaria algo com esse brutamonte?

- Não me arrependo de mentir pra você, sabe por que? Porque com certeza, como previsto, acharia que era por pena. Não se diminua tanto, Joy.

- Não acredito que você veio dizer isso para mim com a maior cara de pau. Está dizendo que a minha auto-estima é baixa?

- Joy, entenda como quiser. Eu não vou falar novamente pra você que te amo.

- Acabou de dizer - sorri, me sentindo vitoriosa.

Jacob deixou a carta comigo e foi embora. Ele não deu uma trégua, eu também não daria. Não é dessa forma que me imaginei agora, sendo cortada junto ao meu orgulho.

Mas agora eu estava sozinha e com uma carta que precisava ser lida, não tinha tempo para sofrimentos.

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O amor se acaba pelo orgulho, apenas deixem de cu doce.
Jacob também não dá trégua.
Beijos.