Capítulo XI

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Após a saída de todos os gatos presentes na reunião, Thresh se viu diante de um desafio particular - revelar para Fred toda a verdade sobre sua fraternidade e os objetivos dela, ou agir como se nada tivesse acontecido e viver sob os olhares suspeitos de seu dono.

A segunda opção aparentemente era a mais recomendada, mas os gatos amam seus donos, e não suportam viver com a sensação de que seus donos não os amam também. Os gatos da raça Burmese, apesar das suas demais qualidades, eram, sobretudo, carentes, e temiam o abandono.

Após um momento, depois de conferir se Fred ainda tentava visualizar o interior do recinto, Thresh revolveu sair e dar a devida explicação ao seu dono. Esperava que Fred não se assustasse, mas sabia do risco que estava correndo.

Ao sair da casa pela abertura da porta, Thresh parou em frente a Fred, e percebeu a expressão no rosto do seu fiel acolhedor.

- Não se assuste, Fred, é uma longa história!

Quando ouviu essas palavras vindas de seu gato, Fred quase teve um desmaio. Imaginara que estava sonhando, e queria acordar o quanto antes.

- Não se preocupe, Fred. Não vou lhe fazer mal. Apenas quero que não fique assustado e que me escute com atenção!

Naquele momento, Fred já não se achava capaz de distinguir a realidade da imaginação. Pensou que estava dormindo e que por algum motivo estava sonhando com um gato falante - o seu gato falante. Mas, apesar de achar que aquilo não estava acontecendo, Fred sabia que não estava delirando, e que aquilo não era um sonho, o que tornava a situação ainda mais aterrorizante.

A Fraternidade XIIIOnde histórias criam vida. Descubra agora