Algumas verdades

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Garota Má
D

epois de ter furado dois sinais vermelhos, atropelado um gato e quase batido o carro em um caminhão eu consegui despistar o policial.
Eu ria como nunca, não só por ter conseguido escapar de uma perseguição igual o ator de velozes e furiosos, mas sim ao imaginar a multa que meu irmãozinho vai ter que pagar.
— Você é maluco. — Sakura riu ao meu lado.
Eu tinha parado o carro próximo a praia e agora estávamos escorado nele observando o sol se pôr.
Nada romântico só pra deixar claro, eu só acho isso maneiro.
— Comparado a você eu sou um santo.
— Muito engraçado. — ela ironizou me empurrando com o ombro.
A puxei para mim encarando seus olhos verdes fascinado por aquele brilho.
— Não me olha assim. — ela ficou séria espalmando as mãos em meu peito.
— Assim como? — ergui uma sobrancelha observando suas expressões.
— Como se estivesse apaixonado ou visse algo bonito em mim igual aqueles idiotas dos filmes.
— Foi mal eu só achei seus olhos atraentes.
— Isso foi uma cantada? — debochou risonha.
— Não, por que eu perderia meu tempo cantando a maior das megeras? — ergui uma sobrancelha a vendo perder o sorriso e inflar as bochechas irritada.
— Você é um idiota. — me empurrou caminhando em direção a praia a passos pesados.
Não entendo essa garota, ela se irrita quando eu a elogia e também quando não o faço.
Sakura deveria vir com um manual, vai ser complicada assim lá na China.
A segui observando cada movimento seu, desde seus cabelos e vestido voando com o vento até o momento que ela se sentou na areia.
— O que foi agora? — perguntei me sentando ao seu lado.
— Sai daqui. — bradou zangada.
— Calma leoa selvagem eu só quero te entender.
— Entender pra que?
— Te aturar talvez. — dei de ombros.
Sakura me encarou de um jeito maligno que eu achei que ela me enforcaria a qualquer momento.
— Eu não preciso que me ature e muito menos preciso de você. — retrucou raivosa.
Ta legal essa doeu mas eu vou fingir que não porque sou durão.
Passei as mãos pelos meus cabelos bagunçados por conta daquele vento e encarei aquela garota fazendo cara de mau.
— O que foi que eu fiz pra você me odiar tanto?
Sakura bufou.
— Você já me perguntou isso uma vez.
— E você fugiu da pergunta.
— Quer saber mesmo? — perguntou dura.
— Quero.
— Eu achei que você se lembraria de mim mas parece que não, a verdade é que quando estávamos no primário você derramou sorvete no meu vestido preferido. — disse me olhando acusadora.
Fiquei em silêncio por alguns segundos a encarando com uma cara de “ Tu ta doida fia? ”
— O que? — minha voz saiu descrente.
Ela só pode está brincando com a minha cara.
— Não faça essa cara o chocolate nunca saiu do vestido. — resmungou.
— Você só pode está se drogando, como eu derramei sorvete no seu vestido no primário se você se mudou pra Konoha esse ano? — balancei a cabeça em descrença.
— Você realmente não se lembra de mim, deve ser porque meus cabelos eram loiros na época, eu morava com meus pais ao lado da sua casa quando criança mas eles morreram em um acidente de carro e minha guarda foi para minha tia que morava em Londres. Eu fui morar com ela e só agora a convenci de voltar a Konoha.
Só agora me lembrei da garotinha que costumava brincar comigo. Encarei a bruxa não acreditando que ela era aquela menina adorável.
Puta merda que loucura.
— Agora tudo faz sentindo, mas não há motivos pra me odiar por conta de um acidente, aquilo não foi de proposito. — murmurei tentando me defender.
— Dane-se eu te odeio e pronto. — disse emburrada me fazendo rir.
— Não odeia.
— Odeio.
— Não.
— Sim.
— Quem odeia não transa loucamente com a pessoa. — cantarolei a ouvindo bufar.
— Meus sentimentos por você não tem nada haver com prazer carnal.
— A é? — indaguei não acreditando.
— É. — respondeu emburrada.
— Aposto que você não vive mais sem mim.
— Não se iluda garoto eu vivo muito bem sem você.
— Me engana que eu gosto.
— Cala a boca.
— Vem calar. — provoquei ouvindo seu grunhido e Sakura se virou contra mim tentando me bater.
Segurei seus punhos a virando contra areia prendendo seu corpo abaixo do meu. Sakura se debateu me xingando e eu calei sua boca com a minha.
Ela parou de relutar e correspondeu o beijo sem pressa. Sua língua se enroscava com a minha de uma forma lenta e gostosa.
— Olha só como você fica mais bonita caladinha. — sorri das suas bochechas coradas.
— Idiota.

