𝖋𝖔𝖚𝖗

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a l e c

Qual é, não é possível que transar no laboratório de ciências seja tão grave ao ponto de expulsão!

Não me levam a mal, tenho noção que não é um feito muito bom e nem dentro das malditas regras deste colégio. Eu não receberia um tapinha nas costas do diretor Maddox após o mesmo me pegar no flagra metendo por trás de Hillary Calum. Mas, céus, expulsão? O quão ruim a vida sexual deste velho deve ser para se incomodar tanto com apenas uma rapidinha?

Até porque, em minha defesa, eu fui absurdamente seduzido!

Vejam bem. Estava eu, matando a aula insuportável de Educação Física embaixo das arquibancadas, fumando meu cigarro tranquilamente quando Hillary chegou, pedindo ajuda para pegar alguns livros pesados em seu armário, já que eu não estava fazendo nada de qualquer maneira. A garota falou com tanto jeitinho que foi impossível recusar. Porém, invés de irmos em direção ao armário, a safada me puxou para o laboratório. E, bem, a ajuda não era necessariamente com livros.

Eu estava a um passo de dizer isso tudo para o rabugento Maddox, mas quase consegui escutar ele argumentando "quando um não quer, dois não metem" — não necessariamente com essas palavras.

— Diretor, por favor. Não faça isso, eu imploro! — A garota chorava de soluçar ao meu lado.

— Srta. Calum, você tem noção de quantas regras ambos infringiram? — Em sua voz não havia nenhum resquício de misericórdia. Acho que desta vez será realmente impossível arranjar alguma saída estratégica. — É estritamente proibido sequer beijar nesta instituição, quanto mais praticar atos sexuais em horário de aula!

Maddox não era exatamente um fã meu. Não que eu não lhe desse motivos, afinal, sua sala era praticamente uma visita diária e não entrava na minha cabeça como ele nunca havia achado alguma brecha para colocar minha bunda para fora desta escola. Ou Deus me amava verdadeiramente ou o diretor nutria uma paixão secreta por mim... Ou a combinação dos dois.

De qualquer forma, o cara também não aceitava suborno. Digo isto por experiência própria, quando coloquei taxinhas na cadeira do Sr. Harris no primeiro ano do ensino médio e ele teve que ir para o hospital com uma baita dor no traseiro. Assim que fui chamado na direção, retirei um talão de cheques da mochila e apenas recebi uma risada em resposta. As consequências foram mais tranquilas do que eu pensava; detenção e um pedido de desculpas formal — que foi mais ou menos como "espero que seu ânus fique bem".

O ponto é: o choro de Hillary estava tão insuportável que eu me encontrava quase pedindo expulsão de uma vez para não ter que o escuta-lo. Meu ouvido não é penico, porra.

— Mano... — Comecei a falar, recebendo um olhar duro. Limpei a garganta. — Sr. Maddox, às vezes os desejos da carne são... Bem... Como posso dizer? Tentadores demais. Pedimos mil perdões e reconhecemos nosso erro. Foi muito errado. Mas, veja pelo lado bom, ao menos estávamos usando camisinha! Isto é um ato de extrema responsabilidade e...

— Sr. Mendes, se você não cortar este deboche agora, pode se considerar expulso desde já. — Sua voz dura interrompeu-me.

— Tudo bem, desculpe. O que estou querendo dizer é que somos adolescentes e os hormônios estão à flor da pele. Você já passou por essa fase também. Sabe como é.

— Isto é inadmissível, Sr. Mendes. Independe dos hormônios ou de qualquer coisa. Você passou dos limites desta vez e não estou disposto a relevar. Srta. Calum, é uma pena que tenha se envolvido. Sei que é uma boa garota, mas está fora de cogitação os livrar de uma severe punição.

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