Capitulo XVIII - Tempo

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Philipy queria dizer que estava perplexo. Muito perplexo. Mas seu estado de espírito era catatônico. Absolutamente estupefato. Pedira para ficar e ouvir a conversa de sua esposa com o Laird Macleod, e todos concordaram, o mais velho chegara a dizer até que se tratava do apropriado. Porém aquela conversa fora a mais assustadora de sua vida.

E ao mesmo tempo era perfeitamente lógica.

Era paradoxal, insano e certeiro.

Assim que o Laird disse as palavras finais, que na verdade consistiam em "Vamos garantir que tudo fique magnífico e seja perfeito, assim como ela desejaria", Philipy levantou-se, do modo mais elegante que pôde e saiu em disparada.

Talvez em disparada não fosse a expressão certa, talvez andando elegantemente o mais rápido que o decoro permitia, de modo que o caminho fosse assustadoramente lento e ele pudesse controlar os próprios sentimentos, sem aparentar ser desprovido de suas faculdades mentais a estanhos. A educação inglesa era definitivamente estranha, mas fazia sentido em momentos como aqueles.

Logo ele chegou aos próprios aposentos, que iria dividir com Europa e se sentou na cama de modo pesado, deixando o peso do corpo cair por completo, passando as mãos pelo rosto num gesto nervoso. Detestava não ter controle sobre si. Não poder controlar as próprias emoções ou estar daquele modo tão impotente numa situação.

Ele se sentia enganado, até um pouco traído. Talvez tolo também pudesse se encaixar nos adjetivos que ele estava se auto-infringindo. Como pudera na notar? Céus, agora que sabia a verdade as coisas ficavam tão mais claras... Tão nítidas que parecia que aquele segredo explodiria como uma nuvem de tempestade a qualquer instante.

Era obvio que ele também tinha os próprios mistérios, mas aquilo era grande... E complicado. Sim, ele bem sabia que o segredo não era dele, mas céus, aquilo poderia mudar a vida dos dois num piscar de olhos. Seria como a poeira deixada por um cavalo correndo em alta velocidade. Rápida e capaz de cegar quando chegasse, e quando acabasse deixaria um rastro enorme e definitivamente horrível.

E ele não queria aquilo para si. Em especial, não queria aquele tipo de coisa para Europa. Ela era tão delicada, tão doce, apesar de tudo e de conviver com aquele tipo de coisa ele sabia que aquilo a deixaria devastada e...

- Philipy! – A voz dela irrompeu pelo aposento assim que entrou no mesmo. Parecia incrível a capacidade dela de entrar nos lugares e roubar toda a atenção para si. Ao menos a atenção dele. – Eu...

- Não diga que sente muito. – Interrompeu o lorde no exato instante. Parecia tolice, por mais preocupado que ele estivesse, a culpa daquilo tudo não era dela. Nem nunca seria.

Afinal, Cassy teoricamente também era uma bastarda. E mesmo sendo isso ela era... Uma das melhores pessoas que Phil conhecia. Merecia tudo o que o mundo pudesse oferecer de bom. E mesmo que ele não tivesse estado presente quando fora revelado, não fora esquecido e nem deixado de fora.

- Eu deveria ter lhe contado... – E de fato, ela estava mesmo pensando em falar a ele, mas ao mesmo tempo sentia-se assustada com a reação que seu marido teria ao descobrir a verdade sobre suas origens.

- Não sabia que eu era confiável. Este é um assunto delicado e que não se pode simplesmente espalhar. Ainda mais numa sociedade como a nossa. – Admitiu, mesmo que num ponto escondido de sua alma ele desejasse ter sido sim confiável o bastante para ela revelar-lhe a verdade. Algo em seu intimido fazia-o desejar ser exatamente a pessoa em quem Europa confiaria qualquer tipo de segredo.

- Sim. – Concordou Europa assentindo num movimento rápido e nervoso, nada fluido, o que o fez notar que sempre que ela se alterava seus movimentos ficavam mais rígidos, como se uma pedra impedisse que a corrente fluísse rapidamente.

Uma pedra que deveria ser recente ou muito resistente, já que água mole sobre a dura pedra tanto bate até que a corria. Então se toda a eloqüência da princesa não ultrapassava aquela barreira, supunha-se que aquilo deveria ser intenso.

- Não é uma coisa simples Europa, não estou zangado, fique sabendo, mas... Preciso de um tempo. – Falou sinceramente. Ele necessitava analisar tudo, colocar as peças daquele quebra cabeças confuso em seus devidos lugares, organizar corretamente as informações em sua mente e pensar numa solução acertada.

- Tempo...?! – Ecoou a dama piscando repetidas vezes, Europa tinha de admitir que sentia medo. Estava espavorida com qualquer que fosse ser a decisão que ele tomaria. Não pudera negar nenhuma informação ao Lorde Norman, afinal ele era seu tio, e fora por convite dele que estavam ali. Mas por mais que ela confiasse no marido, tinha total conhecimento de como era a moral da maioria da sociedade, e eles dois se conheciam a pouco mais de um mês, era surpreendente que já confiasse nele ao ponto de deixar que ele soubesse, mas ao mesmo tempo temia. E muito.

- Sim... Eu sei que não são as palavras normais a se dizer... Ou talvez elas sejam, eu realmente nunca pensei que... – Philipy calou-se, notando o quão rude e certamente insensível seria o que diria a seguir.

- Nunca pensou que uma das princesas da França fosse bastarda? – Falou Europa por conta própria, deduzindo exatamente as palavras que não se permitiram sair da boca dele. Sem ter muito o que concordar, Philipy assentiu olhando diretamente nos olhos dela.

- Perdoe-me. Eu deveria ser mais delicado. – Por mais que devesse, aquilo era o máximo de delicadeza e a anelo que se poderia obter do lorde naquele momento. Não quando ele se sentia tão desnorteado. Ou talvez estivesse apenas sendo dramático consigo mesmo em ambas as opções pensar sozinho ainda era a solução de sua pugna. Qualquer tipo de bulício, por menor que pudesse ser era incômodo.

- Certo. – Concordou Europa colocando uma mecha ruiva atrás da orelha, se preparando para sair do aposento. Talvez se fosse passear... E quem sabe o ar das terras altas também fizesse bem a ela.

- Estarei no jantar. – Informou o Lorde, pouco antes de sua esposa deixar o aposento.

- Eu também. – E ela saiu.

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Oi pessoal, como estão? Espero que bem!

E o paraíso começa a mostrar seus problemas... E então? Como acham que eles irão lidar com isso? Por que Europa tem tanto medo? Como acham que Philipy irá lidar com o segredo de sua esposa?  O que estão achando de conhecermos mais a Escócia? Deixem nos comentários para que eu saiba!  E não esqueçam da estrelinha, ela é muito importante para que eu saiba que estão gostando da história! Em breve teremos o próximo capitulo!!! O que vocês acham que vai acontecer?

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Beijinhos felicidades e até a próxima!

Cecí.

Minha Amada Lady - Amores Entrelaçados 03Onde histórias criam vida. Descubra agora