A Conversa

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Entramos no quarto dela, não havia mudado muita coisa, tinha novas fotos na parede parece que era do período de férias, as malas estavam no canto e parecia que ainda faltava algumas a serem desfeitas. Nos sentamos na cama dela, Marinette cruzou as pernas e colocou uma almofada no colo. Pegou um prendedor, passou o cabelo por cima do ombro direito e amarrou de lado na altura do pescoço.

- Você está diferente? - comentei olhando-a

- Em que sentido? - ela perguntou me olhando

- Fisicamente, você tinha perdido muito peso nos dias após... - parei de falar, não queria vê-la chorar novamente

- Depois do morte do meu pai - ela murmurou baixo e suspirou

- É, mas agora você parece bem mais saudável - falei e ela sorriu discretamente - E não está mais tão abatida.

- Uma mudança de ares me fez bem - ela falou olhando para as mãos, mas notei que ela tocava a pulseira que dei

- Você gostou mesmo da pulseira - comentei sorrindo e ela sorriu olhando a pulseira

- Tô sempre com ela - ela falou e levantou o olhar pra mim - Foi ela que me ajudou a controlar a saudade que senti de você.

Eu não esperava aquela resposta, ela não desviou o olhar, não corou, era notável a sinceridade nos olhos dela, as palavras dela fizeram meu coração bater um pouco mais rápido, me aproximei abraçando-a forte

- Senti muito a sua falta, Princesa - sussurrei ainda abraçado a ela

- Também senti, gatinho - ela sussurrou em resposta

Ela havia conseguido entrar no meu coração de alguma forma, não havia mais como me enganar, mas preciso analisar bem o que sinto. Desfizemos o abraço e ficamos nos olhando, observei bem seus traços, agora me sinto um idiota por não ter percebido antes o quanto essa garota mexe comigo.

- Alguma coisa em você mudou nessas férias, não foi? - perguntei me afastando um pouco e ela assentiu

- Eu me sinto diferente, mas sendo eu mesma - ela falou me olhando - Entendeu?

- Pra ser sincero, não - falei e ela riu

- Como posso explicar? - ela perguntou a si mesma - Eu continuo sendo eu mesma, mas com algumas mudanças.

- Quais foram? - perguntei curioso

- Só algumas coisas que me muitas vezes me atrapalhava - ela disse se encostando na cabeceira da cama - Minha timidez excessiva, minhas inseguranças, aprendi a confiar mais em mim, entende?

- Entendo - agora entendi o que exatamente mudou nela - Como fez pra superar essas coisas?

- Trabalhei com minha prima nas férias, ela é professora de dança e fui sua auxiliar - ela falou ajeitando a almofada no colo - A dança me ajudou a me sentir mais confiante.

- Interessante - falei, ela me olhou e a provoquei - Terá que me acompanhar em uma dança.

- Quem sabe um dia, gatinho - ela falou e bocejou

- Quando chegou? - perguntei intrigado

- Essa madrugada e não parei desde que cheguei - ela falou e estranhei, lembro que ela disse a Alya que descansaria a tarde

- Se foi a escola pela manhã, deveria ter descansado a tarde - comentei e ela concordou.

- É, mas... precisava limpar a casa. Um mês sem faxina imagine como estava - ela falou e assenti

- Sua mãe deve estar tão cansada quanto você - comentei lembrando da última vez que vi a Sabine.

- Na verdade, não - ela falou e a olhei - Minha mãe não voltou a Paris.

Miraculous - A Luz Entre As TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora