Capítulo 5 - Dru

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Chegamos na boate no horário marcado para encontrar com a louca da Jenna.
Só não entendi o porquê dessa conversa ser aqui. Ou melhor, até desconfio. Ela adora um drama e isso sempre me tira do sério. Se ela acha que marcando esse encontro em um local público me obrigaria a manter o controle, não poderia estar mais errada. E ela deveria saber disso.
Sem perder tempo eu e o Thunder nos dirigimos a sala VIP, e assim que entramos ela já estava bem instalada em um dos sofás.
Assim que me viu depositou o copo de água, que estava na sua mão, na mesinha ao lado e levantou vindo ao meu encontro rapidamente.
A sua primeira reação foi tentar me beijar, mas logo a afastei de mim.
A sua cara de indignação não combinava em absolutamente nada com a situação. Ela sabia quem eu era e o que eu não queria para mim. Mesmo assim armou para o meu lado.
— Porque está me tratando assim?
— E ainda é mais do que merece. Agora senta e vamos conversar.
Como ela viu que eu não estava nenhum um pouco inclinado a ceder, fez o que eu mandei e ficou me aguardando.
O meu irmão se aproximou e disse para que somente eu escutasse.
— Dru, quer que eu espere lá fora? Essa conversa é bem pessoal e eu não estou afim de escutar nenhum lance íntimo.
— Não, preciso de uma testemunha caso essa louca tenha alguma intenção de aumentar o que vai acontecer aqui.
Ele acabou assentindo e antes de nos juntarmos a Jenna passamos no bar para nos hidratarmos com whisky.
O primeiro copo servido acabei virando de uma única vez para tentar acalmar os meus nervos que estavam a ponto de perder o controle. Só de olhar para essa mulher eu já saía do eixo.
Pedi mais uma dose ao barman e olhei para a cara da cínica. Suspirei fundo e antes me juntar àquela criatura e resolver esse lance de uma vez por todas olhei para o garçom e o barman com uma cara de poucos amigos.
— Saiam!
Não precisei falar duas vezes.
Quando estávamos somente os três na sala comecei o interrogatório.
— Agora me explique aquela carta ridícula.
— Não é ridícula! — A sua voz saiu esganiçada e isso me fez fechar os olhos. Contei até dez e a olhei novamente.
— Só desembucha essa merda de uma vez.
— Você é um grosso Dru.
— Porra! Vai falar essa merda logo ou eu terei que arrancar de você?
O seu rosto ficou branco com a minha explosão e a sua mão deu uma ligeira tremida.
— Eu...eu estou grávida!
— Isso eu sei. Você deixou bem claro na carta.
A sonsa ficou me olhando sem dizer nada e isso estava me tirando do sério. Ela sabia perfeitamente o que eu queria saber. Quem era o pai, porque eu definitivamente não era.
Nunca transei sem camisinha e lembro perfeitamente que depois que fodemos ela não estava estourada. Em nenhuma das vezes. Isso é uma coisa que eu lembraria e com certeza se tivesse ocorrido enfiaria uma pílula do dia seguinte goela abaixo da infeliz. Sem contar que vadias assinam um acordo com o clube se comprometendo a manter a injeção de anticoncepcional sempre em dia.
— Vo...você é o pai.
A minha primeira reação foi rir, e ri com gosto. A segunda, foi segurá-la pelo pescoço, porém sem apertar. O seu corpo tombou para trás e ela ficou com a cabeça apoiada no encosto.
Se ela já estava branca agora estava transparente.
Uma coisa que não perdoo é quando um infeliz ou uma infeliz, como nesse caso, tenta me passar a perna.
Aproximei o meu rosto ao dela com a ira saindo pelos poros.
— Eu vou perguntar só mais uma vez. Só que dessa vez pense bem no que vai falar. Que ameaça foi aquela e quem é a porra do pai? E só para te lembrar o quanto é idiota, estamos no século vinte e um e se ainda não sabe existem exames de DNA. Já ouviu falar?
O seu rosto estava começando a ficar vermelho, pois aumentei a pressão da minha mão devido a impaciência que me tomava.
Ela assentiu sem dizer nada, então continuei.
— Se insistir com esse absurdo eu vou aguardar pacientemente essa criança nascer e a primeira coisa que farei será a merda desse exame. E acredite, não terei piedade alguma de você quando aquele papel indicar que eu não sou a porra do pai. O seu filho ficará órfão ainda dentro do hospital, está entendendo?
Quando os seus olhos pensativos desviaram dos meus eu sabia que ela falaria a verdade mais cedo ou mais tarde. E se fosse esperta optaria pelo mais cedo.
De repente começou a chorar, o que não me comoveu em absolutamente nada. Então optou pelo contato tentando me abraçar, mas a minha mão apertou um pouco mais impedindo que isso acontecesse.
— Dru, ela vai morrer se você não parar.
Olhei para o Thunder e percebi que estava perdendo o controle da situação. Mas não seria nada mal se essa infeliz partisse para o inferno.
