o declínio da morte

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As palavras tiveram razão nesse dia fatídico

Nenhum ser humano teve um papel importante

Na grande peça de um quebra-cabeças lírico

Que guardava os vícios vitalícios na estante 


Um instante bastou pra se criarem décadas

O meu mundo era um ioiô na mão de uma criança leprosa

Sob a chuva de vida, que deixava pra trás a morte

A minha canção agora é a Maria que por mim roga


Lembretes colados na rotina 

A rotina se fechou hoje sobre a luz dos desejos  como cortina

ninguém tomou seus remédios pra viver

Ninguém usou um cubo de açúcar sequer 

Pra tirar o gosto amargo do café

Não havia mais paladar...

Mas a consciência tinha fé, meu caro

De que um dia haveria uma corda pra se tocar

E um guru pra se duvidar 

Sem meia pra esquentar onde não há pé 


Poesias de MariaOnde histórias criam vida. Descubra agora