Jeito certo

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Garota Má

Sakura me ignorou diversas vezes naquele dia, e nem preciso dizer que a nossa apresentação do trabalho foi grande coisa, ao menos conseguimos uma boa nota.
Mas não era com isso que eu estava preocupado e sim com uma irritante que estava me dando gelo. Ela nem sequer olhava na minha cara e isso me irritava profundamente.
Não entendia porque tanto drama por uma discussão sem sentindo. Ela só podia estar na TPM.
Joguei a mochila sobre a cama com força, praguejando aquela garota de todas as formas possíveis. Por que ela tinha que foder tanto com a minha cabeça?
Eu sou uma pessoa tão legal e amável, custava ser mais legal comigo?
— Problemas com a namorada? — Itachi invadiu meu quarto chupando um picolé de limão.
— Agora não Itachi. — murmurei cansado demais para meu irmão idiota.
— Relaxa irmãozinho eu estou aqui para ajudar. — ele se jogou todo folgado na minha cama.
— Eu não sei mais o que fazer. — bufei fitando a casa ao lado pela janela.
O perigo morava ao lado.
— O que está acontecendo? A gatinha te deu um fora?
— Não, eu acho que não, Sakura é complicada demais e eu não sei lidar com isso.
Estou prestes a desistir de entender as mulheres e virar padre.
— Ela é das bravas? As selvagens são as melhores. — ele riu malicioso.
De dez palavras que saíam da boca de Itachi nove era idiotice e uma não tinha sentindo nenhum.
— Você só fala merda não é? Acho que tenho mais maturidade que você.
Ele negou se sentando na cama e apontou para mim com o picolé.
— Pare de chorar feito uma garotinha e vá atrás da garota, mostra pra ela quem manda nessa relação. — disse sério.
— Eu não estou chorando e pra falar a verdade nem temos uma relação. — exclamei apontando para casa vizinha.
— Você gosta dela ou não? — Itachi retrucou chupando seu picolé.
Soltei um suspiro balançando a cabeça ao me lembrar do maldito sorriso perfeito daquela garota.
— Pior que gosto.
Megera do mal.
— Então faça o que estou falando.
Não esperei mais nada e sai de casa disposto a fazer aquela irritante voltar a falar comigo.
Ela não podia me ignorar dessa forma, nós tínhamos uma química e não era legal ficar longe.
Bati em sua porta repentinamente por alguns minutos até que ela teve a boa vontade de a abrir. Quando percebeu que era eu tentou bater a madeira na minha cara mas eu a segurei.
— Não ouse fechar a porta na minha cara.
Fitei seu olhar feroz e empurrei a porta entrando em sua casa.
— Saia da minha casa. — ela disse emburrada apontando para fora.
— Não até a gente se entender. — fechei a porta me aproximando.
— Me deixa em paz seu idiota.
— Por que está tão irritada?
— Cansei de olhar pra sua cara. — cruzou os braços batendo o pé.
— Tudo isso só porque eu falei que ia na droga de uma festa?
— Não, você insinuou que iria pegar mulheres. — corrigiu me lançando seu pior olhar.
Não me lembro de ter dito isso, mulheres são tão malucas.
— Claro que não, espera, você está com ciúmes? — não consegui segurar o riso.
Claro, toda aquela raiva fazia sentindo agora.
— De você? Nem morta. Tira esse sorrisinho da cara imbecil.
Tentei ficar sério antes que ela jogasse o jarro ao lado na minha cara.
— Então porque tanta raiva?
— Só estou deixando o caminho livre para as outras, curta bem a sua noite e vê se encontra outra transa sem compromisso porque essa aqui você perdeu. — disse cada palavra lentamente apontando o dedo em minha cara.
Ergui uma sobrancelha voltando a rir.
— Perdi é?
— Perdeu. Do que está rindo idiota?
— Dessa sua boca ardilosa e mentirosa. Você fala que não se importa mas por dentro está se remoendo de ciúmes, não adianta mais me enganar Sakura, nosso joguinho já deu o que tinha que dá.
— Do que está falando imbecil? — ela vacilou.
— Nós, o que sentimos não é o mesmo que antes, muita coisa mudou e você sabe disso. — apontei para nós dois a vendo negar.
— E só sexo.
— Não, não é só sexo, você sabe que não.
— Não fale como se soubesse dos meus sentimentos. — Sakura rosnou.
— Eu sei, você sente tanto que foge, está se afastando agora por isso. — joguei as mãos em sua direção a vendo apertar os punhos e parar no lugar.
Sakura apertou os olhos negando.
— Sai da minha casa Sasuke e não volte a aparecer na minha frente.
Bufei impaciente pela sua teimosia.
— Porque está tentando destruir o que temos por uma bobagem? — esbravejei me aproximando até que estivéssemos a centímetros um do outro.
Sakura me fitava ferozmente apertando os punhos. Eu queria beijar aquela boca atrevida mas me contive por hora
— Não temos nada, desde o inicio eu falei pra você, era apenas sexo, nada de compromissos ou sentimentos. — ela gritou me irritando.
Odiava quando ela cismava em insistir que não tínhamos nada. Algo em mim se quebrava todas as vezes que a ouvia falando isso.
— Mas eu me apaixonei por você. — gritei de volta já não conseguindo conter as palavras.
Sakura me olhou assustada completamente ofegante.
— Eu me apaixonei por você sua megera irritante. — repeti mais baixo dessa vez.
Não tinha mais porque negar a verdade, aquilo estava me corroendo por inteiro. Eu tinha que aceitar meu triste fim de estar apaixonado por uma garota má.
Esfreguei as mãos no rosto com força e pela segunda vez na vida vi Sakura chorar. Mas dessa vez ela chorava silenciosamente sem desviar o olhar de mim um único segundo.
— É uma pena. — ela sorriu forçado limpando as lagrimas que caíam pelo seu rosto com força.
Balancei a cabeça a olhando com decepção.
— Por que está fazendo isso comigo?
— Você fez isso com você Sasuke, deixou esse sentimento fraco e inútil tomar conta do seu ser, agora o problema não é meu. — sua voz saiu embargada.
Seu descaso me deixou na merda.
— Se eu mandasse na droga do meu coração com certeza eu não o deixaria cometer a burrice de se apaixonar por você. — rosnei completamente revoltado.
Ela me olhou surpresa e sorriu falsamente em seguida.
— Seria uma boa opção.
— Sakura. — tentei concertar aquela burrice a vendo se afastar.
— Some da minha frente, você estragou tudo. — apontou mais uma vez para a porta.
— Eu Estraguei tudo? É crime gostar de você agora?
— Eu não posso, eu não quero gostar de você. — ela gritou de volta voltando a chorar.
Não consegui mais ficar ali a vendo desprezar meus sentimentos. Completamente irritado sai daquela casa batendo a porta com força.
Me sentia humilhado e usado, mas a culpa era toda minha por ser um idiota e gostar da garota errada. Eu só achei que as coisas poderiam dar certo, mas pelo visto estava completamente enganado.

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