No minuto que a soltei a filha da mãe não parava de tossir, mas logo que se recuperou não perdeu tempo e veio tentar me abraçar novamente, mas felizmente me esquivei rapidamente levantando e colocando uma distância segura entre nós.
Quando percebeu que eu não cederia e nem me comoveria ela tentou se livrar da culpa.
— A ideia não foi minha. — Disse baixando a cabeça em seguida, se fazendo de vítima.
Quando o cerco apertava todos eles eram absolutamente iguais. Um bando de covardes. Eram capazes de culpar a própria mãe para saírem ilesos.
Como ela percebeu que eu não perguntaria nada levantou a cabeça e me olhou. O que viu não deve ter sido nada bonito, porque imediatamente mudou a sua tática.
— Nós não temos chance alguma com vocês. Somos usadas e descartadas em um piscar de olhos. Nós temos sentimentos, sabiam? Nos apaixonamos como qualquer um e...
— Não me venha com essa merda de paixão. Todas vocês são muito bem avisadas quando imploram para ser uma puta do clube. Sabem que estão ali somente para sexo e nada mais do que isso. Ninguém obrigou vocês a nada e muito menos são prisioneiras, podem ir embora a qualquer momento.
— MAS EU ME APAIXONEI POR VOCÊ!
Avancei na sua direção perdendo a cabeça, mas logo fui abordado pelo Thunder que segurou o meu braço e disse só para que eu escutasse.
— Calma cara! Não vale a pena.
Contei até dez e olhei novamente para a safada.
— Você sabe que ninguém me ameaça e sai ileso, não sabe? Que merda deu na sua cabeça achando que esse era um bom plano?
— Eu...eu... juro que não ia cumprir o que falei.
Eu só poderia rir depois dessa.
— E nem conseguiria Jenna. Só que você apostou alto demais.
— Eu fiz sem pensar Dru, eu juro.
— Me ameaçar dizendo que mudará de clube e contará todos os nossos esquemas para os Blacks foi um grande erro.
Ela levantou na mesma hora e a palidez voltou ao seu rosto.
— Mas você sabe que eu não sei de esquema algum. Esse tipo de informação não chega até nós. Vocês se trancam naquela sala e não deixam ninguém entrar. Eu só falei para chamar a sua atenção e pensar em tudo o que já tivemos...
— O QUE NÓS TIVEMOS JENNA? — Eu definitivamente já tinha perdido a porra da minha paciência. — Algumas fodas? Me diga quantas vezes você dormiu na minha cama?
Ela ficou em silêncio.
— FALA!
Nitidamente levou um susto fazendo-a dar um passo para trás, mas acabou falando, mesmo que muito baixo.
— Nenhuma.
Ela apertava uma mão contra a outra mostrando o quanto estava apavorada. E tinha que ficar mesmo.
— E porquê?
— Porque você não dorme com mulher alguma, só fode.
— Isso mesmo, eu só fodo. Não me envolvo.
Ela baixou a cabeça novamente e a criatura estava claramente arrependida. Mas ela sabia que não sairia ilesa disso tudo.
— Agora me diga: quem.é.a.porra.do pai?
Mais uma vez ela falou tão baixo que eu quase não escutei.
— Ninguém. Eu não estou grávida.
Essa era a resposta que eu precisava.
Coloquei as mãos na cintura e olhei para o alto respirando fundo, buscando um fio de paciência para não dar um tiro da testa da infeliz, pois sujaria o lugar de sangue.
— Thunder?
Ele se aproximou rapidamente aguardando as minhas ordens.
— Você sabe o que fazer.
— NÃO! Dru, pelo amor de Deus não. Eu prometo que não farei mais isso. Por favor! Me perdoa!
Na mesma hora o meu irmão fez a ligação que deveria e em menos de dois minutos quatro soldados apareceram para escoltar a Jenna para o inferno.
Eles sabiam o que fazer e eu tinha total confiança de que nenhum rastro seria deixado para trás.
Ela ainda tentou me alcançar, mas foi barrada na mesma hora. Quando viu que não tinha mais nenhuma chance de se safar ela começou a me insultar e mostrou a sua verdadeira face de puta.
— Não tem coragem de sujar as mãos? Você é um covarde!
Cheguei perto dela e segurei o seu rosto com ambas as mãos e ela ficou mais branca do que já estava.
— Não seja por isso!
Com um movimento rápido virei o seu pescoço e o barulho do osso quebrando foi perfeitamente audível. Encarei os seus olhos abertos e assustados e soltei-a em seguida, fazendo o seu corpo desabar aos meus pés, sem um pingo de vida.
— Agora levem essa puta para o inferno.
Nós tínhamos uma saída particular pela área VIP que dava acesso à rua de trás da boate. Dessa forma não corríamos o risco dos clientes assistirem a esse tipo de desova.
— Filha da puta!
Escutei a indignação do meu irmão, mas resolvi não comentar mais nada.
Eu não gostava desses finais trágicos, mas também não pensava duas vezes em executá-los quando preciso. E todos sabiam disso.
