WINTER IN MY HEART | game of thrones

vii. jon

J O N

— ferro do gelo;

Não magoe a si mesmo, Jon.

Aquilo havia sido dois dias atrás, mas Jon ainda conseguia ouvir a voz de Robb dizendo-lhe aquelas palavras com clareza assustadora. Não magoe a si mesmo, Jon, ele tinha lhe dito naquele final de manhã, na Mata de Lobos, enquanto Kenna tomava a frente no caminho de volta a Winterfell. E elas repetiam-se incansavelmente nos mais inapropriados momentos.

Era nada mais que um conselho, o aviso de um irmão que o amava e queria vê-lo bem, mas o coração de Jon levara aquelas palavras à um rumo diferente, e agora não conseguia livrar-se da sensação de estar entre uma espada e outra. Jon era muitas coisas, mas não era estúpido. Podia ler a mensagem por trás da observação do meio-irmão: os bastardos não se casam com descendentes da realeza.

Jon sabia que Robb tinha razão. E esse era o problema.

Mas isso não diminuiu o impacto quando um nobre desmontou em Winterfell — um dos convidados do banquete em honra dela semanas atrás, sem dúvida — clamando ter chegado para uma visita sob a desculpa de que "seria incapaz de acordar mais uma manhã sem ver o rosto de sua donzela". Jon não engoliu suas palavras; não porque fosse incompreensível alguém estar enfatuado com Kenna — na verdade, ninguém poderia entendê-lo melhor do que ele mesmo — mas porque aquele homem tinha um sorriso sinuoso como uma cobra quando recitou as palavras, e era uns bons anos mais velho do que ela. Sabia o que homens como ele desejavam. Jon não confiava nele.

De todo modo, sua entrada foi concedida e ele foi recebido como um hóspede agradável, com Lorde Eddard encorajando Kenna a lhe conceder as boas vindas pessoalmente.

— O nome dele é Gryff, o quarto filho dos Whitehill de Highpoint — dissera-lhe Robb em dado momento. Jon ficou feliz por ele compartilhar de sua antipatia pelo homem. — O pai diz que veio sem aviso, mas que Kenna já havia ignorado cartas que ele lhe mandara anteriormente.

Cartas?, pensou Jon com amargura. Ela nunca as mencionou.

— Então o que faz aqui? Ela não parece ter nenhum interesse nele — os deuses são bons.

— Cortesia, suponho. Mas ele está perdendo seu tempo.

— Por que diz isso?

Parte de Jon, uma parte egoísta e ridiculamente esperançosa, acreditava que ouviria Robb dizer que Kenna havia recebido permissão para não se casar. O pai talvez tenha decidido dar-lhe mais um tempo. Não seria a primeira vez que Eddard faria tudo em seu poder para colocá-la em uma posição mais confortável.

No entanto, o que Robb por fim afirmou foi:

— Um corvo partiu esta manhã para Ironrath, a fim de aceitar a proposta de Asher Forrester.

E Jon sentiu como se o ar fosse roubado de seus pulmões.

—

N/A: Gente, perdão pelo capítulo curtinho! A verdade é que ele já estava pronto há um tempão, mas eu estava pensando sobre um outro rumo que a história poderia tomar e acabei escrevendo duas versões KSKSKS mas enfim, o tamanho dos capítulos pode variar porque eu quero que a leitura avance mais rápido.

Beijinhos e não esqueçam de deixar um comentário e uma estrelinha ♥