07 • O PASSADO PODE DOER

1.1K 173 75
                                    

꧁𝑨𝒛𝒂𝒓 𝒏𝒂 𝑺𝒐𝒓𝒕𝒆꧂

[Capítulo narrado pelo JIMIN]

   No fundo, Namjoon sempre precisou de amor.

   Amor verdadeiro, não algo razo, como foi lhe oferecido em toda a sua vida.

   A verdade é que, apenas algo extremamente profundo o curaria. E eu infelizmente nunca fui capaz disso, apesar de sempre tentar.

   Lembro-me claramente da época em que nos conhecemos. Ele tinha uma personalidade doce, inocente, apesar de tudo que lhe acontecera ainda havia esperança em seus olhos.

   Porém, tão rápido quanto as inúmeras tatuagens tomaram conta de toda sua pele, tornando assim quase impossível de me recordar de sua verdadeira cor, sua esperança havia se perdido. Ele se tornou alguém frio, vazio. Seus olhos carregavam nada mais que decepção e tristeza.

   Eu sabia que para ele, a vida não tinha mais sentido. Eu temia que, ele se entregasse por inteiro à depressão... e que isso o levasse ao suíc...

   No entanto, eu também tinha em mente que ele, mais que ninguém, é uma pessoa forte. A mais forte que já conheci em toda a vida.

   Eu realmente fiquei dividido naquela época.

   Porém, no fim das contas eu caí na real. Minha confiança e minha fé nele eram maiores que o receio que se fazia presente em meu coração.

   Foi essa fé que me inspirou e me influenciou na decisão de seguí-lo. Eu larguei tudo — literalmente — para acompanhá-lo, para estar ali, para ele, por ele.

   No início tudo foi mágico, mil maravilhas. E conforme o tempo ia passando, as coisas foram desandando.

   Ele não comia direito, se alimentava muito mal. Enchia a cara sete dias por semana, e fazia o uso de muitas drogas. Era um frequentador assíduo de prostíbulos e casas de strippers em nossa região.

   É impossível eu não me preocupar com ele, decorrendo de nossas experiências anteriores, e o fato de quase tudo acabar mal quando se tratava dele.

   Era pra mim que ele ligava quando estava em apuros, e eu sempre — sempre — ia a seu encontro para socorrê-lo. Os meus conselhos eram totalmente ignorados, ele já não se importava em me machucar. E isso doía em dobro.

   Doía saber que, eu o amava demais para simplesmente largá-lo à mercê de tudo isso.

   Por isso, anos depois, pela primeira vez eu me manifestei, exausto de estar vivendo tudo aquilo repetidamente e sem férias.

   — Hyung, está na hora de você parar com isso. — Eu balbuciei, incerto sobre o que dizer naquele momento. Havíamos acabado de entrar em sua casa, após ele se meter e mais uma confusão e ter me ligado para buscá-lo do outro lado da cidade. Detalhe: passavam das três da madrugada, e eu precisava ir trabalhar naquela mesma manhã. — Eu não gosto de te ver nessas situações.

   Ele apenas resmungou, revirando seus olhos, logo depois de se jogar em sua cama. Eu me fixei ao lado, o observando de braços cruzados.

AZAR NA SORTE | namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora