TREZE

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Depois do jantar, enquanto ajudava Murray a lavar os pratos, fiquei pensativo se contava ou não sobre Anastasia. Uma das regras da casa, ou melhor, uma das normas de segurança é pedir sua permissão antes de deixar alguém entrar aqui. Sei que meu caso é diferente, e ela nem estava em casa. Não havia motivos para contar, nem para esconder, então de qualquer forma, o que aconteceu hoje a tarde foi contado. Deixei muito claro que Anastasia era alguém totalmente inofensivo ou má pessoa. 

Sua resposta me surpreendeu:

— Sabe Kurt, é meu dever cuidar de vocês na ausência de seus pais. Todos vocês. Mas não é sempre que eu vou poder controlá-los ou saber o que estão fazendo. Então obrigado por ter contado. Mas sem trazer mais estranhos pra cá, mesmo que ela seja sua amiga, ainda é uma estranha pra mim, tudo bem?

Respondi que sim.

Depois que nós terminamos a louça, eu subi até meu quarto onde fiquei esperando pela ligação do meu pai. Da última vez em que nos falamos ele me avisou que seu horário de saída do trabalho mudou para às onze da noite. Bom, onze horas da noite lá onde ele está. Eu esperei, e esperei. Chegou meia-noite e o telefone não tocou. Deitei a cabeça sobre o travesseiro bufando, um tanto decepcionado. Entendo que ele esteja dando duro no trabalho, e o maior motivo disso é por minha causa, e do meu irmão. Mas eu realmente sinto sua falta. 

Estava andando nas ruas do Canadá com Nicholas, íamos comprar nossos ingressos para o show do Elvis Presley, o que não fazia sentido porque 1: Nicholas não curtia o som dele e 2: Elvis morreu ano passado. Enquanto me questionava sobre esses fatos ouço um telefone tocar ao longe. Foi chegando mais perto, me arrastando para a realidade, parecia tão alto, até que me tirou do sono. E consequentemente, do sonho. Retirei o telefone do gancho ainda sonolento. Quando ouvi a voz do meu velho me levantei e sentei rapidamente.

— Kurt?

— Pai!?

— Kurt! Ah, como é bom falar com você. Estava dormindo? Que horas são aí?

— O que aconteceu?! — ignoro sua pergunta. Queria saber sobre ontem. 

— Precisaram de mim na fábrica, tive que ficar até tarde. Dizem que eu sou "o mais qualificado" para operar as máquinas. Pareço até inteligente com toda essa moral huh? 

— Eu fiquei preocupado.

— Ei, não aja como se eu fosse jovem. Eu sou o homem de 52 anos, com dois filhos morando sozinhos em países diferentes aqui. Eu que deveria estar preocupado. Me diz, como você está?

— Estou bem, está tudo bem na verdade. Tenho melhorado na escola. 

— Você não havia me dito que estava ruim.

— Não tinha porquê te preocupar com algo que eu sei que posso resolver — sua voz ri do outro lado da linha.

— Parece que estou me ouvindo falar. 

Ele continua:

— Não está mentindo, está? 

— Não! — e era verdade, apesar de ter entrado no meio do ano letivo, não tive dificuldade em acompanhar o restante da turma. Como eu mesmo já havia notado, as escolas de Jacksonville não tem um bom nível de ensino. 80% dos assuntos abordados em sala de aula são sobre coisas na qual eu já sei, por ter aprendido na prática enquanto morava em outros países. Era como meu pai sempre me dizia, eu tenho algo que a maioria das outras "crianças" não têm: experiência. 

— Eu não poderia estar mais orgulhoso de você e seu irmão. Vivendo suas vidas, tomando conta de si mesmos. 

— Tem falado com Nicholas? 

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⏰ Última atualização: Feb 14, 2020 ⏰

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ANASTASIA 🌻 Finn Wolfhard/Sadie SinkOnde histórias criam vida. Descubra agora