Então Morra

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- Por que veio? Seulgi acabou de sair daqui, nós brigamos - Jeon agarrou a caneca de chocolate quente como se fosse a primeira coisa a tomar no dia.

- Eu não me importo com ela ou com a briga de vocês. Estou aqui porque me sinto no dever de estar.

- Está com medo de que eu morra e a sua consciência pese? - perguntou, rindo. Já estou me arrependendo de ter vindo.

Kook nunca foi muito simpático. A nossa amizade aconteceu aos poucos e foi um grande desastre. Eu sempre estava trocando farpas com o mesmo. Pareciamos iniamigos; amigos e inimigos.

Mas com o tempo, eu me acostumei. Ele é assim desde pequeno. Sempre ouvindo ordens e as obedecendo como um bom filho mimado e rico. Tudo isso o destruiu.

- Tenho pena de você - soltei um sorriso amargo, que doeu.

- Do mesmo jeito que tinha do seu namorado depressivo? - perguntou ele.

Do que estávamos falando?

- Que?

Kook jogou a caneca no chão, visivelmente nervoso.

- Taehyung tinha depressão sua miserável! E você nem mesmo sabia disso? Que tipo de namorada é essa? - gritou tanto que eu levei uma chuva de saliva. - Para de fingir a lesada, porra!

Eu não sabia disso porquê ele nunca me contou nada. Taehyung só sabia rir e fazer palhaçadas. E quando os meus olhos viam o seu rosto sério, ele mudava de humor rapidamente.

- Você é tão besta.

- Pior que sou. Sou primeiramente, por estar aqui. Essa foi a última vez que tentei falar com você, Kook. Pessoas assim, morrem sozinhas - cutuco o seu peito. - Não chame pelo meu nome no seu leito de morte e nem espere que eu vá ao seu enterro.

Essa foi a melhor coisa que já fiz na vida. Saio por onde entrei com um orgulho contagioso crescendo dentro de mim. Preciso disso, de amor próprio. Vejo Irene abrir os braços para me abraçar quando me aproximo do carro.

- Não precisa, eu sou mais forte do que isso - sorri.

Taehyung, à partir de hoje, quero que se orgulhe de mim. Estou fadada ao fracasso se eu mesma quiser. Se não, irei longe.

- Como foi? - perguntou Irene, abrindo a porta do carro para mim.

- Terrivelmente bem. O câncer dele caiu na hora certa.

- Meu Deus, Joy - Irene engoliu seco. - Câncer?

- Sim.

Irene e Jacob pareciam dois pedaços de madeira tão duros. Eu devo ter sido muito fria.

- Seulgi me contou - falei. - Kook precisa desse castigo. E não creio que um garoto rico como ele vá morrer tão cedo.

- Não brinque com as possibilidades - Jacob falou tão baixo que quase não escutei.

Por que essa preocupação ridícula com Jeon? Ele nem presta como ser humano!

- Ricos tem sempre uma segunda chance mais rápida que os pobres. Não é injusto? - suspirei.

Kook passaria por isso sozinho e sobreviveria. Eu sei disso. Todos nós sabíamos disso.




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Me desculpem não está atualizando tão rápido. Semana que vem é semana de prova.
Beijos.

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