CAPÍTULO 19

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EDU POV
Largo o barbeador de qualquer maneira após escutar seu grito desesperado e choro copioso, no momento que começo a descer as escadas vejo seu corpo desfalecer e cair no sofá, apresso os passos e após segundos parecerem horas, me aproximo, tateio seus braços, cabeça e as pernas tentando entender o que aconteceu, mas não vejo nada de diferente, olho em volta e não tinha ninguém. Na vistoria algo chama minha atenção, a caixa rosa, destoava do piso escuro, e centímetros de distância camuflada no chão, uma cobra observa atentamente meus movimentos, como se estivesse se preparando para o bote, recuo um passo, corro para trás do sofá e começo a buscar no corpo de Luna qualquer vestígio de picada, mas não há nada, suspendo meu sol no colo e subo para o quarto o mais rápido possível, prefiro não arriscar nossa segurança indo para fora, deito-a na cama e ligo para os bombeiros e ambulância, volto minha atenção para Luna, tento manter a calma, mas minhas mãos tremem.
Toco sua testa e sua pele está fria, mas a pulsação e respiração normal. Pelo meu escasso conhecimento em víboras, se fosse venenosa provavelmente os sintomas já teriam aparecido, um inchaço talvez. Controlo minha respiração, me aproximo do vidro que me dá a visão lá de baixo e vejo o animal se arrastando pelo chão, estava escalando o sofá.
Com o celular em mãos disco o número de Andreas.
— Alguém enviou uma ameaça! – Esbravejo sem dá tempo dele dizer algo.
— O que está dizendo? - Ouço o momento em que ele arrasta a cadeira, a preocupação transparecia em sua voz.
— Alguém conseguiu burlar a segurança do meu prédio e mandou uma caixa com uma cobra dentro, Luna abriu e está desmaia aqui na cama, o bicho asqueroso está no meu sofá.
— Estou a caminho, vou solicitar os bombeiros, a cobra a picou?
— Já chamei, acho que não, respiração e pulsação estão normais e a pele fria, acho que foi o susto mesmo.
— O que aconteceu?... – Ouço a voz feminina perguntar Andreas.
— Enviaram um presentinho exótico para o Santiago... em quinze minutos chego.



Desligo o telefone e volto a tocar em Luna, ela se remexe, estava acordando, de repente ela se senta e começa grita batendo em seu corpo, seguro suas mãos firmemente evitando que se machuque.
— Tudo bem, não tem nada! Não tem nada!
— Ele enviou aquele bicho horroroso... ele veio atrás de mim! – Seu choro se intensifica.
— Shii, ela te picou! – Balança a cabeça em negativo.
— Não, eu joguei a cobra longe!
O bombeiro chega primeiro, desço as escadas após constatar que o réptil está no sofá, atenta ao seu redor, Luna está com o rosto colado ao vidro olhando tudo, tensa.
— Ali está invasora! – Direciono os bombeiros, um vai até Luna e começa atendê-la e o outro se aproxima estudando uma maneira de captura o animal.
— Como veio parar aqui? Essa é uma coral verdadeira, popular na Ásia, o veneno dessa pequena mata em uma hora, a garota deu sorte.
Meu Deus, ela foi enviada para matar, não para apenas um susto.
Andreas entra no prédio acompanhado de Mari e Laura, seus olhos pairam sob a caixa transparente onde o bichinho venenoso está.
— Uma coral verdadeira! – Repito as palavras do bombeiro.
— Caralho, queriam te matar mesmo! – Mari diz.
Minha equipe registra uma ocorrência e tira foto da "arma do crime", nesse meio tempo a SAMU chega e faz o atendimento.
— Administramos um calmante, a pressão está alta, mas acredito que foi devido ao susto. Provavelmente deve dormir o restante do dia!
— Entendi, obrigado!
Acompanho o paramédico até a saída.
— Como ela está? – Laura pergunta.
— Muito assustada, a pressão subiu pelo susto e o nervosismo, aplicaram um sedativo, está dormindo.
— Santiago, achamos esse bilhete perto da caixa, o presente era para ela. – Fecho os olhos e aperto o topo do meu nariz, tentado manter o controle.
Me aproximo e puxo o papelzinho da sua mão, leio aquelas palavras, meu sangue esquenta, pois claramente o dono daquela porra de bilhete é o Luiz.
Acabou nos pegando desprevenidos e com a guarda baixa, mas não seria assim mais. Perguntas surgem em minha mente, como conseguiu entrar num prédio tão protegido como esse? Será que ele quis fazer uma retaliação após eu destruir seu covil?
— Vou lá na portaria pegar as gravações, quero saber como esse puto ultrapassou a segurança.

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