Confiança 6

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Acordo atrasada, me arrumo rapidamente e corro para a faculdade. A professora já iniciou a aula, mas ela permite que eu entre na sala.

— Atrasada de novo? – indaga Sam.

— Essa história me tira o sono. — digo com o olhar triste.

— Tenho boas notícias. — Sam diz sorrindo.

— Ah, que maravilha!

Nem consigo prestar atenção direito na aula, estou louca para saber o que Sam descobriu. São longas cinco horas que levam uma eternidade para passar, até que chegou o momento:

— Conte-me, Sam. — digo toda eufórica.

— Descobri que seus sonhos com a vovó Cizyna são extremamente reais. O espírito de sua avó vem até você e, enquanto o seu corpo dorme, o seu espírito se encontra com ela e vocês se falam. — Sam diz sério.

— Mas e as rosas que ela sempre deixa?

— Kallyna, é real, muito real. Ela vem até você, ela é um espírito, mas a rosa é material, por isso você a recebe.

­— Kallyna, sua vó te ama e ela está te protegendo mesmo em espírito. — Nathy diz com os olhos banhados em lágrimas.

— Agora, as cartas. Você as recebe porque você e o tal Sonhador Adormecido estão na mesma época, no mesmo ano, mesmo mês, mesma semana e mesmo dia, porém, você se encontra aqui, nesse plano astral, e ele se encontra em outro plano astral. Para tirá-lo de lá, só abrindo um portal. Para isso, precisamos encontrar uma bruxa ou alguém que entenda bem sobre assunto. — Sam diz com o olhar direcionado a mim, bem sério.

— Meu Deus, quanta loucura! — Nathy diz arregalando os olhos.

— Já a coruja negra, descobri que ela é uma espécie de mascote de alguma coisa, ou lugar, e ela pode estar te espionando, só não sei se é do bem ou do mal. – Sam mostra mais uma vez que pesquisou sobre o assunto.

— Então, na última carta que recebi, o Sonhador me disse que a coruja negra é uma espiã da Seita Poison — digo a Sam.

— Hum! Ótimo, agora sei de onde minhas pesquisas vão partir. Amanhã trarei respostas sobre a seita, não dormirei enquanto não descobrir. — Sam diz esfregando as mãos.

O resto do dia corre tranquilamente, então resolvo ir visitar Luck, porque já sinto saudades. Mal deixo a mochila em casa e corro para a floresta. De longe, o vejo deitado na clareira.

— Oi, Luck! — Digo aproximando-me e ele levanta a cabeça. — Bem que você me disse que meus amigos poderiam me ajudar, e estão mesmo. Sam e Nathy fizeram suas pesquisas e já sei que vovó Cizyna me visita de verdade, meu espírito sai do meu corpo e vai de encontro ao dela. Descobri também que eu e meu Sonhador estamos vivendo na mesma época, porém em planos astrais diferentes. Parece loucura, mas está acontecendo. — Luck se aproxima do meu rosto e começa a me roçar, seu nariz gélido e sua temperatura são aconchegantes, posso dizer que amo esse bichinho com todo meu coração.

Acendo uma fogueira e coloco algumas frutas para Luck comer, ele adora morangos. Resolvo tirar uma selfie com ele para mostrar aos meus amigos, e a foto fica linda, ficamos muito bem juntos.

Olho no relógio e já estão dando oito horas, esse horário é horrível, despeço de Luck, apago a fogueira e volto pra casa.

— Querida, preciso lhe contar uma coisa. — Madelyne me surpreende na porta da cozinha.

— Pode dizer, Madelyne.

— Aqui não, vamos até o meu quarto, seus pais ou os meninos podem nos ouvir.

Sonhador Adormecido (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora