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o prazo estava curto, usei as 2 primeiras semanas para ler e pesquisar, gerando e formando opinião própria e embasamento.
Me restava apenas 3 semanas, e minha tese, bom, eu mal havia iniciado. No início da terceira
semana, decidi que teria que iniciar o planejamento, mas ainda não havia encontrado
nada que fosse original e revolucionário.
Fui a aula e até aí tudo bem, exceto por um motivo, comecei a relatar nos acontecimentos
diários com mais atenção, na tentativa de encontrar de algo que fosse o estopim para a
tese.
As falas de meus professores, as atitudes de meus colegas de turma, tudo, cada coisa! É, eu
sei que parece patético, mas o desespero estava tomando conta, cada dia que passava eu ficava
mais desesperado. Mais uma semana se passou e agora só me restavam 15 dias, para fazer tudo acontecer.
Enquanto meus amigos já estavam finalizando seus trabalhos, eu nem havia iniciado.
No sábado, decidi sair para pensar, ver se algo esclarecia meus pensamentos confusos. Peguei meu skate, e fui para a praça. Durante todo o
percurso fiquei atento, em uma tentativa incansável de encontrar uma luz, de algo plausível e original.
Já estava sem esperanças, até que algo simples me chamou atenção. Um grupo de crianças ali bem no meio da praça,sobrando bolhas de sabão. Felizes, leves, quanto
maiores melhores... Então cheguei a uma Conclusão: a vida é uma bolha de sabão. O
mundo é um átomo e as outras perguntas resolvi manter retóricas, apenas um escape
filosófico.

" AH, MAS Théo, COMO BOLHAS DE SABÃO,
CRIANÇAS E PRAÇAS, PODE TE AJUDAR?"

Calma, você já vai entender. A questão é que a vida é uma bolha de sabão e finalmente eu poderia iniciar minha tese. Voltei pra casa sorridente e esperançoso, entrei no meu quarto e comecei a digitar.
É, você deve estar achando loucura comparar a vida com uma mera bolha de sabão. Porém quando vi aquelas crianças brincando, tive uma percepção nova, não sei ao certo o porquê. Deve ser culpa dos livros de psicanálise e filosofia que li nas primeiras semanas, ou das paranóias que estavam me sondando.
Entretanto ainda me restavam três perguntas que continuavam sem resposta, de certa forma
ainda não sabia como resolvê-las, mas iria mantê-las retóricas, e trabalhar em cima da vida.
Os 15 dias voaram, a empolgação tomou conta de mim, assim como o nervosismo e a ansiedade. O dia da apresentação finalmente chegou.
Henrique entrou na sala, anunciando que aquele
dia seria voltado apenas para as apresentações, que os outros professores haviam cedido os
horários.
A sala estava cheia como sempre e logo as apresentações começaram, preferi ficar por
último e cada tese que era defendida, chegava à conclusão que eu era louco.
O professor fazia questão de debochar de cada trabalho, ironizar cada tese e mostrar sua insatisfação, até porque, as teses pareciam todas iguais...

Depois de amanhã Onde histórias criam vida. Descubra agora