Me virei rapidamente afim de enxergar quem estava por perto, não consegui ver absolutamente nada, meu coração acelerado me deixava tensa e o fato de não ter ninguém ali também. Retomei o caminho e quando ergui a cabeça esbarrei em um homem alto, seu rosto coberto não me permitiu ver muita coisa, senti uma mão novamente em meu ombro e dessa vez outra figura alta se aproximou, eu não os conhecia, mas não era idiota, sabia que precisava sair dali. O empurrei e comecei a correr, o homem que estava atrás de mim puxou-me pelo cachecol, rapidamente o desenrolei do pescoço e continuei correndo, os homens gritaram um para o outro e começaram a me seguir "puta merda eu não acredito que isso está acontecendo" minhas pernas corriam sem direção e meu batimento acelerado dava espaço para uma dor aguda na barriga.
-Droga! Porque matei todas as aulas de atletismo? Que merda! Antes que a dor pudesse me impedir de correr senti uma mão agarrar meu braço.
-Ei! Ei! Olha, você até que é rápida! A voz soava de dentro da máscara de esqui. Mas não precisa fugir!
-Quem é você? Porque tá me seguindo? Eu tentava me soltar enquanto gritava.
-Eu já falei que não precisa se preocupar! Para de se mexer! Ele apertou meu braço enquanto o outro me encarava.
-Vai se foder! Eu tentei chuta-lo enquanto me forçava a sair dali.
-EU MANDEI VOCÊ PARAR! A voz se tornou aguda e eu senti meu rosto queimar quando ele me deu um soco me soltando, senti o frio do chão quando caí e também me senti tonta. Era difícil assimilar o que estava acontecendo e porque ninguém aparecia naquele momento.
-Levanta ela! -Ele deu ordens e o outro homem se aproximou me levantando.
-Eu não acho que você deveria ter feito isso, puta merda você machucou a garota, isso não vai ser bom! -O homem que me segurava disse com certo medo na voz.
-Ah, cala essa boca e vamos levar ela logo daqui!
Senti meus pés perderem o solo, o homem me jogou nas costas como se carrega um fardo de verduras. Meu rosto doía e as imagens pareciam flashes.
-O que vocês querem? Sussurrei sem forças.
-Você! O homem sorriu.
Fechei meus olhos e tentei me manter acordada mas parecia impossível. Sentia o gosto do sangue em minha boca e conseguia ver o chão escuro, não sabia para onde estavam me levando.
Meus olhos se irritaram quando senti uma luz forte, parecia um farol. O homem me soltou rapidamente e eu tentei enxergar o que estava acontecendo, vi um terceiro homem, só consegui identificar que era uma imagem masculina. Ouvi gritos e vozes "o que estão fazendo?"
"Vocês não deveriam ter feito isso"
"Puta merda ele vai se arrepender disso"Recobrei a consciência e quando olhei para cima um dos homens correu em minha direção!
-Faça qualquer coisa e eu atiro nela! O homem me puxou pelos cabelos e me prendeu a frente de seu corpo com a arma em minha cabeça.
Olhei ao redor e consegui ver o farol do carro ligado e sombra de dois homens.
-Por favor não atira! Consegui falar com a voz trêmula enquanto o homem me segurava.
-Cala a boca! Ele gritou. Estava nervoso. Aprontou a arma para a figura que se aproximava.
-Parado! Eu já te avisei!
A figura continuou a caminhar.
EU MANDEI VOCÊ PARAR! O homem que me segurava atirou contra a sombra que mesmo com os tiros não se feriu e continuou andando. O homem começou a tremer e apontou novamente a arma para mim. Dessa vez a figura parou.
-Seria muito mais fácil atirar nela, não acha? Afinal, ela é só uma mortal mesmo!
Eu estava com muito medo para raciocinar o que estava acontecendo. Meu coração naquela altura parecia sair pela boca.
-Você sabe quais serão as consequências! Você já se expôs demais, mas ainda posso perdoa-lo. A voz que vinha de longe era muito familiar.
-Esse é o problema! Eu conheço você muito bem! Sei que o que fiz é imperdoável, então? O que eu tenho a perder?
Antes que ele pudesse terminar eu notei sua fraqueza e o empurrei, o homem que já parecia mais assutado que eu acabou me soltando sem perceber. Escutei um barulho alto de tiro, senti minhas pernas falharem e cai sobre o joelho com uma dor enorme nas costelas, o homem gritou e ouvi outro barulho de tiro, as figuras sumiram, eu encarava o céu e a luz do farol refletia minha mão ensanguentada. Meus olhos pesaram e a dor aguda não me permitia fazer qualquer movimento. A voz ao fundo me chamou
- Aisha!
Senti meu corpo sendo levantado e a dor aumentar, gemi de dor, não tinha forças para gritar, em meio ao sangue, pólvora, dor e medo eu o enxerguei. Nathan? Sussurrei antes de fechar os olhos.
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The doctor
RomanceNathan, esse era o nome que ele havia me dito, mas depois de tentas mentiras e tantas descobertas era difícil acreditar em mais alguma coisa. Um novo doutor, uma nova consulta, era para ter sido apenas mais uma tentativa de enfrentar sua doença, ma...