Os cascos sujos pela areia afundam com delicadeza e leveza, quase deslizando. Subindo e descendo os morros quase como pequenas pirâmides. No fundo, pode-se ver as montanhas rochosas e alguns postes de luz, o caminho de onde vieram. Mais perto, atrás de pequeno morro, o sarcófago que acabaram de visitar. O sol ainda estava a nascer, com o horizonte esverdeado, transitando o amarelo do próprio terreno ao do céu, explodido pelo brilho vermelho da manhã.
O vento refrescante dava lugar ao calor atingindo suas peles, dos dois jovens montados em seus cavalos. A pele escura da moça mal demonstrava reação, enquanto, do jovem, pálido, parecia chover suor a cada movimento brusco. Com pouco mais de uma hora de viagem pela região ele já pegou o pequeno tambor de água. Tomou mesmo enquanto cavalgava.
- Você tá tomando água ou banho? – Questiona Jhoana, vendo a água sendo desperdiçada.
Ele apenas murmurou algo, quase se afogando. Até o cavalo se assustou com a água molhando sua lombar, fazendo-o reduzir a velocidade.
Depois de balançar a cabeça igual um cachorro molhado e quase derrubar o óculos, o garoto finalmente responde:
- Fala para mim que esse calor já é uma miragem minha.
- Miragem de que você é um piá de prédio, Hector.
- Vai me dizer que você não tá com calor? – Retrucou ele.
- Sim, por isso falei para usar esse lenço transparente, dá uma filtrada, lembra? Aliais, é só por agora, de manhazinha é mais calor que o resto do dia aqui. – Explica ela, cavalgando perto dele.
- Não sei se vou aguentar até lá.
- Com essa armadura de robô de isopor não vai mesmo. – Caçoou ela.
- É para as cobras não me matarem. – Diz ele, soando como uma piada.
- Eu já falei que vou te defender. Aliais, quantos metros já estamos do sarcófago Dizia mil lá?
- Na verdade eram dez mil em direção ao sol e depois seguir a queda da areia.
- Espera, mas que horas eram quando a pessoa escreveu? O sol pode ser literalmente para o lado contrário!
- Era de manhã, lembra da historinha? Que o mundo começou ali, não tinha como o mundo começar de tarde né? Tinha que ser de manhã.
- O que você tem de suor, tem de inteligente, Hector. Muito bom!
Quase orgulhoso, guiava, Hector até o ponto que seu pequeno aparelho métrico dizia ter passado 10 mil metros. Pararam exatamente na ponta de um morro.
- É aqui? – Perguntou Jhoana, puxando as rédeas do cavalo para ele parar.
- Calma, agora temos que seguir a queda da areia. – Pensou ele um pouco, batendo o dedo indicador na ponta do nariz e movendo o beiço.
- Será essa linha que tem na areia? É como se fosse dobrada não é? – Sugere ela, tirando o tecido verde de seu rosto.
- Ah, é claro. A areia caiu do céu! Tipo, das nuvens. Então ela seguiu a gravidade deslizando. Temos que seguir para onde ela deslizou até o lugar mais baixo.
- Foi exatamente o que eu falei!
- Mas eu falei com embasamento cientifico. – Disse ele, erguendo uma sobrancelha, arrogante.
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GOLDEN (OBYON-Livro3)
AcciónGOLDEN é uma história de ação de temática mais voltada ao humor, sobre dois jovens exploradores que buscam um suposto tesouro no deserto. Nisso, acabam dando de cara com mistérios da origem da própria vida e mitologias que os parece surreal. Até enc...