What If..?|The Avengers|

Capítulo 35

O mundo parecia ter parado por completo e eu não podia fazer uma coisa sequer.

Por tanto tempo eu imaginei como seria esse momento, imaginei como me sentiria e o que faria caso isso acontecesse.

E agora me pareceu inútil perder horas e horas com isso.

- Isso é estranho.- Sam é o primeiro a dizer alguma coisa.

Ele está tão diferente.

Todos estão. 

O cabelo de Wanda está mais ruivo agora – nunca imaginei ela desse jeito – Visão está mais humano do que nunca e bastante machucado pelo o que posso ver. 

Steve deixou o cabelo crescer bastante e a barba também – não parecia ter tesoura onde quer que seja que eles estavam – e Nat está loira.

- Nada mal o novo visual.- Digo me segurando para não dar espaço as lágrimas.

- Você cresceu.- Visão diz e resmunga um pouco pela dor que sente.- Está diferente.

Ah.

- Bom, não precisaria dizer isso se estivesse por perto.- Sinto uma fincada em meu peito.- Afinal, o que fazem aqui?

Se estivessem por aqui, talvez nesse momento não estaríamos atrás de respostas sobre onde está Peter e Tony, teríamos conseguido acabar com o que é que seja isso.

- Maya, escute.- Steve finalmente diz alguma coisa e ao contrário de todas as outras vezes que me acalmou, sua voz agora me faz sentir raiva.- Eu sei que você deve estar nervosa com tudo o que aconteceu e-

- Não me venha com seus discursos agora, Steve.- O interrompo.

- Maya..- Rhodes me repreende apontando seu dedo em minha direção.

- Não Rhodes!- O olho incrédula.- Olha tudo o que aconteceu e o que está acontecendo!- Elevo o tom da minha voz.

- Não foram eles que causaram tudo isso.- Bruce diz um pouco abaixo de mim.

Sinto meu coração acelerar como nunca antes e a sensação de frio voltar para as minhas mãos.

É como se ele quisesse sair para fora do meu corpo.

Ou explodir dentro de mim.

Se fosse possível, isso é o que eu mais queria nesse momento, ao menos a dor passaria.

E eu não teria que viver esse momento.

Estou de volta ao fundo do mar, onde tudo me parece mais lento e mais difícil de sentir ou ouvir.

Enquanto tentava controlar minha respiração e me acalmar, Natasha andou em minha direção, calma e com a postura de sempre, parecia medir cada centímetro de seus passos para que fosse completamente iguais e me destruísse de toda e qualquer forma.

Até parar de frente a mim.

E puxar quase todo o ar presente entre nós duas.

E talvez também quisesse me puxar para próximo de si.

Mas não era possível, graças a mistura de sentimentos que eu sentia naquele momento.
Que me fazia ficar ali, imóvel como uma rocha – apesar de ser frágil como uma pétala de flor – somente esperando suas palavras me desfazerem como um intemperismo físico ou químico.

- Oi.- É o que ela diz olhando para o fundo dos meus amarronzados olhos.

E me despedaça como uma folha de papel qualquer.