Capitulo XXXIV - Tão Perto

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Depois que Europa normalizou sua respiração, Philipy ajudou a esposa a recolocar a própria roupa da maneira mais decente que foi possível e então finalmente fez jus ao papel de marido, fazendo algo que deveria ter executado no dia em que se casaram: levá-la para os aposentos deles no colo, com a esposa tão rubra quanto os próprios cabelos revoltosos e suados.

Muito, muito suados. Os dois estavam ao ponto de ofegar de calor, mesmo que já não estivessem mais sob o efeito da luxúria, o castelo e as roupas dos dois não veio a colaborar para que eles se manterem refrescados.

Por esse motivo, antes mesmo que chegassem ao quarto, Phil parou uma das criadas e pediu que ela mandasse preparar um banho para dois.

Europa quase não conteve o rubor que atravessou seu rosto e o calor que tomou seu corpo ainda mais intensamente. Seu marido fora bem enfático ao dizer o "dois".

Assim que chegaram no quarto, Philipy sorriu ao ver que, além do que ele pedira, parecia que sua irmã havia mandado mais cartas do que o necessário, já que o quarto parecia ter sido preparado para a situação.

Todo o lugar estava arrumado para uma verdadeira noite de núpcias. Ao centro do quarto, uma mesa com alguns doces, dentre os quais encontravam-se a amada torta de laranja, e mais algumas maravilhas gastronômicas, havia um bilhete endereçado ao casal em questão e a letra não deixava duvidas a nenhum deles quanto a remetente.

Phil sorriu, ela era horrível. Ao mesmo tempo era maravilhosa.

Era como acordar em um sonho, mesmo que não tivessem ido dormir, a cama fora arrumada com pétalas de rosa espalhadas sobre as cobertas aparentemente macias, os travesseiros estavam organizados em meia lua, todos ironicamente brancos como se de fato quisessem simular o satélite, as cortinas pendiam tremulando sobre a brisa que entrava pela janela, aberta, que ostentava a visão de um céu quase escurecido, com pequenas e tímidas estrelas se mostrando para os olhos humanos, um perfume que vinha do jardim chegava aos aposentos por meio do zéfiro noturno, misturado ao aroma suave de algo que parecia incenso de lavanda.

Surpreso demais para ir banhar e depois descobrir do que se tratava a missiva entre a decoração, ele coloca a esposa sentada sobre uma das almofadas arrumadas ali, Europa olha-o com curiosidade, igualmente desejosa em saber o conteúdo da epístola.

Philipy senta-se ao lado da mulher, abrindo o selo da carta, que não foi preciso nem sequer olhar atentamente para que o Lorde o identificá-lo como sendo o dos Rutlands. Reconheceria aquele brasão mesmo que ficasse por séculos sem vê-lo.

"Querido irmão, querida Hoppy,

Desculpem por ser tão intrometida, mas talvez, somente talvez eu possa ter pensado que minha ultima missiva a você, Hoppy, poderia gerar alguma discussão. Então me adiantei e pedi idéias a Cassy e a Lottie, e juntas montamos um perfeito aposento de reconciliação romântico. E se tudo tiver dado errado, Europa traga os restos mortais do meu irmão e aproveite à torta.

Se tudo ocorrer bem, o que eu desejo muito intensamente, se divirtam, comam e acima de tudo: FAÇAM MEUS SOBRINHOS.Não é um pedido, é uma ordem vinda diretamente de mim, de Cassy e de Lottie. E caso não seja suficiente, fizemos Robert, Daniel e Richard desenvolverem um pequeno contrato de poucos laudos que os obriga, como cidadãos ingleses, em terras britânicas, a trabalharem muito intensamente nessa missão.

Apesar que eu duvide que vá ser desagradável. Lottie já disse qual será o nome da próxima filha dela. E sim, mesmo que Robert reze por um menino para não ter os percalços de ser pai de uma lady, ela está certa de que será uma menina. Mas não direi por carta, quando voltarem, saberão.

Já tomei o tempo de vocês em demasia, agora, preciso ir ver como estão as crianças, ouvi Ekaitlen gritar me chamando. Algo a ver com Will.