(...)
L

oucura e mais loucura era o que Sakura me fazia fazer. Mas eu tinha que confessar que meus dias estavam mais divertidos com ela ao meu lado.
Andávamos sempre juntos e para quem visse até parecíamos um casal, era o que nossos amigos falavam. Eu até já começava a pensar nessa possibilidade pois ultimamente eu só tinha olhos para aquela garota.
O inexplicável estava acontecendo, a bruxa má e eu estávamos nos tornando amigos. Isso para não falar algo mais, mesmo dizendo algumas vezes que nos odiávamos era da boca pra fora.
Eu sabia que ela gostava de mim e eu também estava gostando dela. Isso é pra vocês verem como eu não presto nem para odiar alguém.
O ano estava no fim e enfrentávamos nossos dias finais na escola. Hoje era o dia da apresentação do trabalho de Kakashi e poucos dias depois estaríamos livres do ensino médio.
Bocejei rabiscando desenhos aleatórios nas bordas da folha do caderno de Sakura que lixava as unhas não dando importância para o que o professor falava.
— Ei casal eu vou dar uma festa para comemorar meu aniversário e quero os dois lá. — Suigetsu anuncio se virando parcialmente para trás.
— Não somos um casal e eu vou pensar no seu caso. — Sakura respondeu não dando muito importância.
— Nós vamos Suigetsu. — ergui o polegar.
— Diga por si só. — ela retrucou.
— Pensei que gostasse de festas.
— Não tô no clima hoje.
— Ta de TPM? — provoquei.
— Você vai ver a TPM quando eu dar na sua cara. — ameaçou me olhando de esguelha.
Sorri da sua expressão irritada.
— Tem certeza que você é uma garota?
— Não enche.
— Tá já entendi que você não que ir mas eu quero.
— Divirta-se. — deu de ombros.
— Você não se importa? — ergui uma sobrancelha a analisando.
Sakura suspirou me olhando torto.
— Por que me importaria? — disse sem me dar moral.
Me senti incomodado com seu descaso.  
— Sei lá talvez porque vai ter muita mulher e elas adoram se atirar em mim.
— Bom pra você. — ela rosnou quebrando a lixa de unha no meio.
— Vai dizer que não se importa? — perguntei incomodado.
Para de ser marica Sasuke.
— Não, até parece que somos um casal ou algo do tipo. — Sakura se exaltou me fuzilando com os olhos.
— Sei lá só achei que ia ser estranho.
— O que? Ta insinuando que vai transar com outra?
— Não disse nada sobre isso.
— Mas tava pensando.
— Você lê pensamentos agora?
— Cala a boca ou eu te parto no meio.
Bufei com sua exaltação.
— Qual o problema em? Você fala que não somos um casal mas se irrita quando eu falo de outras garotas.
— Irrita? Quem está irritada aqui? Você enfia seu pinto onde quiser. — ela gritou se levantando e só agora eu percebi que todos ouviam nossa discussão.
Ouvi algumas risadinhas e Sakura me encarou raivosa saindo apressada da sala.
Empurrei a mesa para o lado a seguindo apressado.
— Sakura.
— Vai pro inferno.
Mas que droga de garota complicada, não sei mais como lidar com essa irritante.

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