Capitulo XXVI - Lua, Lago, Beijo

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A piscina das fadas era certamente linda. Muito possivelmente, era a personificação da mais pura magia, de um modo tão inefável e misticista que deixaria ele e Europa boquiabertos e sem fôlego. Porém, a piscina das fadas está localizada na região das montanhas Cuillin, e mesmo que estas ficassem na ilha Skye, ainda eram muito distantes de Dunvegan Castle.

Para a total falta de sorte de Philipy. Então, teria de se contentar com um plano mais simples. O lago Skye. Sem dissabores ou situações insidiosas. Somente uma neblina invisível que os envolveria de um modo aliciante, os engajando.

Era esse o plano. Tudo estava calculado em sua mente. Um passeio a luz da lua até as margens do lago Skye.

Não havia meios para aquela situação se complicar, ou teria?

*~*~*~*~*

- Para onde vamos? – Indagou Europa assim que ele fechou a porta do quarto, logo depois de os dois subirem depois do jantar. Naquela tarde Philipy não ficara com ela por ter de resolver a forma que iriam deixar o castelo e voltar, em especial dos melhores e mais seguros lugares para que pudesse mostrar a sua esposa.

Mas é nítido que antes de fazer tudo aquilo ele fora até ela, que estava como esperado com Fiona e Eolá na biblioteca, as duas foram "promovidas" a guias para a princesa em suas buscas pela história daquele Clã e afins. Ambas pareceram apreciar em demasia, afinal e ao cabo tudo o que tinham de fazer era apenas fazerem companhia a lady e ajudá-la a pesquisar tudo e talvez um pouco mais do que isso sobre o Clã MacLeod. O que também era muito útil a Philipy.

Não importava o que diziam, Phil possuía a mais absoluta das certezas de que ele era o mais beneficiado com toda aquela encruzilhada literária da esposa. Além de poder passar mais tempo na companhia dela ele podia avançar em suas pesquisas e talvez avançar mais na investigação acerca da morte de Flora.

- É surpresa. – Respondeu simplesmente, sorrindo de maneira misteriosa. Seria mais interessante poder contemplar a surpresa dela.

- Estou certa de que não necessita sonegar tudo. Pelo menos me revele o que vamos fazer. – Europa tentou argumentar, movida por sua curiosidade, o olhando com os dourados olhos pidões.

- E eu posso afirmar com toda a certeza de que manter os detalhes omissos de minha esposa é o mais acertado a se fazer. – Redarguiu o lorde com um sorriso maroto, segurando o queixo da esposa entre o polegar e o indicador, depositando um suave beijo naqueles lábios rosados e convidativos, fazendo-a corar.

Finalizando o assunto, Philipy tira a gravata, ficando somente com a fina camisa de linho e uma calça preta para poder andar mais confortavelmente. Para ser sincero, ele estava empolgado. Sentia uma estranha energia tomar conta dele, um egrégio sentimento indômito de pura euforia. Olhando a lua cheia pela janela de seus aposentos, o Lorde tinha a sensação de que aquela haveria de ser uma grande noite.

Europa por outro lado, se sentia ansiosa, arrumava-se como o marido instruíra, de forma simples, sem muitos detalhes ou anelo, apenas algo decente. Era como se o vento sussurrasse uma melodia que a deixasse ainda mais ansiosa, pressentindo algo futuro, algo que poderia ser imutável. Não poderia ser uma contingência que justamente naquela noite fosse a mesma correspondente a lua azul.

De certo que a tonalidade lunar não havia se convertido em anil, mas segundo a explicação de Fiona e de Eolá, a lua azul era um símbolo importante para o amor. A segunda lua cheia do mês que representa o ápice das forças convergentes do amor.

Será que, Philipy sabia daquele "fenômeno", e planejara algo? Mas qual o sentido disto? Ao final e ao cabo... Eles não se amavam. Europa não duvidava que ambos possuíssem, àquela altura da situação, um tipo de carinho um pelo outro, mas... Amor?

Minha Amada Lady - Amores Entrelaçados 03Onde histórias criam vida. Descubra agora