CAPÍTULO 6

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Leandro Soteli

— Alice abre a porta porra! Sou eu! — Quem poderia ser a essa hora? Já passava das duas da manhã e Alice já estava completamente apagada em meus braços e eu não queria que ela saísse daqui tão cedo. — Droga abre logo essa merda! — A pessoa na porta tinha a voz arrastada e engraçada o que indicava que ela estava completamente de porre.

— Leandro? — Olho para Alice que ainda sonolenta esfrega os olhos e tenta sair dos meus braços. 

— Alice! — A pessoa que agora descobri ser Natali continua gritando do outro lado da porta.

—Merda, desse jeito meus vizinhos vão reclamar. — Ela abre a porta e puxa Natali para dentro que começou um ataque de risos repentino.

— Até que em fim em! Pensei que não abriria para sua melhor amiga. — Ela olha para nós meio turva seus olhos quase fechando. — Ah não! — Ela joga as mãos para cima em desânimo sentando-se no sofá. — Mais de um Soteli em uma noite eu não aguento. — Reclama começando a chorar do nada.

— Natali o que aconteceu? — Alice fala mansa como se falasse com uma criança. Natali olha para mim de soslaio e percebo que é minha deixa para deixá-las sozinhas.

— Estou no quarto. — Me aproximo de Alice e a beijo me afastando logo depois percebendo suas bochechas rosadas sorrio para ela e caminho de volta para o quarto.

Eu já imaginava quem era o motivo do porre de Natali e esse motivo se chamava Marcelo Soteli. Pego meu celular e disco seu número, afinal eu estava curioso para saber o que ele fez para deixar Natali naquele estado de embriaguez. 

— Fala. — Ele ainda estava fora de casa pois o barulho de música estava alto, mas não alto o suficiente para não escutá-lo. 

— Achei que não gostasse de lugares barulhentos e cheios de gente.

— E não gosto. — Ele suspira parecendo nervoso e posso apostar que está passando a mão nos cabelos. — Mas digamos que hoje eu estava com vontade. — Ele estava meio sem paciência. — Mas logo percebi que tinha sido uma péssima, uma horrível, a pior merda de idéia que eu já tive. 

— Me deixe adivinhar. — Sorrio. — Natali apareceu. 

— Mas que merda! Como você sabe? Virou vidente porra? 

— Ela apareceu aqui no apartamento de Alice bêbada pra caramba. 

— Oh Romeu! Decidiu ver a namorada?

— Vai a merda e me conta logo o que fez para a garota.

— Nada demais, só disse o que já repeti várias e várias vezes. — Ele bufa. — Que nunca teríamos nada, e ela simplesmente deu piti. 

— Uau você e Thiago com mulheres são uma negação. 

— Ah é Romeu, então me dê algumas dicas. — Merda de apelido eu vou acabar com Pietro por me dar esse apelido de merda. 

— Cacete de apelido ridículo. — Marcelo ri do outro lado da linha. — Vou desligar cansei dessa conversa. 

— Não fica assim Ro... — Desligo em sua cara. 

Me sento na cama de Alice e fico ali pensando no que fiz para não deixá-la ir com aquele merda do Luís. Eu nunca tinha sentido aquele sentimento de raiva e descontrole por causa de uma mulher, a minha vontade naquele momento era acabar a base de socos com aquele cara de sorriso presunçoso. 

Alice estava mexendo comigo de uma forma que eu nunca havia me sentido, era um sentimento que  me dava a certeza de que ela era minha e de mais ninguém, e não seria aquele homem que me tiraria Alice, e se ela já não gostasse de mim como antes eu a reconquistaria e a faria me amar ainda mais. Eu sei, eu estava sendo egoísta, mas pelo menos teria Alice só  pra mim.

LEANDRO (Irmãos Soteli) UMOnde histórias criam vida. Descubra agora