Capítulo 31

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Antes de seguirmos nosso caminho, Peter me disse para não gritar por mais que fosse minha maior vontade o tempo inteiro – mas claro – não consegui fazer isso, algumas vezes somente escapava.

Não sei como ele faz isso, mas o frio na barriga que eu senti eu não quero sentir nunca mais.

Também tenho minhas dúvidas se ele fez essa coisa de soltar demais e pegar na teia no último momento que poderia porque estava comigo e se foi, ele vai pagar.

- Se quiser me soltar, já estamos no chão.- Peter diz e eu consigo finalmente abrir meus olhos.

Estamos um tanto quanto próximos um do outro e eu consigo sentir sua respiração quente na minha bochecha.

Isso de novo não.

- Nunca mais vamos fazer isso, ok?- Digo me afastando e passando as minhas mãos em meu cabelo.

- Seja como quiser.- Peter diz também se ajeitando.

Paramos um pouco afastados daquela nave enorme para podermos avaliar melhor que merda está acontecendo por aqui.

E pelo o que consigo ver, aquilo não é nem um pouco simples de se resolver.

- Tenho que vestir meu traje rápido.- Peter diz agachado abrindo sua mochila.

Me afasto um pouco dele para que possa trocar de roupa.

Não é uma situação confortável, porém, é o que temos para hoje.

Durante esse ano, minha amizade com Peter continua a mesma, não nós afastamos nem nada, ficamos até que muito mais próximos e acho que isso fez alguns momentos acontecerem.

No ano novo, ele decidiu que passaria comigo, não o questionei, até achei que seria bom não ficar sozinha enquanto todos os outros bebiam e dançavam a noite toda.
Porém, senti que em alguns momentos sua avaliação quanto a mim ficou um tanto quanto mais do que amigos e quando percebi, tentei ao máximo fazer com que o momento não ficasse tão constrangedor quanto estava sendo.

Poderia sim ser coisa da minha cabeça, nunca toquei no assunto com ele, talvez só estaria fazendo uma coisa simples virar uma bola de neve e não queria isso.

Não queria, mas depois disso acabei evitando ele por um tempo e acho que ele percebeu.

- Não acha que sua tia vai se preocupar?- Pergunto assim que ele se aproxima.

- Com certeza sim.- Ele olha para mim.- Mas não posso fazer muita coisa quanto a isso.

- Tá.- Digo  o olhando um pouco desconfiada por conta de sua resposta.- Alguma ideia do que vamos fazer?

- Acabar com o que seja isso.- Ele diz indo em direção ao fim do beco onde estávamos.

- Espera!- Corro até ele.- Temos que a analisar por um tempo.

A movimentação das pessoas correndo e dos veículos com suas buzinas insuportáveis não existia mais naquele momento, parecia que todos os sons do mundo pararam por ali.

A cidade mais barulhenta do mundo se calou naquele momento.

E penso que aquilo não era um bom sinal, nunca.

Peter está ansioso do meu lado é claro, ele tem um coração enorme e obviamente não quer que nada de ruim aconteça, porém, não temos nem ideia do que possa ser isso e sairmos enfrentando de qualquer maneira não é algo muito inteligente.

- Vamos lá nave gigante, o que você veio fazer aqui?- Penso alto e a inquietação de Peter aumenta do meu lado.

Me assusto com o som de alguns passarinhos atrasados passando por cima de nossas cabeças e dirijo minha atenção a eles.

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