Capítulo 15

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EDU POV
A viagem não demorou e foi tranquila, sem turbulências, após o desembarque pego um táxi de imediato, não quero enrolar muito para resolver as pendências.
O motorista me deixa no Gran Hotel Central, reservei um quarto para dois dias, faço o check-in e logo me instalo no quarto, o ambiente é amplo em tons de branco e cinza, a parede de vidro me dá a visão do imenso e azul mar, móveis em madeira nobre e luzes amarela deixavam o ambiente aconchegante, quem sabe outro dia eu não volte para aproveitar?
Guardo a arma automática no cofre e vou tomar um banho para sair, o clima em Barcelona era ensolarado e seco, então dispenso a roupa social e opto pela calça jeans clara, coturnos militares que usei durante a viagem e visto uma camisa branca, prendo o cabelo num coque e pego os óculos escuro, arrumo o colar no pescoço, olho para minha mão e vejo a argola da chave reluzindo no meu dedo, sorrio sozinho, preciso comprar as alianças urgentemente, irei providenciar assim que regressar.
Antes de sair, pego o revólver, verifico a munição, guardo no cós da calça e saio, primeira parada estação policial.
Peço um uber e sigo em direção à delegacia, não era muito longe, apenas quinze minutos de carro, no caminho passamos em frente a enorme universidade.
— O sonho do meu filho é estudar aí, eu não tive oportunidade, mas ele terá! – O motorista diz com orgulho.
Sorrio
— O rapaz vai conseguir, é uma ótima universidade. O que ele quer cursar?
— Quer ser enfermeiro, como a mãe!
— Minha noiva faz medicina aí, em breve teremos uma ótima equipe cuidando da nossa saúde.
— Se Deus quiser, meu jovem!
O carro para enfrente a delegacia, era uma estação grande, mas aparentemente bastante desorganizada, muitos funcionários estão no pátio conversando e rindo de algo.
Entro no lugar e vejo uma recepção.
— Boa tarde, estou procurando a Laura?
A mulher rechonchuda, usava coque apertado e óculos vermelho estilo gatinho, me olhava com olhos preguiçosos, como se quisesse estar em qualquer lugar, menos ali.
— Temos várias pessoas chamadas Laura, seja específico!
— Laura Maria, a comissária!
— Ah, claro! Devia ter imaginado, ultimamente ela tem sido bem requisitada!
Acredito que ela esteja se referindo ao Andreas.
— Posso falar com ela!
— Ela está em ocorrência, vai ter que aguardar! Do que se trata?
— Sou advogado de um caso em comum com Laura.
— Deu sorte, ela acabou de chegar!
Me viro e vejo uma mulher baixinha, corpo pequeno e os cabelos escuros presos em uma trança que começa na raiz, ela guiava um homem algemado segurando fortemente pelo cotovelo.
— Levo-o para cela 07. Mariano!

Me aproximo.
— Laura?
Seu olhar desconfiado me avalia, vejo-a levar sua mão ao coldre onde está a arma.
— Quem é você? Se aquele imbecil de terno e gravata te enviou, pode dar meia volta! E diga a ele que se voltar aqui, dessa vez irei quebrar o nariz dele sem dó!
Dou um passo para trás, a mulher era um pinscher incorporado numa mulher, para completar o pacote, só faltou tremer.
— Não, Andreas não me enviou, vim por vontade própria, preciso conversar com você!
— Não temos assunto para conversar, eu nem te conheço, dê o fora daqui.
Se vira em direção à saída e eu vou atrás.
— Vai mesmo negar justiça a Luna Perez? – Vou direto ao ponto.
A moça estanca no meio do caminho e vira levemente em minha direção.
— Você é maluco? Quem é Luna? Por que negaria justiça a alguém que nem conheço?
— Não se faça de sonsa, sabe muito bem do que estou falando, Luna é nosso assunto em comum! Eu preciso de resposta e você me dará.
A cor some do seu rosto, mas continua em silêncio, pelo visto o gato comeu a língua dessa turrona.
— Vamos para outro lugar, as paredes têm ouvidos nessa delegacia! – Digo e começo a andar em sua frente.
— Como saberei que você é confiável? Você parece tudo, menos uma pessoa de confiança.
— Ligue e confirme com o Andreas!
Laura não se dá por vencida e liga para o meu colega, após confirmar me olha como se pudesse me incendiar vivo.
— Vamos até minha casa, lá é seguro.
(...)
Estamos sentados na mesa da copa, o olhar fulminante continuava sob mim.
— Laura... Sei que parece que estamos te perseguindo, mas você é uma peça importante no nosso trabalho. A proposito sou Eduardo Santiago, advogado.
— Não entendo, por que estão me recrutando para um caso que não tem nada a ver comigo?
— O caso está ligado diretamente a Luna, e sei que você a ajudou! Ela me disse!
A sua testa se franze

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