Após terminarem o café da manhã, Camila e Valéria ficaram algum tempo deitadas na cama trocando carinhos num clima leve e agradável, até que a morena resolveu estourar a bolha.
- Val, eu acho que preciso ir embora. - Camila disse com certo receio.
- Não vai, Mila. - a ruiva tinha um desapontamento na voz - Queria tanto ficar mais tempo com você.
- Eu sei... - soltou com o ar - Mas meus pais podem estar preocupados, eu não avisei que dormiria fora de casa. Aliás... eu nem ia dormir fora.
- Sua irmã certamente avisou e deve ter tranquilizado seus pais.
- Sim, mas... Você não entende, vai rolar um interrogatório quando eu chegar em casa. - fitou a ruiva deitada ao seu lado.
- Manda mensagem avisando que vai demorar mais um pouquinho. - sugeriu apreensiva.
- Eu não posso... Só de imaginar a cena que vai ser quando eu chegar em casa... Meu Deus! - cobriu o rosto com as mãos.
- Tudo bem então. - suspirou.
Um pouco à contragosto e chateada, Valéria se despediu de Camila e essa seguiu pra casa em seu carro, deixando pra trás uma Valéria totalmente confusa e desorientada.
- A moça já foi, dona Valéria? - Missade perguntou ao ver sua chefe entrar na lavanderia onde estava ocupada lavando roupa.
- Já. - sorriu fraco - Só vim lhe avisar que não precisa fazer almoço pra mim, ta? Faz só pra você. Eu vou sair, vou ver se a Dalila quer almoçar ou algo assim.
- Tudo bem. - a mulher fitou a chefe - Cadê aquele sorriso de hoje mais cedo?
- Ah, dona Missade... - suspirou - Sei lá.
- Eu ainda quero conhecer essa moça. - sorriu levemente.
- Se eu fosse você não me animaria tanto. - deu de ombros - Ela é muito... Não sei a palavra... Inconstante, talvez. Eu vou... Eu vou tomar um banho e sair. - abraçou a mulher mais velha e seguiu para seu quarto.
Enquanto tomava banho a ruiva não parava de pensar em Camila. A morena praticamente havia ido embora correndo e mal se despediu de Valéria, e elas não tiveram nem tempo de conversar sobre o que havia acontecido. "É como se a nossa conversa de ontem não tivesse servido pra nada", pensou frustrada e decidiu encerrar o banho.
Enrolada no roupão ela alcançou o celular e ligou logo para Dalila e depois de alguns segundos a loira atendeu gritando ao telefone, coisa que assustou Valéria. Havia uma música alta ao fundo e muitas pessoas falando ao mesmo tempo, mas a ruiva entendeu que Dalila estava lhe convidando para ir aonde ela estava, coisa que acabou aceitando apenas para se distrair novamente.
Se vestiu rapidamente, chamou um uber e informou ao motorista a localização que Dalila havia mandado no aplicativo de mensagens.
Não demorou para que chegasse ao endereço e observou que a casa era grande e muito bonita. Valéria entrou e já estava sendo recepcionada por uma Dalila bêbada e muito animada, e que ainda vestia a mesma roupa do dia anterior.
- Amiga, você veio mesmo! - a loira disse agarrando Valéria pelo pescoço e lhe dando beijos na bochecha.
- Dalila, de quem é essa casa? - a ruiva perguntou se desvencilhando da outra.
- É do Paul! - sorriu - É a continuação do aniversário dele.
- Agora eu entendi o motivo de você estar com a roupa de ontem. - gargalhou.
- Ai, amiga. Ontem ficamos lá no karaokê até fechar e daí viemos pra cá, compramos bebidas e continuamos a festa, que vai rolar até a noite! Falando no Paul... - apontou para o homem sorridente que vinha na direção delas.
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Transbordar
RomanceOne shot - ou não - ligeiramente baseada no capítulo de hoje, só a inspiração veio dele mesmo. A cena delas no bar/balada. xxx Os personagens não me pertencem, pertencem à novela Órfãos da Terra.