□ Capitulo 2 ■

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A caminho do Palácio de Guiana, eu deito com a cabeça encostada nos vidros da carruagem, é uma viagem muito longa e cansativa, provavelmente só voltarei para casa quando já for de noite.

Tikki, minha Kwami, estava deitada dentro da bolsa que trouxe para fazer fazer par com o vestido, você nunca sabe quando aparecerá um akuma, muito menos onde, por isso temos um amuleto, pra ser específica, um anel, que nos ajuda a nos "teletransportar" para perto do akumatizado, não importa o país, ou qual região do mundo, chegaremos lá rapidamente.

Eu recentemente tenho tido vários pesadelos, mas o sonho que eu tive na carruagem foi sem sombras de dúvidas, o pior.

Eu estava sendo perseguida por um homem, ele tinha uma estatura muito alta, usava uma roupa escura, a ponto de não mostrar sua face, apenas o vermelho de seus olhos. Ele repetia diversas vezes que não importava quão rápido eu corresse, ele me mataria.

Já faz duas horas que estou acordada, não consigo, nem posso dormir.

Olho para o cocheiro¹ e então pergunto:

- Por que usamos carruagens, sendo que poderíamos usar os carros do palácio? - Indago com uma voz calma. O homem me olha e então responde suspirando.

- Pois carruagem é mais segura, e demonstra mais poder, segundo o rei Tom. - Ele volta a olhar para frente e segue caminho.

É claro que tinha que ser meu pai para me botar nessa coisa que anda a cavalos. Carro é mais rapido e prático, mas óbvio, meu pai sempre quer mostrar poder, mostrar que controla tudo, até com quem sua filha vai ser infeliz para o resto da eternidade.

Sigo o resto do caminho quieta, reflito tudo que meu pai disse, palavra por palavra, até agora era inacreditável, algo absurdo.

De longe, acima da montanha, já dá para ver o pequeno castelo de Guiana, é um reino muito pequeno, e apartir de hoje se tornará menor.

O cocheiro para a carruagem e de desloca até minha porta, abrindo-a em seguida.

- Alteza. - Faz uma reverência e oferece sua mão. Pego-a e então vamos em direção ao castelo.

🐞

A sala de reuniões está uma bagunça, muitos políticos negam o acordos, e a maioria o deseja. Fico quieta, deixando os baspalhos decidirem entre si, até que o Rei Carlos XX interfere batendo a mão com toda a força na enorme mesa.

- Chega! - Ele berra furioso, passa os olhos em todos presentes, menos a mim. - Nós já decidimos tudo do acordo durante esse mês, vocês seus bastardos concordaram cláusula por cláusula! Vamos assinar logo o tratado, ou então todos serão demitidos de seus cargos. - Ele me olha calmamente e sorri. - Perdoe-me alteza, esses baspalhos são ligeiramente chatos.. porém vamos logo com as assinaturas. - Assento com a cabeça e então me levanto, pego uma caneta pena e assino o acordo. - Ele sorri e faz o mesmo.

🐞

Após tudo finalizado e tratados feitos, eu retorno a meu reino, onde mamãe me espera no portão com um sorriso no rosto.

Entro no castelo, com ela atrás de mim falando e falando.

- Escute, a Família Agreste, do Reino de Julis, confirmou presença no seu baile de noivado com o príncipe Phil. - Travo, e então viro para mamãe que está sorrindo aos quatros ventos. - Eu não acredito que a minha pequena filha irá se casar dentro de alguns meses.

- Vocês realmente não veem né? Eu não quero casar-me com o bastardo do príncipe Phil, ele é um babaca mamãe, a senhora não encherga isso? - Ela me olha com ternura, acho que ela está tentando me entender. - Quer saber mamãe? Eu simplesmente cansei do Tom tentando cuidar da minha vida sempre! Ele está decidindo até com quem eu irei casar, eu não tenho liberdade nem pra escolher a cor de minha roupa, isso me chateia muito. - Viro em direção a escadaria, tirando a minha atenção de mamãe, subo até o meu quarto, mamãe fica estática no corredor, mas consigo sentir seu olhar carinhoso sobre mim.

Chego ao quarto, tiro a roupa grudenta e fedida e a jogo no chão e entro no banheiro, uma ducha rápida é o suficiente.

Saio, coloco meu pijama de carrinhos azuis e vermelhos, e então digo as famosas duas palavras:

- Tikki, transformar!

🐞

Estava sentada em cima da Torre Eiffel, França. Lá tinha uma visão perfeita, as luzes de Paris são simplesmente lindas e reconfortantes.

Sinto uma presença ao meu lado, uma presença extremamente linda e cheirosa. Olho de canto de olho para Chat, sentado ao meu lado, ele está me encarando com um sorriso de ponta a ponta, e devolvo-lhe um sorriso singelo.

- Boa noite my lady - Pega minha mão e beija com doçura. - Porque a senhorita está com um olhar tão frio e sem vida? - Ele se aproxima lentamente de meu pescoço, dando um leve suspiro, posso sentir o ar quente saindo de seu nariz, confesso que me causou um arrepio. - Hein? Oque tanto chateia minha bugaboo?

- Oh meu Chat, são tantas coisas acontecendo. - Pego sua mão e então me viro em sua direção. - Meu pai está novamente controlando minha vida. - Abaixo a cabeça e acabo fazendo com que una fungada escape.

Ele se aproxima de mim, transefere um carinho em minha bochecha com as mãos, aproxima o rosto de minha nuca, suspira calmamente, deixando no local um doce beijo, que novamente me causou um arrepio bom, com as borboletas na barriga se agitando, como sempre ficam quando o meu gatinho está perto. - Eu sinto muito my lady, se eu pudesse fazer algo, realmente faria, mas no momento não há nada a meu alcance. - Sussurra com uma voz rouca e calma em meu ouvido.

- Não tem problema Kitty, eu realmente nunca irei me livrar de meu pai, ele sempre tem algo que impeça minha felicidade. - Desvio meu olhar dele e volto a olhar para as luzes de Paris, dessa vez com meu amor segurando minha mão, fazendo um leve carinho. - Pelo menos, eu tenho a ti.

Dicionário:

¹ cocheiro: pessoa responsável por conduzir um veículo movido a cavalos. Exemplo: o cocheiro de uma carroça.

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Capítulo dedicado a Bell (@cauxsmlb no Twitter) ela é uma pessoa fantástica que amo muito.

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