Capítulo 05.

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— Ma che! Antonella! — Enzo surgiu abrindo a porta da delegacia como fosse o dono de toda Milão, os cabelos desgranhados e o rosto avermelhado, ele também estava com a gravata afrouxada e atrás de Enzo dois homens corriam esbaforidos. Um deles eu reconheci como seu motorista, Matteo, o outro, entretanto, me era completamente desconhecido.  — Diabos! Você foi presa?!

— Eu não tive nenhuma culpa! — ergui as mãos em rendição enquanto recebia um olhar atravessado do policial gorducho a minha frente. 

— O senhor é o responsável por essa senhorita? — ele perguntou apontando para mim enquanto torcia os lábios em desgosto. 

— Não! 

— Sim! 

Enzo e eu dissemos ao mesmo tempo. 

— Antonella! — Enzo resmungou irritado, passando os dedos pelos cabelos, soando bastante impaciente enquanto me dava um novo olhar irritadiço; O homem atrás dele suspirou, olhando para Matteo que deu de ombros confuso.

 — Sim, policial. Eu sou responsável por ela. 

— Ele não é, não!

— Senhorita, guarda, guarda! Se ele não for o responsável, você vai ficar presa aqui e será fichada, entende?! Vou te colocar em uma daquelas celas e você só sai daqui com uma fiança e um advogado! — Ele terminou a frase quase gritando enquanto inclinava-se para frente e apontava o dedo gordinho em minha direção.

— Certo; Bene, bene. — Murmurei contra a gosto, enquanto cruzava os braços. — Ele é.

— Então leve-a de uma vez! Eu não quero esta mulher encrenqueira em minha delegacia! — ele disse ao Enzo, vi meu responsável arquear uma sobrancelha e lhe dar um olhar assustador e mortal, cruzando os braços e o policial se aprumou, pigarreando enquanto massageava a testa. — Eu vou dar uma ajuda e você só precisa levar ela embora daqui. 

— Ei, seu policial! — Protestei me inclinando para ele. — Eu não sou tão ruim assim, estava apenas defendendo uma criança, não faria o mesmo?!

Má che, bambina! — Ele se agitou, gesticulando. — Eu sou um policial, bene? E não faria isso com violência! — ele apontou para a porta para onde a perua havia sido levada.

— Policial. — Eu disse manhosamente. — Ela quem me agrediu, o senhor bem viu hein?

— Tanto faz! — Ele gritou parecendo sem paciência alguma. — Leve essa bambina daqui, eu não aguento mais! 

Enzo sorriu enquanto meu queixo caia, esse policial está mesmo dizendo que não me aguenta? Que culpa eu tenho que aquela velha preconceituosa continua querendo jogar todo seu veneno para cima da pobre criança? 

— Vamos, Antonella. — Enzo me estendeu a mão e eu suspirei, pegando-a e seguindo junto dele para a recepção da delegacia. Lá fora, sentada sobre os bancos, balançando os pés distraidamente e com as mãos na barriga estava a garota.  No momento em que me viu, ela saltou do banco, aproximando-se de mim mas se refreando quando viu Enzo. 

— Venha aqui. — chamo gentilmente me abaixando um pouco para ficar da sua altura. Ela ainda parece hesitante, mas se aproxima, parando em minha frente com os olhos chocolates cheios de curiosidade e confiança. Ela devia ter onze ou doze anos, ainda não havia se desenvolvido completamente, mas parecia uma criança saudável. Os olhos eram espertos e os cabelos eram como chocolates caindo picados ao redor do rosto arredondado.

Eu me derreto, simplesmente. 

— Qual o seu nome, bambina? — Ela me olha confusa por um momento e me questiono se não é uma imigrante. — Você fala italiano, cara? — Ela assente e olha para os lados, parecendo sem graça, então volto a perguntar. — Você tem um nome? — A garota torce os lábios e nega com a cabeça, eu arregalo os olhos, chocada com a constatação de que ela não tem um nome. — Oh! — murmuro surpresa, olhando para Enzo atrás de mim que parece igualmente surpreso e penalizado. — Que tal... Fiorenza? Você gosta de flores, cara? — Ela abre os olhos, surpresa e um pequeno sorriso surge quando ela balança a cabeça positivamente. — Tudo bem, Fiorenza. Agora você tem um nome, a chamaremos de Fiore. — ela abriu um novo sorriso satisfeito e eu me derreti completamente, estendendo minha mão a ela. — Você está com fome, cara? Quer ir comer algo? 

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2020 ⏰

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De frente para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde histórias criam vida. Descubra agora