CAPÍTULO 3

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Alice Muniz

Mara era uma mulher extraordinária, mesmo depois da morte do Sr. Cézar ela se manteve firme por seus filhos e estava sempre ali para eles, tão diferente de Clara que sempre se mantinha afastada e nunca estava aqui quando eu precisava. Eu sempre desejei que mamãe prestasse mais atenção em mim que me desse mais amor, mas para dona Clara era pedir demais, e nessas horas era quando papai mais me fazia falta.

Eu era tão nova quando Benjamin Muniz morreu e mesmo assim no pouco tempo que tive com ele eu havia recebido mais amor dele do que havia recebido esses anos todos de Clara Monteiro.

— Sua mãe não apareceu não é mesmo? —Luís pede percebendo que procuro por alguém.

— Não, e dessa vez ela nem mesmo me ligou para inventar uma desculpa.

— Sinto muito gatinha.

— Eu estou bem, talvez tenha sido melhor assim.— Suspiro. — Se ela estivesse aqui provavelmente arrumaria algum defeito para me humilhar me colocar para baixo. — Sorrio sem humor algum. — Eu não sei por que ainda tento.

— Não fique assim, sorria, hoje é um dia muito especial e temos que estar alegres.

— Você está certo.

Luís tinha razão eu precisava estar alegre porque finalmente eu tinha conseguido me livrar de vez do "apoio financeiro"que mamãe me dava, e devia estar feliz por nunca mais tê-la que ouvir jogar na minha cara que eu ainda tinha um teto por causa dela, que eu ainda comia por causa dela. Eu estava finalmente livre.

.......

Natali estava quieta demais. Depois que Marcelo e Thiago chegaram a festa ela tinha ficado estranhamente em silêncio e hora ou outra olhava de soslaio para Marcelo que conversava animadamente com Leandro e Thiago.

— Por que não vai lá ao invés de ficar aqui com essa cara. — Falo próximo ao seu ouvido a assustando.

— Merda Alice. — Ela põe a mão no peito. — E pra que eu iria lá? —Ela olha novamente para a mesa onde a família Soteli está sentada. — Por que você não vai lá? — Ela pergunta mudando o assunto. — Leandro não tira os olhos de você. — Ela sorri. — Bom, nem ele e nem o Luís bonitão.

— Luís me vê apenas como uma amiga. — Balanço a cabeça em negativa. — Não é assim.

— Ingênua. — Natali estala a língua em negação voltando sua atenção para a taça em suas mãos.

— Ei não mude de assunto! — Ela sorri dando de ombros. — Eu sabia que você não o tinha esquecido.

— Bom amiga eu tentei. — Ela suspira. — Mas parece que não é fácil.

— Só ele para não perceber o que você sente.

— Bom, nessa estamos as duas no mesmo barco não é mesmo? — Ela olha para Leandro me fazendo acompanhar seu olhar encontrando os lindos olhos negros me encarando. Ele sorri aquele lindo sorriso torto que só ele tem o que me faz retribuir ao sorriso.

— Sim estamos. — Digo para Natali sem desviar meu olhar de Leandro.

........

Após a conversa com Natali resolvi que precisava de um pouco de ar fresco então havia subido até o terraço do grande salão que Luís havia alugado para a festa.

— Alice querida. — Olho para trás e uma loira platinada com um peito exageradamente grande me abraça me pegando de surpresa. — Quanto tempo não?

— Me desculpe, quem... ?

— Oh! Você também não se lembra. — Ela faz uma expressão triste. — Primeiro Leandro agora você. — Ela suspira. — Será que Natali também não se lembra de mim. — Ela anda de um lado para o outro agora. — Ta que no colégio nunca fomos amigas, e eu confesso eu não ia com sua cara, mas também você não deixava Leandro em paz e isso me irritava muito mas mesmo assim como vocês podem não lembrar.

LEANDRO (Irmãos Soteli) UMOnde histórias criam vida. Descubra agora