Capítulo XXXVII

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As coisas estavam seguindo conforme o planejado, agora faltava pouco para ela enfim conseguir se vingar de todos que a prejudicaram e ninguém, ninguém mesmo iria conseguir escapar. Anos preparação com o ódio a consumindo dia após dia, sendo consumida pelos demônios que habitavam o coração dela. Um coração negro e que bate mesmo não tendo vida, logo as mascaras iriam cair e apenas ela sairia intacta.

Afinal a sua sanidade já não existia há muito tempo, e ela não iria dar clemencia a quem não teve por ela. A sede de sangue e vingança era o que a motivava, apenas ela sabia o porquê de tudo aquilo e iria permanecer assim. Não haveria pontas soltas, ela seria perfeita. Ela divagava enquanto caminhava na direção do carro, as provas contra seu pai eram irrefutáveis, ainda mais depois do arquivo que o FBI apresentou contendo todos os crimes do querido papai de Dominique White.

A princesinha do papai que teve uma vida privilegiada e roubada! Mas o destino não ia ser mais tão generoso com ela, o inferno seria um paraíso perto do que ela vai passar. Mal havia entrado no carro e seu celular tocou, uma olhada na tela e ela sabia quem era o idiota que a perturbava.

— Olá meu amor, já estou a caminho, você sabe que preciso fazer uma rota alternativa para chegar ai. Estarei em seus braços em apenas quinze minutos. — desligando depois de fazer uma careta, ela pensou que teria de tolerar aquilo por mais um pouco. — Eu nunca cortei a língua de alguém, mas me sinto tentada a fazê-lo! — sorrindo ela seguiu na direção do esconderijo deles.

A rota alternativa se mostrou bastante movimentada, carros de policia patrulhavam por todos os lados, o cerco enfim estava se fechando, aquele jogo de gato e rato que ela estava jogando com eles já estava ficando chato. A impaciência que às vezes ameaçava subir a superfície polida e fria, mas a sede de vingança a mantinha focada.

Mas aquele bastardo do Cristian estava dando nos nervos, serzinho dependente e pegajoso, mais parecia um animal do que um ser humano, não era de se admirar que ele nunca tenha sido reconhecido pela família Aguillar como um dos seus. Quem gostaria de ter um encosto deste como familiar, a mão dela tremia de desejo de apertar o gatilho, varias vezes ela fantasiou como seria atirar nele, ver sua fronte ser invadida por uma bala, carregando massa encefálica por onde passa, ver aquele olhar patético de aprendiz de psicopata se apagar, oh quão doce seria.... mas o momento logo iria chegar.

***

Zack andava de um lado para o outro, os pensamentos em sua mente giravam em uma espiral vertiginosa, indo e voltando, analisando acontecimentos, cenas, falas e ações, algo ali estava errado, e eles tinham que descobrir o mais rápido possível. Seus pensamentos foram interrompidos quando uma enfermeira adentrou a sala e avançou na direção de Iago que permanecia olhando a paisagem pela janela.

— Senhor! Senhor! A senhora Aguillar esta chamando o senhor, ela esta desesperada os médicos não conseguiram acalma-la e ela não deixa ninguém chegar perto para seda-la. Por favor, nos ajude esta agitação não será boa para ela.

Connor foi o primeiro a passar pela porta, seguido de perto por Santiago e Iago, Zack sentiu um fisgar constante em sua nuca e aquilo o preparou para o momento tenso que viveriam. Ao entrar no quarto encontraram Casey entre a cama e a parede próxima a janela, ela havia armado um tipo de barricada para que ninguém conseguisse se aproximar dela. Iago, o "encantado de cobras" como Zack se referia a ele, começou a falar de forma mansa e baixa com Casey, aquela era uma habilidade que devia ter sido aprimorada durante a sua carreira.

Uma sutil alteração no tom de voz dele fazia com que o sangue de todos gelasse, a fama de frio e implacável estava de certa forma descrevendo corretamente o homem impecavelmente vestido que se aproximava de Casey, que tremia violentamente apesar de a temperatura do quarto estar elevada.

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