Capítulo 25

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- Ah eu não acredito!- Peter reclama pela milésima vez sobre não estar conseguindo dançar.- Por que tem que ser tão difícil?

E eu estou rindo de suas tentativas.

- Querido, você está indo bem!- May tenta o acalmar.

Terminei minha aula do dia e vim tentar ajudar essa pessoa em seus preparativos. Falta um dia para o baile e Peter está reclamando que só tem o terno até agora.

Decido deixar os dois sozinhos na sala por um tempo para se entenderem e também para me acalmar depois de rir tanto.
Assim que chego na cozinha para pegar um pouco de água, escuto a campainha tocar.

Como os dois provavelmente não escutaram, eu mesma tenho que abrir.

- Wow..- Escuto assim que abro a porta.

É o amigo de Peter, Ned.
Que sei porque já vi ele nas fotos com o Parker.

- Olá.- Sorrio para ele que parece meio perdido.- Entra.

- Peter está?- Ele finalmente parece voltar ao normal.

- Sim, está na sala com May.

Acompanho ele até a sala e quando Peter o vê, corre até ele e os dois se cumprimentam fazendo umas coisas estranhas.

- Peter nem acredito que a filha do Tony está aqui.- Ned diz baixo e um pouco animado.

Mas eu escuto.

- Ned!- Peter o repreende.

Ned encolhe os ombros e Peter o leva para uma certa distância de mim, pelo visto brigando com ele.

Eu nunca achei que uma palavra mexeria tanto assim comigo.

- Peter, para com isso.- Digo e os dois olham para mim.- Não precisar brigar com ele.

Para mudar de assunto, May chama Peter para treinar mais uma vez e eu me sento no sofá pegando meu celular e torcendo para que não fiquem perguntando se eu me senti mal com aquilo.

Não, eu não senti, só não quero conversar sobre isso agora.

- Ei..me desculpa.- Ned diz assim que se senta ao meu lado.

- Não precisa se desculpar.- Sorrio para ele.- Você não fez nada na verdade.

Ele assente com a cabeça e volta a olhar para Peter e May.

- E você?Como está seus preparativos para o baile?- O pergunto.

- Eu já estou pronto, só vim para tentar acalmar Peter.- Ele diz e sorri.

Enquanto mexo em meu celular para tentar esquecer o que tinha acabado de acontecer, vejo uma notícia que não faz com que eu me sinta tão bem assim.

"Inumanos são encontrados mortos em Cranberry Street-NY "

Leio a notícia em um sussurro e com um nó na garganta.

Um arrepio sobe pelo meu corpo quando começo a ler aquela reportagem. Poderia ser eu.

Desde minha descoberta eu me aceitei bastante em relação a isso, não me sinto uma estranha, não sou uma estranha por ser especial. Eu sou boa.

Mas também, desde que tudo aconteceu, comecei a procurar mais sobre pessoas como eu e o quanto elas estão sendo perseguidas por somente serem quem são.
Eu tenho proteção, eu aprendi a me cuidar, mas muitos são maltratados pela própria família, são excluídos socialmente por serem somente especiais.

O mundo realmente não está preparado para pessoas boas.

O mundo pode estar preparado para todos os apocalipses possíveis, mas não está preparado para aceitar o diferente.

E eu sou uma dessas diferenças.

Assim que termino de ler aquela notícia, várias outras sobre o mesmo assunto aparecem para mim, mas não consigo ler, o desconforto é muito grande.

- Ei..- Sinto alguém pegar em minha mão que está livre no sofá, é Peter.- Você está bem?

Ele sempre faz essa pergunta porém nem preciso dizer nada, ele já sabe minha resposta.

- Eu acho que vou embora Peter..- Digo baixo.

- O que houve?- Ele se ajeita ao meu lado.- Já acabei meu ensaio, vou te dar atenção agora, prometo.

Tento rir de sua brincadeira mas o meu nervosismo é mais forte.

- Sinto muito, mas eu tenho realmente que ir.- Tento puxar minha mão da sua mas ele me segura.

- Me fala o que aconteceu primeiro.- Ele diz calmo porém firme.

Eu sinto um certo receio porque não sei se ele vai sentir ou ao menos entender o que eu lhe mostrar.
Mas como ele não vai me deixar ir embora sem que eu diga alguma coisa, essa é a minha única saída.

Desbloqueio meu celular e o entrego para que ele leia. Seu susto ao ler a manchete me acalmou e ao mesmo tempo me doeu mais.

Se é que isso é possível, mas eu senti.

Ele lê calmamente cada palavra escrita ali. Mesmo com May e Ned derrubando algumas panelas na cozinha sua concentração se mostrou muito boa.

- Nada disso vai acontecer com você Maya, não se preocupe.- Ele pega em minha mão novamente.

- Não deveria acontecer com ninguém Peter.

Ele assente com a cabeça e não diz mais nada. Eu também não sei se quero conversar sobre isso.

- Você pode ir, por mais que eu queira que você fique aqui mais um pouco, eu deixo.- Ele brinca para que eu consiga sorrir.

E ele consegue.

- Ah claro, até porque se você não deixasse, eu iria ficar aqui sim.- Entro em sua brincadeira.

- Sim, isso mesmo.- Ele tenta dizer sério mas logo começamos a rir novamente.

Quando voltamos ao silêncio, decido pegar minhas coisas e me encaminhar até a saída.

- Mas você já vai querida?- May se aproxima de mim passando as mãos em meus braços.

- Tenho que ir agora, Peter precisava só um pouquinho da minha presença para poder aprender a dançar de vez.- Sorrio para ela.

- Ah, é verdade.- Ela sorri de volta.- Venha depois para conversarmos sobre como foi o baile desse garotão aqui.

Peter revira os olhos e May aperta sua bochecha enquanto ele reclama com ela sobre trata-lo como um bebê.

Eu só consigo rir.

Aceno para Ned e ele faz o mesmo de volta sorrindo para mim. Seu sorriso é tão contagiante.

- Fica com o celular preparado caso eu surte no baile por favor.- Peter diz assim que chegamos na porta. 

- Vou pensar no seu caso.- Brinco com seu desespero, é engraçado vê-lo assim.

Então o abraço, um abraço demorado como sempre damos.

Como eu pude viver todos esses anos da minha vida sem um melhor amigo?

- Ei, adoro você.- Ele diz em meio o nosso abraço.

- Adoro você também.- Digo enquanto nos separamos.










notas: olá!
demorei mas tá ai, obrigada por lerem mais esse capítulo. 
chegamos no 25!já estou sentindo falta antes de acabar..

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