O ENCONTRO

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Olivia e Raquel:

Estava agora ao lado da cama do meu filho orando à Deus para que ele se recupere. Não podia mensurar a dor de ver meu menino nesse estado. Em menos de quarenta e oito horas vi a vida da minha família virar de cabeça para baixo.

A jovem na qual havia depositada as minhas esperanças de ser uma boa esposa para Renê e levar com orgulho o nome da nossa família; na verdade era uma psicótica lunática que por pouco não havia ceifado a vida do meu filho na sua loucura.

Como eu pude me enganar tanto meu Deus? Como pude me deixar levar por aquela carinha inocente e jeitinho gentil.

Me lembro que Hugo recebeu um telefona do delegado amigo de Renê que lhe contou tudo que havia a havia acontecido a duas noites atrás, e depois Hugo me contou. Eu ouvia a tudo atônita mal podendo acreditar que aqueles fatos com enredo cinematográfico havia acontecido conosco.

E por causa daquela vaca louca meu filho agora estava aqui sendo monitorado por aparelhos. Eu só queria ter cinco minutos Lorena, e ai ela também estaria estado grave agora, isso se tivesse sorte, porque com ódio que estou aqui, o certo seria ela estar morta.

E ainda havia um fato inédito para mim em toda essa história. Na verdade Renê foi baleado porque estava tentando, segundo o delegado, salvar uma jovem, que também segundo ele, estava grávida de Renê e Lorena a havia sequestrado com o intuito de roubar o bebê da pobre moça, para que com isso, tivesse o tão esperado herdeiro, já que ela mesma, era estéril e não podia engravidar.

A cada palavra que Hugo dizia dessa história bizarra, eu ficava cada vez mais surpresa e enojada com as atitudes de Lorena. Eu induzi meu filho a se casar com esse monstro e não iria me perdoar nunca por isso.

- Me perdoe filho! Me perdoe por praticamente te obrigar a se casar com aquela peste.

Eu disse em lágrimas e acariciando seus cabelos. A minha vida nesses dias havia virado um poço de lágrimas, havia momentos em que pensei que não as tinha mais para chorar, mas, toda vez que via meu filho jogado nessa cama de hospital, percebia que estava enganada.

Estava aqui fazendo as minhas preces quando vi a porta da UTI ser aberta e Raquel passar por ela, com os olhos vermelhos e soluçando sem parar.

O desespero dela era tanto, que nem se deu conta da minha presença, ela veio direto a Renê beijando sua testa e chorando compulsivamente.

- Ahhhhhhhh.... meu filho! Meu filho! Meu menino! O que fizeram com você?! O que?? Renê, eu te tanto meu filho! Abra os olhos Renê! Fale com a mamãe! Renê, por favor!!!

E voltou a chorar. Aquilo mexeu muito comigo. Não pude evitar a emoção ao vê-la assim. Só eu sei o desespero que é, quando você está próximo a perca eminente de um filho. Não que isso fosse acontecer  a Renê, se Deus quiser! Ele era forte e eu tinha certeza que sairia dessa. Mas, eu entendi a dor de Raquel porque a anos atrás, experimentei essa mesma dor.

Fui até ela que estava com a testa encostada na de Renê chorando sem parar. Pus a minha mão em seu ombro e foi ai que ela percebeu que eu estava aqui. Ela me olhou de olhos arregalados, e abriu muito a boca com intuito de dizer algo, mas, não emitiu um único som, tamanho foi o susto que ela teve.

- Não se preocupe Raquel, o pior já passou! O nosso filho é forte e logo irá sair dessa. Tenha fé, tudo vai acabar bem!

Agora ela me olhava mais assustada do que nunca. Ela saiu de perto de Renê enxugando as lágrimas dos olhos com as mãos e me olhando confusa.

- Olivia! Você... eu... eu sinto muito! Eu não sabia que estava aqui.

Ela ia se virar para sair. Mas eu a impedi.

CONTO DE FADAS??? SÓ QUE NÃO!!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora