O projeto Manhattan

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Hey guys.

Enjoy.

Acordei com os sons da cidade, uma brisa flutuando sobre mim. A cama ao meu lado estava vazia. A noite já tinha caído há muito tempo. 

Me sentei devagar, rígida e dolorida. Meu coração doía. Nem sequer aproveitei a aquele momento de esquecimento, a ilusão por frações de segundos que tudo estava bem.

Eu queria esse momento... precisava disso. Olhei para a varanda, vi Manoban sentada em uma das cadeiras, pés em cima da grade, ainda sem camisa em um par de calças de jeans, descalço. 

Levantei esticando as minhas costas e pescoço. Eu ainda estava usando a mesma roupa que vestia na Alexandria, apesar de vários dias de viagem. 

No entanto, não importa. Não agora. Neste momento. Senti seu perfume quando me aproximei e o uísque em sua respiração. 

Ela me olhou enquanto eu deslizava entre o encosto da cadeira e a parede, tomei o assento ao seu lado.

Lalisa tinha a garrafa em uma mão e o copo na outra, um balde de gelo derretendo sobre a mesa, juntamente com um segundo copo limpo. 

Peguei o copo vazio, colocando quatro cubos de gelo e arrancando a garrafa da mão de Manoban, enchendo até que estivesse quase transbordando.

Tomei um gole, chiei e estremeci com a queimadura, tomei outro gole que desceu de forma mais suave. Um terceiro gole transformou a sensação de queimação em um brilho de aquecimento. 

Sentamos bebendo uísque em silêncio, no escuro relativo da noite, Manhattan sempre desperta, ocupada e interminável à nossa volta.

A garrafa estava com apenas um quarto de bebida e eu suspeitava que ela tinha estado bebendo por mais tempo durante o dia. Não sabia que horas eram, e não me importava.

— Estou um pouco bêbada, receio. - Sua voz estava arrastada, um rosnado baixo enrolado ao meu lado. — Muito, na verdade. Provavelmente não conseguiria ficar de pé, mesmo que tentasse.

— Tudo bem. - Tomei outro longo gole. — Talvez me junte a você.

Ela bebeu, titilando o gelo ruidosamente. Virou a cabeça para me fitar de forma descuidada.

— Por que você ainda está aqui? - Enunciou suas palavras com muito cuidado, precisamente, seu sotaque aparecendo mais forte do que nunca.

— Porque eu te amo. Escolhi você. Lembra? Você me trouxe aqui. Me fez sua. Então me disse o seu segredo. E mesmo sabendo que você matou meu pai, ainda te escolhi. Eu não consegui ficar longe por isso e não vou ficar longe agora. Apenas não posso, Manoban. Não vou abandoná-la, especialmente agora. Como poderia dizer que amo você, se eu for embora? Você precisa de mim, mais do que nunca.

— Nunca precisei de ninguém antes. De ninguém. Meu pai me expulsou e me deserdou. E maldito seja, eu sobrevivi. Quase não consegui, algumas vezes. Quase morri mais de uma vez. Eu não tinha ideia do que estava fazendo quando comecei a traficar armas para Heechul. Entrei nisso por acidente, você deve saber. - Ela me fitou e piscou os olhos turvos. — Nunca tive a intenção de me envolver em coisas ilegais. Comecei como te disse, com a compra de barcos de pesca e imóveis, esse tipo de negócio. E então eu havia saído para beber com um homem que estava espalhando boatos que tinha vários blocos de apartamentos em Moscou para venda. Estávamos em... Kiev? Talvez Kiev. E... esse homem, me perguntou se eu queria fazer algo rápido e fácil, dez mil. Bem, é claro, quem não iria querer? E quando me falou que tudo o que tinha que fazer era levar uma mala de Kiev para Istambul, eu sabia que não era coisa boa. Mas tinha acabado de perder uma venda, das grandes. E devia dinheiro. Eu tinha pego emprestado, então devia. Eu precisava desses dez mil. Então, o fiz.

Taken - Chaelisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora