"Um ser humano não deve negar seus sentimentos. Tudo que está dentro de alguém é um vaso moldado por um oleiro perfeito: você."
— Vocês não vão jantar com a gente? — Tui já reconhecia de longe o motivo da felicidade do filho. Sabia que, desde o retorno de Saint, o coração do jovem batia cada vez mais forte.
— Não hoje, mãe. Eu vou dormir na casa do Pi. — Sorrindo de orelha a orelha, não havia pessoa no mundo que não se encantaria com aqueles dentes levemente desalinhados a mostra.
— Se cuidem. E não vão dormir tarde! — Todos já sabiam muito bem o que estava acontecendo ali, mas ninguém jamais se opusera.
Desde o dia em que a mãe do rapaz foi buscar Saint em seu apartamento, ela havia visto, pela fresta da porta do quarto do filho o carinho com o qual eles se olhavam. Não tinha o que falar ou reclamar, tudo que queria é que fossem felizes.
No momento em que saíram da garagem, o calor vindo da rua bateu em seus rostos animados, mas a brisa noturna alegrava os dois corações apaixonados. Perth não tinha a menor ideia, mas aquele sentimento que ele estava sentindo ainda poderia melhorar.
O mais novo havia sido proibido de dirigir pelo inventor, que dissera querer a atenção do outro apenas para si naquela noite. Essa foi a razão para apenas pegarem um táxi e se dirigir para o pequeno apartamento do formando em robótica.
— Pi... Por que você está fazendo tanto suspense? Me diga o que vamos fazer, sim? — Agarrando-se ao braço do mais velho e deitando sua cabeça no ombro do mesmo, o garoto parecia estar completamente entregue ao outro.
E era isso que ele precisava. O curto espaço entre os dois demonstrava que a decisão do inventor estava certa. E depois de tanto relutar e pestanejar, ele não se arrependia nem por um segundo da decisão que havia tomado.
— É uma surpresa. Confie em mim. — O rapaz assentiu enquanto fechava seus olhos.
O cheiro que provinha do mais velho era como um perfume criado pelos deuses do universo. O doce e o cítrico que dançavam em meio as luzes que clareavam e apareciam conforme o veículo se movimentava eram fontes de alegria sem fim.
— Eu sempre confio em você. Isso não é desconfiança e sim curiosidade. — Era quase um murmúrio que saía dos lábios do mais novo.
— Então segure sua curiosidade. Estamos quase lá. — Pensando que iriam para casa, o garoto se assustou quando viu que, nas férias, estavam entrando no estacionamento da universidade.
— P'Saint, é algum problema com meu cérebro, por isso que você não quer me dizer? — Tudo que o inventor não procurava era deixar o garoto preocupado.
— Não. Dessa vez, o problema é comigo. Pode ficar tranquilo, tudo vai ficar bem. — O som do carro estacionando foi o suficiente para que Saint pagasse o motorista e descesse do veículo com sutileza, segurando a mão de Perth.
— Sua mão está quente. — Uma observação simplória e simpática foi expelida. Na realidade, o experimento gostava de estar conectado ao calor humano. E isso era algo que há muito tempo era característica dele.
— Quer soltar? — O mais velho fez menção de soltar suas mãos enquanto caminhavam, mas isso só serviu para que o rapaz apertasse ainda mais os dedos que eram visíveis no escuro de tão claros.
— Não faça isso. — A voz era dengosa e transmitia todo o carinho que ali existia. — Eu só queria que você soubesse que eu gosto de segurar sua mão.
O mais velho só assentiu enquanto continuavam. Seu rosto estava avermelhado com a pequena fala do garoto. Nada era mais importante que o humor dele naquela noite, mas a única coisa que o transformava em alguém direto era suas demonstrações de afeto.
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Think It's Possible
FanfictionSaint é um estudante de robótica motivado por eventos passados que transformaram sua vida em uma completa confusão. Por alguma razão, ele se vê confrontado em um dilema de ajudar ou não alguém que está exposto à uma situação semelhante a dele. O qua...