Se a pessoa pagava para ver, eu fazia questão de mostrar o quanto as “lendas” eram verdadeiras.
Fui até o bar e me servi com uma dose de whisky tomando tudo de uma única vez antes de enchê-lo até a boca. Caminhei até uma das paredes de vidro que tinha uma vista geral do andar inferior e acabei me distraindo com uma turma bem animada que agitava a pista de dança.
Logo, uma cabeleira ruiva entrou no meu campo de visão e de certa forma fiquei curioso para saber como era o seu comportamento.
Tudo estava seguindo normalmente até que a música “Buttons” de The Pussycat Dolls começou a tocar.
A maneira como ela começou a mexer, puta que o pariu!
Nisso eu tinha que admitir, mesmo com aquele corpo ela sabia ser sensual. Prova disso foram os homens que se aproximaram enquanto ela permanecia de olhos fechados entregue a batida.
Ela alisava o próprio corpo, sem ser vulgar. O seu corpo sabia o que fazer a cada batida e confesso que assistir à sua performance e acompanhar os seus movimentos estava me deixando completamente duro.
Mais que merda é essa?
O meu pau só podia estar de sacanagem comigo.
Ajeitei-o no lugar, como se pedindo para ficar calmo, pois daquela fonte ele não beberia nenhuma gota. Não mesmo!
Acabei rindo internamente e continuei observando.
Logo em seguida o meu irmão ficou ao meu lado olhando para a pista, e pelo seu comportamento eu sabia que ele estava vendo o mesmo grupo que eu.
Fiquei atento quando um dos caras se aproximou demais e acabou segurando na sua cintura, acompanhando a sua dança.
Ela não se manifestou e continuou no seu ritmo como se nada estivesse acontecendo.
Pelo tanto que a vi beber nesse espaço de tempo eu sabia que ela não estava no seu juízo perfeito e com certeza se arrependeria mais tarde do que estava prestes a acontecer.
Me virei rapidamente para acabar com aquela historinha e não pensei duas vezes em agir.
Passei rapidamente pelos nossos seguranças e desci as escadas praticamente correndo, com o Panther no meu encalço.  Quando me aproximei fui logo tirando o safado do seu atracamento e percebi que ele estava nitidamente excitado. Me segurei para não dar um soco no filho da puta e o entreguei para o meu segurança que entendeu o recado.
O meu próximo impulso foi segurar a inconsequente pelo braço e retirá-la do meio daqueles urubus.
— Hei!
A mal-agradecida ainda teve a petulância de reclamar, mas não dei importância para a sua recusa. Eu só precisava tirá-la de lá, nem que fosse arrastada.
Quando comecei a subir a escada virei para trás há tempo de segurá-la quando tropeçou no degrau.
— Ops!
Paralisei quando a mulher começou a se agarrar ainda mais ao meu corpo. A sua mão foi diretamente para a minha barriga, analisando cada detalhe dos músculos existentes. Até achei graça do seu comportamento, mas o que ela fez a seguir me desestabilizou.
Ela enfiou o rosto no meu pescoço e deu algumas aspiradas, o que fez o meu corpo reagir ao sentir a sua respiração tão próxima.
Procurei não demonstrar o que aquela análise minuciosa estava me causando, mas quando ela apertou a minha bunda ficou praticamente impossível continuar alheio a situação.
Me aproximei do seu ouvido e a sua fragrância mexeu comigo de tal forma que nem o horrível cheiro de cigarro conseguiu me estabilizar.
— Acabou a conferência?
— Ainda não, só mais um pouquinho.
A sua proximidade e toques me deixou completamente excitado. O meu pau estava implorando para sair, o que estranhei pra cassete, uma vez que essa mulher não me atraía em absolutamente nada. Mas eu tinha que colocar um fim nesse absurdo.
— Chega!
Definitivamente a minha paciência havia se esgotado. Voltei a puxá-la escada acima até que estávamos dentro da sala Vip.
— Senta aqui!
Coloquei-a sentada no sofá e fui buscar água para que ela se hidratasse.
Foi nesse momento que a ficha caiu.
Que merda eu estava fazendo? 
Eu quero mais é que essa ruiva se lasque!
Deveria ter deixado o cara se aproveitar da situação. Seria como um adicional para o que ela ainda sofrerá por ter me desafiado.
De repente a porta abriu e uma garota entrou reclamando com um Thunder bem puto no seu encalço.
— Quem esse imbecil pensa que é?
Olhei para o meu irmão questionando-o em silêncio enquanto escutámos a conversa entre as duas.
— Quem são esses caras?
— Shhhhhhhh.
Me aproximei para resolver esse assunto de uma vez quando escutei a próxima frase.
— Mas eu estou falando baixo. Eu só quero saber porque aquele gostosão me trouxe aqui para cima.
A sua escolha de palavras acabou me pegando desprevenido e acabei pigarreando com a sua declaração.
O som que emiti não passou despercebido e assim que os seus olhos me localizaram percebi que eu não era o único puto ali. 

Dru (Série Angel Men MC) (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora