Capítulo 50

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- Pode por favor colocar algo decente para assistirmos?- Tony se sentou ao meu lado no sofá.

Se passava das sete da noite e Pepper ainda não havia chegado em casa, ela tinha uma reunião importante no final do expediente.

- Rei leão é um filme decente.- O respondi sem tirar os olhos da TV.

E como ela não estava presente, Tony ficava sem rumo é claro, ficava inquieto.

Até vim encher o meu saco.

- Para uma criança de sete anos talvez.- Ele colocou os pés em cima da mesa de centro.

- Quer dizer que eu, com quinze anos, devo parar de assistir desenhos?- Pausei o filme e me virei para ele.

- Ah, graças à Deus!- Ele tentou pegar o controle da minha mão mas eu me afastei.- Vamos querida, me dê o controle.

Cerrei meus olhos para ele antes de responder.

- Sabia que você tem uma TV em seu quarto e que pode assistir qualquer coisa que quiser lá, Anthony?- Ele balançou a cabeça negativamente.

- Mas eu quero assistir com você.- Tony fingiu uma expressão triste e eu me virei para o meu desenho o colocando novamente.- Você já deve saber todas as falas desse filme.

- Sei sim.- Cruzei meus braços em frente ao meu corpo.- E agora você vai saber também.

Escutei Tony bufar ao meu lado mas não liguei. Escutar a música do Timão e Pumba era muito mais importante.

- Ok vem aqui.- Ele disse e eu o encarei.- Anda.

- Não vou te dar o controle.

- Eu sei!- Tony abriu os seus braços indicando que eu deveria abraçá-lo.

Fiquei em dúvida por um momento, mas logo me cedi ao abraço, me aconchegando ali em seus braços.

- Eu te amo sabia?- Meu pai respondeu assim que eu coloquei minha cabeça em seu peito.

- Sabia.- Respondi e segurei minha risada.- Mas eu também te amo.- Disse por fim. 

Ao tocar a última nota, voltei a minha realidade.

Estava naquele cômodo levemente escuro, com Peter ao meu lado e o enorme piano a minha frente.

Por incrível que pareça, não havia chorado enquanto tocava a homenagem ao meu pai, havia conseguido segurar a enorme vontade que tinha.

E meu peito ardia pelo choro guardado.

- Não tinha escutado você tocar ainda.- Peter disse quase que em um sussuro ao meu lado, parecia com medo de falar qualquer coisa.

- E gostou?

- Muito.- Peter disse e eu me virei para ele.- Aposto que seu pai também.

Respirei fundo e depositei minha cabeça em seu ombro. Fiquei ali por alguns instantes até me recuperar e a vontade de choro me deixar.

- Aya!- Escutei alguém me chamar através da porta e percebi algumas tentativas de a abrir.

Me ajeitei e Peter logo se levantou indo até a porta e a abrindo.

É claro.

Morgan estava parada na entrada, encarando Peter e ele fazendo o mesmo com ela.

- Vem Morgan.- Fiz um sinal para que a pequena entrasse e ela passou correndo por Peter.

Puxei Morgan para o meu colo e Peter fechou a porta se virando para nós duas.

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