Beijos e abraços, não tenham juízo!

Tesh Manners, Duquesa de Rutland."

Philipy não conseguiu evitar rir, sua irmã era impossível quando desejava. Que tipo de Duquesa ordenava que o irmão não tivesse juízo? Tesh só poderia estar louca, por que se ela soubesse bem sobre seus desejos – e o lorde sabia perfeitamente bem que ela sabia muito sobre ele – a dama estava praticamente lhe mandando deixar a esposa sem poder andar.

Claro, não o incomodava tanto assim deixar marcas firmes e inegáveis em sua esposa. Sinais de que ela era dele, que seu marido era um homem poderoso se tratando dos assuntos da cama. Oh sim, seria magnífico, mas precisava ir com calma.

Europa merecia todo o cuidado que poderia haver nesse mundo. Merecia delicadeza e cuidados, paixão em doses mais delicadas. Noites de prazer, aos poucos ele a faria entrar em seu mundo libertino, iria fazê-la sentir todo o desejo que ela poderia imaginar. A faria delirar e então quando ela estivesse pronta, iria chegar aonde desejava.

Mas não negaria a sua irmãzinha e muito menos a si mesmo o prazer de tentar ter filhos. Somente depois de conversar com Europa acerca daquilo, é claro, não poderia obrigá-la àquilo, principalmente por ser um passo demasiadamente grande. Filhos significavam o futuro. E, também, a eternidade.

Estaria ele pronto para ser eternamente de uma mulher?

*~*~*~*~*

Sim. Sabia que sim. Se fosse para ser uma mulher, em todo o mundo, seria Europa. Ela o perseguira em seu sono, quando encontrara a morte, guardara para si o direito de ser única, voltando a encontrá-lo nos sonhos, nas lembranças e o prometendo um mistério.

Coisas que ele não entendia, mas não deixara de perseguir, silenciosamente, estivera em busca daquilo. Dela. Europa o guiara durante seu encontro com a escuridão, sendo uma chama de vida, um fio quase invisível o impedindo de se perder para sempre. O trouxera de volta e lhe dera o propósito de se manter vivo. De encontrá-la.

Por que agora era o momento de tirá-la da prisão a qual fora submetida pela vida. Europa era um mundo, era vida e precisava ser vivida, precisava viver, mas nunca o fazia por completo. Quando ela falava, parecia reticente, suas viagens eram impressionantes, maravilhosas, todos aqueles lugares, mas ela ia com medo. E esse medo a prendia.

Philipy quebraria essas correntes, não importaria do que elas fossem feitas. Tinha fé de que, se permitisse a ela ir, Europa voltaria.

E eles caminhariam juntos, pela escuridão e pela luz, por que seus lares seriam um no outro.

O riso dele morreu, deixando em seu lugar apenas um pequeno sorriso resiliente.

- É estranho que seja justamente por conta de uma carta de Tesh, que eu perceba isso. – O olhar dele deixou o papel em suas mãos, poderia ser errado falar aquilo justamente naquele momento? Talvez, mas não conseguia evitar. Precisava ser dito. Não sabia quanto tempo mais teria de vida. Não possuía nenhuma doença, não que soubesse pelo menos, mas já ficara a beira da morte uma vez. Não podia perder tempo. – Na primeira vez que eu a vi, você estava muito longe, tanto que mal pude distingui-la, mas me perseguiu em meus sonhos, mas agora... – Sua mão tocou o queixo da dama com delicadeza, o erguendo levemente, ela estava corada. – É muito bom te ter tão perto para te dizer que te amo.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Oi pessoal, como estão? Espero que bem!

Tesh tem o dom para encrencas, mas ninguém maneja as palavras melhor que a nossa Duquesa favorita, quem apoia a decisão da Tesh de o Phil e a Europa fazerem bebezinhos comenta! E quem está gostando não esqueça de deixar a estrelinha para a história crescer cada vez mais! Em breve teremos as capas oficiais da trilogia, quem está ansioso?

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Beijinhos, felicidades, feliz natal e até a próxima!

Cecí

Minha Amada Lady - Amores Entrelaçados 03Onde histórias criam vida. Descubra agora