CAPITULO 25

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**DESCULPEM A DEMORA PARA ATUALIZAR, SABEM COMO É NÉ? A VIDA DO JOVEM TRABALHADOR CLT NÃO ESTÁ NADA FACIL**

EDU POV

Hoje Ágata irá desembarcar em solo espanhol, mamãe não se cabe de felicidade, depois de um ano irá rever a bruxinha. Foi preparado um jantar de comemoração por sua chegada.

— Amor, se apresse ou vamos nos atrasar! – Luna grita da cozinha.

Término de enfiar o pé-direito na bota e amarro o cadarço num laço, me levanto num pulo e arrumo o cabelo rapidamente, mas de um jeito que fique bom, pego o celular, carteira e chave da moto.

— Pronto, minha gatinha! Vamos?

Paro a moto na frente da casa dos meus pais, retiro o capacete e o apoio no guidão, arrumo os cabelos arrepiados, sinto que Luna continua agarrada na minha cintura e o rosto colado nas minhas costas, coloco minhas mãos sob as suas e entrelaço nossos dedos, viro levemente o pescoço para poder me comunicar com ela.

— Ainda não se acostumou?
— Nunca irei me acostumar cem por cento, meus pelos chegam estar arrepiados!
— Na primeira vez que andou comigo, você não tinha medo!

Luna cerra os olhos e sorri levemente.
— Naquele dia estava extasiada, tinha acabado de ser beijada pelo homem que gostava.
— Agora você foi beijada pelo homem que ama, não?
— Amo, amo muito, mas não impede o meu medo dessa joça de duas rodas, sinto até frio na barriga!
— O frio na barriga é a adrenalina, coisa boa!

Solto suas mãos, espero ela descer e faço o mesmo, ajudo-a com a retirada do capacete e penduro no outro guidão. Seguimos pelo trilho que nos leva até a porta, entro com as chaves que ainda mantenho guardadas.
A sala está vazia, mas há uma movimentação extensa na copa, antes de seguir até lá, retiro o casaco pesado e penduro no cabideiro, Luna permanece com sua jaqueta de couro, quando vamos adentrar a copa, somos surpreendidos por Logan descendo as escadas, afobado e latindo muito, o cão pula nas minhas pernas, mostrando sua felicidade por minha presença.

— Como você cresceu, garoto! Tem se comportado? – Me abaixo e acaricio seus pelos amarelos, recebo uma lambida no rosto e sorrio diante da sua maneira bruta de mostrar carinho.
— Logan, como vai? – Luna imita minha posição e passa a mão na cabeça do cachorro manhoso, ele late e estende a patinha para ela.
— Oh, aprendeu a dar a pata? Isso aí, merece um petisco, mas não tenho agora, te darei depois.
Mais uma vez o cão solta um latido alto.
Ficamos de pé e seguimos para o interior da copa, Logan permanecia no meu alcance, ele dá um latido e sobe as escadas correndo.

Minha mãe levanta o olhar e percebe nossa presença. Larga a forma de vidro na mesa e vem nos receber.

— Meus queridos, agora entendi a latição do Logan! Como estão? Voltaram de viagem e não vieram me visitar.
— Logan tem seu preferido, e não nega. Estamos bem, e você animada com a chegada da filhota? – Meu sol dá alguns passos para frente e as duas se abraçam.
— Nós vemos todos os dias, mãe!
— Muito, um ano sem ver minha Ágata, sei que criamos os filhos para o mundo, mas é tão bom quando os temos embaixo da nossa asa, protegidos de tudo. – Suspira. — É diferente Eduardo, em casa podemos ser nós mesmos, posso te chamar por apelidos carinhos e beijá-lo como se fosse um garotinho.
— A senhora está carente hoje, né?
— É a emoção! Saudade da minha filha, os meus filhos reunidos!

Somos interrompidos pelo Logan que vinha correndo com o famoso chinelo na boca, ele coloca aquele negócio todo babado nos meus pés.
— Ainda não destruiu esse chinelo?
— É o brinquedo favorito dele!
O barulho da campainha soa alto, a governanta faz menção de ir abrir, mas é interrompida por mamãe que anda apressada para abrir a porta. Seguimos atrás dela, antes de chegarmos, ouvimos o grito de alegria que ela emana.
— Filha, que saudade de você! – Aperta Ágata num abraço, minha irmã retribui e distribui beijos pelo rosto da nossa mãe. — Como você está bonita, com cara de saúde, e esse cabelo? Bem sua cara, autêntico! – Segura uma das suas mechas azuis.
Ágata sorri. As mechas azuis contrastavam perfeitamente com os cabelos Chanel preto azulado, e a pele pálida pela falta de solta de sol, parece até um ser sobrenatural, uma verdadeira bruxa.
— Como é bom estar em casa, sentir o cheiro afetuoso da dona Luísa, aproveitar a presença do meu irmão... Edu, venha me abraçar, seu abestado! Um ano que não te vejo!
Me afasto de Luna e vou em direção à bruxinha, abraço-a tirando do chão, ela dá um gritinho e solta uma risada.
— Espero que tenha vindo para ficar!
— Por um tempo, sabe que sou quase uma nômade! Foi difícil me estabelecer somente em Londres por todos esses anos... Você é certamente a noiva desse abestalhado, certo? Nos vimos pelo celular, mas ao vivo é totalmente diferente.
Luna dá aquele sorriso sincero que transmite somente para pessoas especiais e segue até Ágata.
— Sim, sou Luna! Uau, você é muito bonita, esse cabelo maravilhoso, prazer em conhecê-la! – Meu sol se aproxima com a mão estendida, mas Ágata puxa-a para um abraço.
— Hum, sua energia é satisfatória, sinto sua vibração de evolução!
Rio das suas maluquices.
— Suponho que isso seja coisa boa, espero.
— Não se preocupe, é ótimo! Não ria das minhas crenças, idiota! – Me acerta com uma bolinha de papel que tirou do bolso.
— Não estou rindo disso, estou rindo, pois senti falta disso! Você com percepções de energia, sua insistência em criar mapas astrais para todos dessa casa, peculiar, mas eram momentos perfeitos.
— Posso fazer seu mapa astral, Luna?
— Cuidado com o que vai interpretar, hein! Só para constar, o signo que a completa no amor, é escorpião! – Pisco.
— Claro, segundo fontes da sua cabeça? – Implica, era como se fossemos adolescentes se perturbando.
— Vamos deixar ascendentes, descendente, terra, plutão, touro, escorpião ou o que quer que seja para depois, vamos jantar, a comida está esfriando.
Luísa bate palma, enquanto nos toca para copa.
— Onde está meu pai? Sinto falta do meu velhinho!
— Velho nada, garota, estou na flor da terceira idade!
Meu pai surge na porta, os cabelos molhados indicavam que acabara de sair do banho.
— Pabisco! – Corre para abraçá-lo, meu pai a suspende e retribui o abraço apertado.
Ágata costumava chamá-lo de pabisco desde quando tinha três anos, e a vida toda foi dessa maneira.

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