"Maldito lugar fedido." Era o que passava na minha cabeça enquanto eu passava por aquele túnel, senti aço frio do meu canivete na palma da minha mão. Tiro o canivete dos bolsos e olho o seu fio, passo o dedo vagarosamente pelo seu afiadíssimo fio, uma leve abertura se abre na parte superficial do meu dedo, não é uma lâmina agressiva, tem apenas 5 centímetros de fio, claramente não é uma lâmina para um guerreiro, guerreiros gostam de encarar de frente as coisas, já eu? Eu sou a sombra, eu examino o meu redor de 5 a 7 vezes antes de tomar a menor decisão possível, a todo o momento posso me tornar a próxima refeição de algum animal mutante ou um Nioguér.
Paro para notar o meus arredores, não estou com pressa, sei onde encontrar água e alimento. Olho as paredes do Túnel que estou andando, ele emite aquelas vibrações sabe? Já viu algo realmente muito velho? Você sabe que aquela construção sobreviveu centenas de anos e que com toda certeza presenciou coisas absurdas? As paredes do lugar a muito perderam quase todas as marcas do que um dia fora, agora grande aglomerados de vinhas e morcegos fazem desse lugar sua morada, reparo em cabos soltos, aqui já foi um lugar que possuiu aquela tal energia que o Jony tanto fala? Ao longe noto uma breve penumbra se movimentando noto uns Nionguérs e alguns cães TerrieSapi...
PORRA TerrieSapis! Jogo-me atrás do que devia ser uma passarela para sabe-se lá o que passava naquela merda. Não estou exatamente cheiroso, a chance de um TerrieSapin me farejar é ridiculamente grande, preciso pensar rápido, a última pessoa localizada por um desses docinhos virou uma pilha de pasta para alimentar seus nenéns. Não tenho opções no momento não estou alimentado o suficiente para tomar medidas drásticas, e outra coisa, se eu tentar algo e me sentir debilitado minhas chances de morrer aumentam de um jeito que não desejo nem para o ultimo cara que roubou minha mochila em Poços negros.
Saio dos meus devaneios e percebo que os veículos estão a menos de 2 minutos de mim, volto a olhar ao redor, sinto meu peito acelerar e torço para uma crise não descer sobre mim agora, reparo novamente nos cabos com a grossura de um homem devem estar na mesma posição a uns 1000 anos, tentando manter meu ínfimo foco, foco Chess é questão de vida ou morte aqui, eu reparo em sua estrutura complexa, e aonde levam, felizmente noto que existem fissuras grossas o suficiente para um quase gordinho como eu passar, no entanto, eu não estou nada afim de aparecer pelo subterrâneo, aquele lugar me da arrepios até nos cabelos do cu. Sem mais opções, decido entrar por aquelas rachaduras, a chance dos TerrieSapis sentirem meu cheiro nesse buraco morto a milênios é baixa, talvez até me farejam, mas qual a chance de tirar um rato da toca?
Corro um pouco e ao longe escuto cães passando fazendo o chão dá uma pequena tremida, e sinto a poeira ao meu redor cair. Literalmente eu detesto poeira, ironicamente não existe um momento da minha vida que não fique coberto dela, começo a caminhar, será que alguém se interessou em entrar nessa joça nos últimos séculos ao menos? Duvido muito, ultimamente não restaram muitos seres racionais, na verdade quase não restaram seres vivos, entretanto os poucos vivos e racionais raramente têm coragem de se aventurarem muito além do desconhecido, já eu não, sou um aventureiro nato como mamãe e papai dizia, mas bem, eles estão mortos devido a seus espíritos aventureiros.
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O país da insanidade
General FictionUm mundo pós apocalíptico onde ilusão e realidade se fundem com perfeição, cada passo pode significar vida ou morte, radiação em massa e florestas carnívoras te esperam em cada esquina, a magia e ciência são reais e nesse mundo formam uma dupla mort...