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Camila despertou sentindo a boca seca e uma leve dor de cabeça, mas se recusou a abrir os olhos imediatamente. A verdade é que ela gostaria de continuar dormindo mais um pouco, afinal sentia seu corpo cansado. Enquanto ela lutava pra tentar dormir novamente, ouviu murmúrios seguidos de uma voz lhe chamando.

- Mila? - Laila falou num sussurro.

- Oi, amiga. - a jovem respondeu praguejando internamente.

- Nossa, Mila, eu estou me sentindo tão mal. - a voz era fraca.

- Eu imagino, amiga. Fica tranquila, eu vou pegar um remédio e uma água pra você. - Camila respondeu serena sem demonstrar a irritação matinal - Já volto.

Bom, não seria de todo mal ter que levantar da cama, assim Camila já aproveitaria para pegar um remédio para si mesma e tomar uma água para aliviar a secura da boca. Lentamente, e preguiçosamente, Camila se arrastou pela enorme cama king size e colocou os pés no chão, calçando logo um chinelo.

O quarto continuava escuro como se ainda fosse noite, isso graças às janelas automáticas que impediam que qualquer raio de sol refletisse pelo ambiente, então Camila seguiu até seu closet e acendeu uma luz, se encarando através do espelho que havia lá.

- Até que não pareço destruída. - comentou consigo mesma se analisando diante do próprio reflexo.

Sorriu e pegou um robe de seda envolvendo-o sobre seu corpo, logo pegando um elástico e prendeu os cabelos num rabo de cavalo. Foi até o banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes, se analisando novamente em frente ao espelho.

A jovem saiu do quarto descendo as escadas e seguiu rumo à cozinha.

- Bom dia, Mila. - Cibele falou ao ver a irmã adentrar o ambiente.

- Bom dia, Ci. - respondeu indo até a irmã mais nova e lhe dando um beijo estalado no rosto. - Vim tomar um remédio pra dor de cabeça e pegar um pra levar pra Laila.

- Ela está tão mal assim? - Cibele perguntou tomando uma xícara de café.

- Acordou agora pouco e disse que está se sentindo mal. Você sabe, né, deve ser uma ressaca daquelas. - respondeu colocando um comprimido de dorflex na boca e bebendo água logo em seguida.

- Eu imagino. - suspirou - Você quer café? A Santinha fez café ainda agora.

- Não quero não, meu amor. Aliás, eu ainda nem vi que horas são. - lembrou e procurou pelo relógio da cozinha - Tá brincando que ainda são 8h30 da manhã? - falou irritada.

Cibele riu.

- Ta cedo ainda, Mila. - a irmã mais nova respondeu.

- E por que você já está acordada? - a mais velha questionou.

- Também não consegui dormir até mais tarde. - bufou. - Mas terminando aqui eu vou deitar mais um pouco.

- Eu também. - Camila respondeu.

- Já mandou mensagem para a ruiva gata que você estava pegando ontem? - Cibele falou entusiasmada.

- Ainda - antes de responder Camila sentiu um desespero enorme ao lembrar que não. - Não. NÃO! - falou alto - Eu não acredito!

- O que? Não me diz que você não pegou o número dela? - a mais nova perguntou e a mais velha não respondeu - Mila você é muito burra!

- Eu sou muito burra! - levou as duas mãos até o rosto cobrindo - Puta merda, Cibele, eu sou a mulher mais burra do Rio de Janeiro!

- Como que você não pegou o número dela? - falou indignada.

- Ai, irmã, sei lá, sabe? É que... - suspirou e tirou as mãos do rosto voltando a encarar a irmã e sorriu levemente - É que a gente estava numa vibe tão boa, a gente estava curtindo tanto uma à outra, a companhia, a conversa, tudo. Estávamos aproveitando o momento totalmente, ninguém lembrou de celular nem nada. Parecia mágico. - sorriu. - Foi tudo muito mágico, a gente simplesmente estava alheia a tudo que estivesse fora do nosso mundinho.

TransbordarOnde histórias criam vida. Descubra agora