Capítulo 32

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- Então sofra com as consequências de sua escolha.- É o que ele diz antes de fazer com que vários pedaços de ferro venham em minha direção.

Mas um escudo é formado no ar por algumas faíscas amarelas que impedem os ferros de chegarem até mim.

Olhando para trás percebi que era o amigo novo – na verdade nem ao menos sei se posso chamá-lo assim –  que mesmo bastante debilitado ainda conseguiu me proteger.

Assim que o escudo se desfaz, dirijo meus poderes na direção daquela coisa insuportável e consigo derruba- lo em uma distância considerável.

Aproveito então para esconder atrás do carro que estava ao meu lado e olhar onde estava aquele que me ajudou, porém, assim que me abaixo vejo que meu golpe não funcionou tão bem dessa vez e o doutor está desacordado – e ainda no ar – por causa do ET insuportável.

Vejo que sua capa está com vida própria – tudo normal por aqui – e querendo sair daquele emaranhado de ferro em volta do corpo do nosso novo amigo,  mas parece que quanto mais ela se mexe, mais os ferros se fecham ao redor dele.

Espero que ela me escute.

- Ei vermelha, pare de se mexer!- Grito com a esperança de que ela realmente me entenda.

E entendeu.

Mas não só ela.

Assim que terminei de dizer e a capa parou de se contorcer, concentrei meus poderes e consegui fazer com que aquele emaranhado de ferro virasse somente poeira e ela saiu carregando o corpo do homem para longe.

- Você me irrita criatura.- Aquele que parece uma lula apodrecida se vira contra mim e claro também usa seus poderes.

Sinto perder o controle do meu próprio corpo e sou levantada a uma altura considerável.

Não consigo me mexer, era como se ele tivesse removido a alma do meu corpo e eu só estivesse ali assistindo tudo o que ele quisesse fazer comigo.

Não conseguia falar, gritar, me mexer ou usar meus poderes. Eu estava em suas mãos e isso me desesperou.

- Eu somente queria a jóia, porém vocês se juntaram para tentar me deter.- Ele se aproximava enquanto dizia.- Porém não se deram conta de que são extremamente fracos para isso.

Droga.

Tento novamente me concentrar mas não é o suficiente, ele parece controlar cada pedacinho do meu cérebro.

E tirar cada molécula de ar dos meus pulmões.

Até sentir os pedaços de concreto em minhas costas e o ver se afastando, virando as costas para mim.

O ar parece não existir e eu desejo não sentir nada assim como alguns segundos atrás.

Mas agora eu sentia e sentia muito.

Respirar.

Trazer oxigênio para os pulmões, algo que todo fazemos todos os dias, a todo momento, parecia impossível para mim agora.

Tive a sensação de quebrar cada pedaço de osso existente em meu corpo de uma só vez e não podia fazer nada.

Tentei focar meu olhar em minha volta porém tudo estava em uma plena fumaça, distante e distorcido.

Ar.

Eu preciso disso, a dor em meu peito, eu preciso fazer passar.

- Maya!- Alguém dizia.

Ou chamava.

Só não conseguia distinguir a voz, me sentia no fundo do oceano, meus ouvidos em um zumbido fino – mais do que aqueles mosquitos insuportáveis durante a noite – e a voz  distante e grossa se misturavam aos meus sentidos embaralhados.

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