Consequências

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Voltei...

(2/2)

Enjoy.

Eu estava na proa do iate, um cobertor envolto em torno dos meus ombros. Amanhecia. O sol estava se levantando sobre a estranha silhueta de Alexandria.

Pináculos (N/A: A redução gradual cônica ou piramidal de uma estrutura no topo de um edifício, geralmente uma igreja ou torre), altos e finos, perfuravam a paisagem da cidade, ao lado de torres arredondadas e cúpulas espiraladas.

Uma voz alta, fina, oscilando, quebrou o silêncio, chamando em um estranho cântico. Ouvi passos arrastados atrás de mim, e não precisava virar para saber quem era.

— Isso é um muezim.(N/A: no Islã, o encarregado de anunciar em voz alta, do alto das almádenas o momento das cinco preces diárias)

— O canto? - Me virei e olhei para ela, que tinha uma toalha enrolada na cintura, nua, exceto por isso. Acenou com a cabeça.

— Sim. Ele está chamando os fiéis à oração. Você vai ouvir isso cinco vezes por dia.

Nós nos sentamos juntas, lado a lado, ouvindo o chamado do muezim ecoando em toda a cidade. 

Depois de alguns minutos, o canto desapareceu, e ficamos com o som suave das ondas contra o barco. Eu podia sentir Lalisa ruminar, pensando, tentando formular um pensamento.

— Isso não acabou. - Falou, mais uma vez com a voz suave e suas palavras nítidas e formais. — Ela virá por mim. E agora, por você e Jennie. Voltará, e vai usar os recursos do seu pai.

— O que vamos fazer? - Ela soltou um longo suspiro.

— Eu deveria escondê-la em algum lugar. O canto mais distante da terra. Indonésia. Rússia. Tierra Del Fuego, talvez. Colocá-la em um pequeno apartamento. Tendo a certeza de que nem eu mesma saiba a sua localização precisa. Colocar um guarda e pagar-lhe o suficiente para garantir a sua lealdade inabalável.

Girei sobre minha bunda para encará-la, pressionando meus joelhos em sua coxa.

— Não, Manoban. Isso não vai acontecer. Eu não serei separada de você novamente.

— Preciso mantê-la segura. Não posso deixá-la se apossar de você. Eu não posso. E não vou. - Resmungou a última parte, pronunciando as sílabas com aumento do veneno.

— Então não deixe. Mas não vou deixar você fora da minha vista. Atravessei o mundo para encontrá-la, Manoban. Arrisquei minha vida. - Tomei suas mãos nas minhas. — Eu fui alvejada. Perseguida em um carro. Vi homens morrerem. E... provavelmente matei pelo menos uma pessoa sozinha. Só para estar ao seu lado. - Ela retirou suas mãos das minhas.

— Eu sei. - Sua voz tremia, suave e triste. — Eu sei, Chaeyoung. E... me odeio por...

— E eu faria tudo de novo. Em um piscar de olhos. Sei que não acabou, que estamos em perigo e o que estamos enfrentando.

— Não. Você não sabe. 

Ela se levantou, caminhou em direção ao mesmo ponto da proa, segurando o corrimão. A toalha abaixou em sua cintura, expondo o arco muscular de seus quadris.

— Você realmente não sabe. O que você viu? Aqueles homens? Eles eram... apenas seu pessoal doméstico. Nem isso. Uma guarda esqueleto. Seu pai dirigia um... não é meramente um cartel ou qualquer coisa tão simples assim. É mais do que isso. Ela tem um império, Chaeyoung. Acesso a literalmente tudo. Um pequeno exército e não é exagero. Ela pode comandar tanques. Lança-foguetes. E nós temos... Jennie.

Taken - Chaelisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora