Sapato Verde

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Pensei com cuidado naquela roupa. Era a primeira sessão de autógrafos. Além de ser a esposa do autor, eu também sou sua empresária. Então achei um vestido branco de alcinhas, que deixam meus ombros bem a mostra, coloquei uma faixa verde e fiz um laço atrás. Pela primeira vez usaria os sapatos que ganhei de presente do meu marido pelos seis meses de casamento.

Prendi meus cabelos numa trança embutida, deixei alguns fios soltos e caindo em volta do meu rosto. Peguei minha bolsa pequena de mão e depois as chaves de casa e do carro.

Cheguei ao evento. Era a noite de sessão de autógrafos de vários autores da editora onde eu trabalho. Cerca de doze autores principais estão em estandes diferentes para a sessão e depois cada um terá uma hora de entrevistas na roda de conversas no auditório central. Edward será o segundo, a primeira é a Stephanie Meyer com o seu novo livro de fantasia.

Edward é autor de romance/ ficção científica. Ele escreveu um livro sobre o estrando romance de uma extraterrestre e um cientista afastado da sociedade. Ele disse que pensou nisso ao visitarmos um planetário durante um dos nossos encontros. Eu até lembro o que ele disse: " Amor, se você fosse um et, ainda assim te amaria" eu respondi: " Que bom, tenho que te contar uma coisa" ele arregalou os olhos em divertimento "Olá terráqueo, eu vim aqui em paz e por sexo selvagem com você" ele riu tão alto que eu pensei que seríamos expulsos.

— Amor. - Edward me chamou. - Ei esposa, estava me perguntando no que a senhora estava pensando. Está toda risonha. - Ele me deu um beijo.

Estávamos atrás do palco, eu sabia que Edward iria subir em breve e vim dar boa sorte, mas as lembranças dos motivos que o levaram a escrever o livro ainda estavam na minha cabeça.

— Olá terráqueo! - Eu disse antes de rir de novo. Ele beliscou a minha barriga e me beijou, mesmo que eu ainda estivesse rindo. - Eu só vim te desejar boa sorte. Vou assistir sua entrevista da plateia.

— Sei o motivo de você sentar lá.

— Sabe é?

— Eu sei sim. Você quer me desconcentrar senhora Cullen.

— Fui descoberta. - Segurei um brinco meu eu falei contra o meu pulso. - Abortar missão, repito, abortar missão.

Edward sorriu de novo e ficamos ali até ouvirmos as palmas para Meyer, ela desceu e cumprimentou a mim e ao meu marido. Pediu até autógrafo para ele.

Fiquei muito orgulhosa dele.

Chegamos em casa bem tarde. O coquetel foi longo demais, mas meus lindos sapatos verdes estavam machucando meus dedos. Dramas com o sapato recém usado. Edward se despediu de algumas pessoas, eu só acenei para os meus colegas de trabalho e andei de mãos dadas com meu marido até o estacionamento.

Edward me ergueu em seus braços e me levou até o carro desse jeito. Eu ri com o seu cuidado.

— Como estão esses pezinhos?

— Acho que precisam de água quente.

— E uma massagem.

— E uma massagem. -Beijo o seu pescoço e desço do seu colo para entrar no carro. Tiro o sapato ali mesmo.

Edward entra e me olha colocar os sapatos no banco de trás. Ele abana na frente do nariz.

— Nossa amor. - Ele abre as janelas.

— Está insinuando que eu tenho chulé?

— Não. - Ele liga o carro e nos coloca na estrada

— Ah bom.

— Estou afirmando mesmo. - Dou um tapa no braço dele e ele ri de novo.

— Seu palhaço.

— Mas não pode me chamar de mentiroso. - Ele gargalhou de novo e tentou tocar na minha orelha. Peguei sua mão e a mordi. - Aí, morder não pode.

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